Sabesp adota coleta seletiva de lixo

Até 2010, a prática ecológica de reciclar o lixo será estendida a todas as unidades da empresa, em 367 municípios paulistas

qua, 07/05/2008 - 11h32 | Do Portal do Governo

Funcionários da Sabesp vão separar todos os materiais recicláveis do restante do lixo. Antes, a coleta seletiva ocorria de forma experimental. Agora, eles poderão trazer de casa pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes já que haverá coleta e destinação desses materiais perigosos. Colocados na entrada do prédio e em locais estratégicos da empresa, os cestos de papéis (azul), vidros (verde), plásticos (vermelho) e metais (amarelo) facilitarão a segregação correta dos resíduos. Pilhas e baterias serão recolhidas na cesta de cor laranja e o lixo comum ficará armazenado no cesto cinza. Uma central acomodará os recicláveis.

Por enquanto, o programa de coleta seletiva está em funcionamento no edifício-sede da empresa (no Complexo Administrativo Costa Carvalho) e também no prédio da Sumidouro. A previsão é de que, até 2010, a coleta seja estendida a todas as unidades, em 367 municípios paulistas, informa o assessor de meio ambiente da presidência, Marcelo Morgado. “Antes existiam coletas seletivas localizadas. Agora consolidamos as experiências e criamos uma sistemática para toda a empresa que cumpre as diretrizes da Sabesp de atender à política de meio ambiente”.

Chamado de Minimização e Destinação Responsável de Resíduos, o programa se pontua pelos conceitos dos 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. Lançado dia 25 de abril, começou com a colocação de latas de coleta seletiva nas entradas do prédio, nas portarias e nos ambientes de trabalho. Nesse dia houve caminhada da reciclagem e apresentação do Soul da Lata, banda que utiliza instrumentos produzidos com material reciclado. Morgado disse que a iniciativa “tem tudo para ser um grande sucesso porque o público tem aderido à idéia e tem consciência ambiental”.  

Reduzir, reutilizar – O assessor informa que os funcionários receberão treinamento e até a mão-de-obra terceirizada será orientada para não haver “descuido” no trato com os recicláveis. Os cestos de lixo serão substituídos por caixa individual de cor azul para descarte de papel, papelão, jornal e revista. Uma das ações da Sabesp para evitar o desperdício de recursos naturais e de matérias-primas é a emissão das contas aos consumidores com papel reciclado, exemplifica.

O papel é responsável por 40% do lixo urbano, de acordo com a associação sem fins lucrativos Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), referência em questões ligadas ao trato de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Só para ter idéia da economia e do ganho de preservação ambiental, uma tonelada de papel reciclado poupa 12 árvores, 100 metros cúbicos de água, 2,5 mil kWh de eletricidade, 2,5 barris de petróleo e 12 mil metros quadrados de área plantada de eucaliptos.

Os materiais recicláveis coletados serão leiloados. Boa parte dos recursos obtidos será enviada ao Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp). A quase totalidade dos antigos cestos será destinada à coleta seletiva, já que é preciso aproveitar ao máximo o que está disponível, salienta Morgado. Outro aproveitamento significativo foi com a construção de uma composteira que cuidará de resíduos de poda de jardinagem, borra das máquinas de café e cascas de legumes e frutas. A estrutura e o teto foram feitos com sucata.  

Pilhas, baterias – Os recicláveis trazidos de casa são coletados no posto de entrega voluntária, localizado no estacionamento. Todos serão orientados a tratar adequadamente os reutilizáveis. Por exemplo, lavar (remover a sujeira grosseira) latas, embalagens de longa vida e frascos de vidros e retirar as tampas antes de jogar nos cestos de coleta. As pilhas e baterias serão enviadas para a empresa Suzaquim Indústria Química Ltda., a única autorizada pela Cetesb a dar destinação final desses resíduos.

Em pilhas e baterias há componentes tóxicos (chumbo, mercúrio e cádmio) que, se descartados em lixões e aterros sanitários, contaminam o solo, os cursos d’água e os lençóis freáticos.

A queima de resíduos de metais pesados em incineradores é desaconselhável porque os resíduos tóxicos permanecem nas cinzas e parte deles pode volatilizar e contaminar a atmosfera. Já as lâmpadas fluorescentes (quando incineradas) contêm substâncias tóxicas que podem causar grandes danos ao sistema nervoso, quando ingeridas ou inaladas.

As lâmpadas serão enviadas para a Apliquim Tecnologia Ambiental, empresa especializada em engenharia ambiental e conhecida por seu trabalho de reciclagem de lâmpadas. Outra ação é a instalação de uma bombona para receber óleo de cozinha proveniente do restaurante mais o que os funcionários trazerem de casa. O produto será doado à ONG Trevo para fabricação de sabão e biodiesel. 

SERVIÇO

Mais informações sobre coleta seletiva no site www.cempre.org.br 

Claudeci Martins

Da Agência Imprensa Oficial