Empresa fecha o milênio com resultado positivo
A Sabesp, empresa ligada à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do Governo do Estado de São Paulo, encerrou o ano de 2000 com um lucro líquido de R$ 516 milhões, o segundo maior de sua história.
O resultado apresentado pela Sabesp, no entanto, poderia ter sido ainda mais favorável. A falta de normas claras para o setor de saneamento, a defasagem no valor das tarifas – que não sofrem reajustes desde julho de 1999 – e os baixos índices pluviométricos na Região Metropolitana de São Paulo, que levaram a Empresa a adotar o racionamento de água, impediram que o desempenho fosse ainda melhor.
A Sabesp fechou 2000 com uma receita líquida de aproximadamente R$ 3,4 bilhões, com um crescimento de 3,7% em relação a 1999 (cerca de R$ 3,2 bilhões). A receita proveniente da venda de água no varejo cresceu 6,3%, e a de esgotos, 5,7%.
Desta forma, saindo do prejuízo de R$ 235 milhões do ano passado, a Sabesp recuperou-se, investiu um total de R$ 618 milhões em obras de saneamento básico, sendo R$ 298 milhões na RMSP, R$ 134 milhões no Interior e R$ 112 milhões no Litoral, com o restante sendo aplicados em bens de uso geral e aquisição de concessões de novos municípios.
Regulação traria melhores resultados
“Uma definição sobre o assunto chamaria a atenção de investidores, que vêem com cautela o setor de saneamento”, coloca Ariovaldo Carmignani, presidente da Sabesp. “Se houvesse uma regulação, os riscos da captação de recursos seriam menores e, conseqüentemente, poderiam ser feitos a um custo inferior. Outra vantagem seria a valorização das ações da Sabesp”, completa Carmignani.
As previsões para este ano, porém, são otimistas. O Congresso deverá votar no primeiro semestre o Projeto de Lei 4147, que regula o setor de saneamento. O texto foi entregue aos parlamentares em fevereiro pelo Governo Federal e deverá encerrar definitivamente o impasse, entre Estados e Municípios, sobre a questão da titularidade dos serviços de saneamento básico nas regiões metropolitanas.
DESEMPENHO OPERACIONAL
(*) Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.