Rota consegue recapturar Champinha em menos de 10 horas

Ele foi encontrado, junto com o menor R.A.N, de 17 anos, por volta das 4 horas de ontem

sex, 04/05/2007 - 15h02 | Do Portal do Governo

Menos de dez horas. Foi o tempo gasto pelos policiais da Rota (Ronda Ostensiva Tobias Aguiar) recapturarem Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, depois de sua fuga do Centro de Atendimento Socioeducativo do Adolescente (Casa) na Vila Maria. Sob o comando do tenente Marcelo Alves da Silva, cinco viaturas e 24 policiais saíram à procura do infrator que fugiu da unidade da Vila Maria às 18h15 minutos do dia 2 de maio.

Champinha foi capturado, junto com o menor R.A.N, de 17 anos, por volta das 4 horas de ontem (dia 3 de maio) na casa de uma tia do jovem com quem fugira, em Ferraz de Vasconcelos, cidade distante 40 km do centro da capital. Champinha é acusado de estuprar e assassinar uma estudante de 16 anos e de ter planejado o assassinato do namorado dela, de 19. Os crimes foram cometidos em 2003.

A operação – O oficial que comandou a operação é jovem. Com apenas 31 anos, o tenente Marcelo está na 1ª Companhia do 1º Batalhão de Choque, há apenas quatro meses. “Entrar para a Rota foi a realização de um sonho, pois, a unidade é considerada a tropa de elite da Polícia Militar e ajudar a solucionar a tempo um caso que comoveu todo o País não tem preço”, disse o policial.

O sucesso da operação, também, teve outro componente importante. O oficial utilizou o sistema Fotocrim, cuja base de dados contém todas as informações sobre os principais criminosos. “Ao utilizar o sistema, o policial consegue obter dados como: tipo físico, contatos, endereços de familiares, amigos, possíveis contatos, etc. Hoje, estão cadastrados 310 mil criminosos e também toda a população carcerária,” informou o tenente Rondini, do Estado-Maior da Polícia Militar.

A base de dados é alimentada pelo trabalho do policial militar nas suas ações de rua e pela parceria existente entre a Polícia Militar e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Criado em 1999, o Fotocrim está disponível para todo policial militar e pode ser acessado via Intranet nas companhias, batalhões e em algumas viaturas que já têm computador de bordo.

“Utilizando este sistema, conseguimos chegar à casa da mãe do Champinha, em Embu-Guaçu. Ao chegar lá, conversamos longamente com os familiares, falamos dos problemas que o jovem enfrentaria se continuasse foragido”. Enquanto conversávamos com a mãe do rapaz, presenciamos a ligação do acusado a um irmão, por volta das 22 horas. Ele pedia dinheiro para sair do Estado de São Paulo. O valor deveria ser entregue na rodoviária de Ferraz de Vasconcelos. Com essas informações, a polícia conseguiu detê-lo, ainda na casa de uma tia do jovem com quem fugira.

O jovem permanece no Centro de Triagem da Fundação Casa, no Brás, centro de São Paulo. E deve ser apresentado ao juiz da Vara de Infância e Juventude que decidirá seu destino.

Vinte funcionários do Casa da Vila Maria e seu diretor foram afastados. Há suspeita de participação e omissão dos funcionários do Centro.

O secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Marrey, defende o encaminhamento do infrator para um local especial de tratamento de criminosos com problemas psiquiátricos, como a Casa de Custódia de Taubaté. O futuro do adolescente será definido pelo Juizado da Infância e da Juventude. No final do ano passado, a secretaria da Saúde emitiu um laudo em que defendia a mesma posição.

 

Maria Lucia Zanelli

Da Agência Imprensa Oficial