Sabesp solicita colaboração da população durante período de estiagem

Companhia alerta que evitar o desperdício é fundamental para minimizar os reflexos da seca

ter, 25/07/2000 - 9h10 | Do Portal do Governo

A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp), vinculada à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, está reforçando o pedido de Uso Racional da Água, principalmente para os moradores e veranistas de Guarujá e do distrito de Vicente de Carvalho. A medida se faz necessária, em virtude da estiagem que vem atingindo o Estado de São Paulo – a maior do século -, e causando reflexos no sistema Jurubatuba, que abastece a cidade de Guarujá.
Guarujá tem um sistema isolado de abastecimento e não permite, como acontece na região central da Baixada, a transferência de água de uma cidade para a outra. A chuva do último domingo, dia 23, normalizou o nível dos reservatórios que integram o sistema Jurubatuba, cuja produção nesta segunda-feira (24) estava em aproximadamente 1,6 mil litros por segundo (a produção máxima é de dois mil litros por segundo).
Mesmo com a situação mais tranqüila, a Sabesp continua alertando e solicitando a colaboração de todos, porque, com a estiagem, a baixa pressão vem afetando as residências que não contam com caixas d’água domiciliares, ou que têm este equipamento na parte alta da residência. Aquelas que têm reservatório doméstico na parte baixa da casa, têm reflexos minimizados, já que a caixa enche durante à noite, quando o consumo é menor e conseqüentemente há maior pressão na rede.
O índice pluviométrico acumulado dos primeiros 23 dias do mês de julho é de 79 mm – somente no domingo, choveu 30 mm. O acumulado dos meses de abril, maio e junho é o menor em cinco anos. Choveu 138 milímetros este ano, enquanto em 1999, o índice, no mesmo período, foi de 401 milímetros – mais do que o dobro (veja tabela). Com a baixa temperatura dos últimos dias, o consumo diminuiu, mas não o suficiente para que a pressão na rede ficasse normalizada.

Caminhões-pipa

Diante deste quadro, a Sabesp vem empenhando todos os esforços possíveis para minimizar os reflexos para população. Os bairros mais afetados, localizados em pontas de rede, estão sendo atendidos com caminhões-pipa, que são abastecidos nos reservatórios da Sabesp na cidade. ‘É a única forma de levar a água aos bairros de ponta de rede, onde não há pressão suficiente para que o produto chegue nas torneiras’, explicou Plínio Montoro Filho, superintendente interino da Unidade de Negócio Baixada Santista. Atualmente, quatro caminhões-pipa estão atendendo a cidade nos dias úteis e sete nos finais de semana.

ANO Índice Pluviométrico meses abril/maio/junho
2000 131 mm
1999 401 mm
1998 315 mm
1997 480 mm
1996 582 mm

Além das medidas operacionais, em decorrência desta situação, a Sabesp reforçou a campanha de uso racional da água na região. As emissoras de televisão estão veiculando comercial, alertando para a importância de se acabar com o desperdício. Também serão colocadas mensagens em painéis (outdoors) nos municípios da Baixada Santista. A Sabesp também está distribuindo sacolinhas plásticas em padarias, farmácias e outros estabelecimentos comerciais de toda região. A intenção é que os comerciantes embalem as mercadorias com as sacolinhas. Ao todo, foram confeccionadas um milhão de sacolinhas com o slogan ‘Água, se você usar bem, ninguém fica sem’, além de dicas de economia.
No último fim de semana, 50 mil folhetos foram distribuídos aos motoristas que passaram pelos pedágios do sistema Anchieta-Imigrantes. A distribuição continuará no próximo final de semana. Milhares de panfletos também estão sendo fornecidos para população do Guarujá. No momento, só há problemas de baixa pressão no município de Guarujá, que conta com sistema isolado de abastecimento, mas mesmo com a situação normalizada nos outros municípios da região, a Sabesp pede que todos colaborem, a fim de evitar futuros problemas.
A Sabesp, através dos veículos de comunicação, faz um apelo especial aos síndicos e zeladores dos condomínios e edifícios do Guarujá, para que evitem a lavagem de calçadas e fachadas, principalmente durante este período de estiagem. Um esguicho de mangueira, durante 15 minutos, gasta quase 300 litros de água, o suficiente para quatro banhos com cinco minutos de duração.

Economizar água é esbanjar inteligência

A Sabesp tem trabalhado e investido para garantir a distribuição de água para a população fixa e flutuante. Porém, para isso é preciso também a colaboração de todos, que com mudanças de hábitos podem evitar o desperdício deste bem, que é finito, principalmente neste período de estiagem.

Uso racional de água. Adote esta idéia!

– Ao escovar os dentes feche a torneira e a economia será de 11,5 litros em casa e 79 litros em apartamento.
– Só lave roupas e louças em máquinas quando estas estiverem cheias. A lava-louça gasta 40 litros de água e a lava-roupa, 135 litros. Já um tanque, com a torneira meio aberta, gasta 117 litros na casa e 279 litros no apartamento.
– Lave a calçada ou o quintal com a água que foi utilizada para lavar roupa. Um esguicho de torneira ligado por 15 minutos gasta 279 litros.
– O banho pode ter seu tempo diminuído de 15 para 5 minutos, se o chuveiro for desligado ao ensaboar-se. O consumo cai de 135 para 45 litros na casa e de 243 para 81 litros no apartamento.

Pinga Pinga

– Gotejando, uma torneira chega a 46 litros de desperdício por dia ou 1.380 litros por mês.
– Um filete de 2 milímetros significa 4,1 mil litros/mês.
– Um buraco de 2 mm no encanamento para pressão de 15 metros de coluna de água desperdiça 3,2 mil litros por dia.