A Sabesp anunciou seu Plano de Metas para o período de 2007 a 2010, nesta quinta-feira, 31, em videoconferência para os 17 mil funcionários da Companhia. Haverá ampliação no programa de investimentos, que passará de R$ 3,84 bilhões para R$ 5,87 bilhões.
Para o governador de São Paulo, José Serra, o saneamento é prioridade número 1 e a Sabesp tem um papel fundamental nesta missão. “A Sabesp deve ser uma empresa de soluções ambientais e vai investir quase R$ 6 bilhões nos próximos anos”, disse Serra em pronunciamento na videoconferência.
O programa manterá a universalização do abastecimento de água e o acréscimo de 2 milhões de pessoas atendidas, o equivalente a duas cidades como Campinas. No que se refere à coleta e ao tratamento de esgotos, mais 2,3 milhões de usuários serão beneficiados.
“O uso sustentável de um recurso tão precioso quanto a água é uma questão de sobrevivência; especialmente na Região Metropolitana de São Paulo, onde a disponibilidade de recursos hídricos encontra-se em níveis críticos. E é inadmissível que nossos córregos e rios sejam poluídos e que extensa faixa do litoral paulista não apresente boas condições nas suas praias. A Sabesp deve, assim, passar de uma empresa tradicional de saneamento para uma empresa de soluções ambientais”, acrescentou o governador.
Desde janeiro de 2007, a Sabesp iniciou a revisão do planejamento estratégico. Conforme Gesner Oliveira, presidente da empresa, a estratégia busca o equilíbrio, bem como a eficiência operacional e econômica. “A Empresa só pode investir se tiver bons indicadores econômico-financeiros e realizar a reestruturação corporativa para cumprir a missão pública do saneamento”, afirmou.
Um dos pontos mais importantes será a questão ambiental. Para isso, a Sabesp terá uma nova política de Meio Ambiente e, até 2010, 10% das unidades operacionais obterão a certificação ISO 14001.
Entre outros desafios, estão a participação no mercado de carbono, a redução do consumo de energia elétrica, a continuidade do Projeto Tietê, a despoluição de córregos (Programa Córrego Limpo e Programa Onda Limpa – de recuperação ambiental da Baixada Santista), além de novos programas voltados à preservação dos mananciais.
Prestação de serviços
Outro compromisso da empresa está relacionado aos clientes e aos municípios em virtude da renovação de 173 contratos e aos programas de fidelização e metas estabelecidas para mensurar a satisfação dos clientes. No que se refere à produção de água, haverá aumento na produção de 11 mil litros por segundo. Para manter a universalização será necessário realizar mais 652 mil ligações de água.
“Vivemos um novo tempo onde o foco da Empresa não é a realização das obras, mas os clientes de hoje e do futuro. Devemos incorporar o conceito de atender as próximas gerações e ter consciência da valorização e importância da prestação dos serviços de saneamento. O Planejamento Estratégico apresentado nesta solenidade é exemplar e importante aos demais parceiros e empresas de saneamento que esperam inovações que possam ser adotadas. Ele demonstra e documenta o nosso papel e comprometimento com o hoje e com o futuro”, destacou a Secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena.
Outras metas
Durante seu pronunciamento na videoconferência, o governador ressaltou quais deveriam ser as metas da Sabesp para os próximos anos. Quanto ao abastecimento de água, é preciso garantir o suprimento de água com qualidade para 26 milhões de pessoas atendidas direta e indiretamente pela Sabesp, o que representa quase três vezes a população da Suécia.
Em relação à coleta de esgoto, Serra destacou a necessidade de estender os serviços de coleta de esgoto a mais 2,3 milhões de pessoas, equivalente a uma cidade como Fortaleza ou Brasília. Desta forma, o índice passará de 78% para 84%, incluindo mais 792 mil ligações nos próximos quatro anos. Segundo o governador, é preciso também tratar o esgoto de 17 milhões de pessoas, aumentando para 82% o percentual de tratamento dos esgotos coletados, o que significa dar um destino apropriado aos esgotos de uma população equivalente à do Chile.
“Mas não basta prover redes e emissários e estações de tratamento de esgoto. Será necessário conscientizar e mobilizar a população para fazer a ligação à rede pública, assegurando todos os benefícios do formidável esforço de investimento em saneamento e contribuindo para a melhoria do meio ambiente”, ponderou Serra.
Regina Amabile
