Rodoanel de São Paulo

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seg, 16/04/2001 - 17h47 | Do Portal do Governo

Rodoanel de São Paulo

O Rodoanel de São Paulo é um empreendimento que tem como principal objetivo a melhoria da qualidade de vida na Grande São Paulo. Além de tornar o trânsito ágil, eliminando o tráfego de passagem, deixará a cidade mais livre para os transportes coletivo e individual.

Será uma rodovia bloqueada que contornará a Região Metropolitana, distanciando de 20 a 30 km do centro do município. Sua extensão total é de aproximadamente 170 km, interligando os grandes corredores de acesso à metrópole: rodovias dos Bandeirantes, Anhangüera, Castello Branco, Raposo Tavares, Régis Bittencourt, Imigrantes, Anchieta, Ayrton Senna, Presidente Dutra e Fernão Dias. A velocidade está programada para 100 km/h nas duas pistas, com um número de faixas obedecendo o volume de tráfego projetado.

Uma das maiores obras rodoviárias do País, o Rodoanel está sendo construído em etapas, de acordo com o seguinte cronograma: Trecho Oeste, iniciado em janeiro de 1999 e com término previsto para o segundo semestre de 2001; Trecho Sul, a ser iniciado no primeiro semestre de 2002 com término previsto para 2004; Trechos Norte e Leste, com previsão de início em 2004 e término em 2006.

Do projeto fazem parte dispositivos e medidas operacionais que evitarão a ocorrência de acidentes com cargas perigosas, controlando e impedindo a contaminação ambiental. Nos túneis, a implantação de sistemas de ventilação e filtros facilitarão a dissipação de gases.

Incorporando tecnologia avançada, o Rodoanel será monitorado por câmeras de TV e disporá de painéis de mensagens variáveis, permitindo interação com os usuários e atendimento imediato a qualquer ocorrência. Esses dispositivos possibilitarão informar, em tempo real, qual o melhor itinerário, a situação dos principais corredores internos, as opções disponíveis e os limites de velocidade quando houver condições adversas.

O custo de todo o empreendimento está estimado em R$ 6 bilhões, valor referente à obra propriamente dita, aos reassentamentos, às desapropriações e às obras compensatórias.

Construção do Trecho Oeste

O Trecho Oeste, com extensão de 32 km, é o único em construção e já iniciou a entrega de algumas obras à população. O Viaduto da Estrada Velha de Cotia (70 metros), em Osasco, possibilitou a conexão entre os bairros da região; a canalização do Córrego Carapicuíba, eliminou as constantes enchentes da região, fato este registrado nas últimas chuvas; e a marginal, paralela ao eixo do Rodoanel, ligando a avenida dos Autonomistas ao bairro de Quitaúna, otimizou o trânsito na região. As alças de retorno à Rodovia Raposo Tavares e a coletora sul, também já entregues à população, estão facilitando os acessos ao Colégio Pérola Bayton, unidade da Febem, Penitenciária Feminina e, em breve, à Vila Olímpica.

Para o primeiro semestre de 2001 está programada a entrega ao tráfego da ligação entre as rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares (7 km) e a ligação da Via Anhangüera com a rodovia dos Bandeirantes e a Estrada Velha de Campinas (8 km).

O setor oeste da Região Metropolitana é o mais carente de sistema viário perimetral. O Trecho Oeste beneficiará diretamente a cidade de São Paulo e os municípios de Taboão da Serra, Embu, Cotia, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Santana do Parnaíba e indiretamente todos os municípios a oeste da RMSP. Terá como função primeira ordenar o tráfego de passagem das cargas provenientes do Sul do país com destino a Mato Grosso, e as do Centro-Oeste para o Porto de Santos. Além disso, facilitará o fluxo de deslocamento da zona norte para a zona sul da capital.

Em virtude de suas características o Rodoanel não pode ser considerado apenas uma obra estadual, uma obra regional. É um empreendimento nacional, pois equaciona o sistema viário da RMSP, facilitando o fluxo de cargas que seguem para os países integrantes do Mercosul e para o Porto de Santos, que diminui o ‘custo Brasil’ e o das exportações, contribuindo diretamente para a otimização da economia nacional.

Das dez rodovias a serem interligadas por todo o Rodoanel, cinco se conectarão ao Trecho Oeste: rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhangüera e Bandeirantes. Essas rodovias absorvem 58% do total de veículos que passam pela Região Metropolitana, um total de 250 mil veículos/dia, dos quais 54 mil são caminhões. Quando o Trecho Oeste estiver concluído esse quadro será minimizado, uma vez que ele responderá por 47,8% da carga que entra e sai da RMSP, ou seja, 243,5 milhões de toneladas/ano.

O Trecho Oeste também estará contribuindo com o sistema ferroviário, pois ligará dois eixos ferroviários das linhas da CPTM.

As características técnicas do Trecho Oeste são: duas pistas com quatro faixas de rolamento cada uma, mais acostamento; obras de arte especiais totalizando 43 viadutos, 6 pontes, 2 piscinões, 7 trevos e 3 túneis duplos, sendo o primeiro entre Cotia e Embu, próximo à rodovia Régis Bittencourt, com 471 m; o segundo perto de Alphaville/Tamboré, em Barueri, com 660 m; e o terceiro em São Paulo, próximo à Fazenda Ithayê, na Via Anhangüera, com 1.713 metros.

Até agora já foi concluído, aproximadamente, 52% do percentual físico da obra. Neste trecho foram aplicados recursos da ordem de R$ 517 milhões, incluindo projetos, estudos ambientais, desapropriações, reassentamentos e obras complementares.

Ordenação do Sistema Viário

O desvio do transporte de carga possibilitará aos ônibus e automóveis utilizar melhor o sistema viário na Cidade de São Paulo e nos municípios vizinhos. Haverá considerável economia em tempo de viagem e em combustível, contribuindo, também, para a redução do custo Brasil. Hoje, o tráfego desordenado provoca um desperdício anual de 1,7 milhão de horas em congestionamentos e de 1,5 bilhão em litros de combustível. Outro fator que contribuirá para a organização do trânsito será o deslocamento de empresas hoje situadas no centro da capital para as margens do Rodoanel.

Aspectos ambientais e Sociais

O Rodoanel não é apenas uma obra viária, mas um empreendimento urbanizador que busca o desenvolvimento econômico e social do Estado de São Paulo e do país. Neste aspecto o Rodoanel contempla também as questões ambiental e social. A reorganização de espaços urbanos degradados, a defesa de áreas de proteção ambiental e a recomposição de acervos florestais são alguns aspectos que mostram o comprometimento do projeto com a qualidade de vida.

A melhoria no sistema viário com ênfase na diminuição dos congestionamentos trará, como conseqüência imediata, a redução da poluição nos municípios da Grande São Paulo e na própria capital. O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório do Impacto do Meio Ambiente (EIA/RIMA) prevêem as seguintes ações para a preservação da região lindeira ao Rodoanel:

Recomposição florestal em encostas no Parque Estadual do Jaraguá;
– Enriquecimento florístico do sub-bosque de eucaliptais do Parque Anhangüera;
– Implantação de uma unidade de conservação ambiental nas nascentes do córrego Carapicuíba;
– Recuperação ambiental do Parque Municipal de Carapicuíba.

Ao longo de seus 31 anos de história, a Dersa sempre discutiu a qualidade de vida das comunidades lindeiras. E o Rodoanel não é exceção. Por ser uma obra urbana, cujo traçado cruza áreas densamente povoadas, a Dersa estabeleceu vários programas para discutir com a comunidade o impacto da obra.

Um primeiro programa é o de reassentamento de quase 2.000 famílias que deverão ser removidas em razão do traçado da obra. Hoje, elas vivem em situação precária, geralmente em terrenos invadidos. O processo de reassentamento irá contribuir para a melhoria da qualidade de vida não só dessas famílias como de toda a área atingida. Cooperativa foi a forma adotada pela Dersa. Um número específico de famílias adquirem um terreno com infra-estrutura completa onde são construídos os embriões residenciais. Do total das famílias a serem removidas, metade optou pelas cooperativas e a outra metade preferiu receber indenizações e deixar o local por conta própria.

Por outro lado, a preocupação com o saneamento levou à criação de piscinões, à canalização e à retificação de córregos, para eliminar os danos causados pelas enchentes e contribuir para a melhoria da saúde da população.

Outro aspecto social de grande importância será o estabelecimento de novos empreendimentos na Região Metropolitana, alavancando o seu desenvolvimento econômico e gerando novos empregos. Somente as obras do Rodoanel foram responsáveis por um aumento de 5,5% na oferta de empregos dentro do setor de construção civil, segundo a Associação Paulista de Empresários de Obras
Públicas (Apeop). O dado relevante, no entanto, é que serão cerca de 13 mil trabalhadores arregimentados na região, elevando o padrão socioeconômico regional.

Os centros de logística de cargas que já começam a se estabelecer no setor oeste da Grande São Paulo, como é o caso do Carrefour, em Osasco; da Panamco, no km 18 da Via Anhangüera; do Pão de Açúcar, Natura, Kolynos do Brasil, Xerox etc. passam a ter um papel relevante na geração de empregos.

Cidadania e educação

Desde o início das obras do Trecho Oeste está em funcionamento o Centro de Informações do Rodoanel – CIR, que atende às solicitações do público sobre o traçado, as características do projeto, o andamento das obras, desapropriações e reassentamentos, além de levar à população lindeira discussões sobre segurança.

Atenta ao impacto da obra sobre os moradores da região, a Dersa implantou, em 1999, o Programa de Educação para a Segurança. Põe em discussão questões relativas a segurança nos canteiros de obras abrangendo, inclusive, temas relacionados à cidadania. Na primeira fase, o programa atendeu aos alunos das escolas próximas às obras e, num segundo momento, deverá estender-se a locais públicos como praças, igrejas e associações de bairro. De agosto de 1999 a novembro de 2000 foram atendidas 30 escolas e um total de 25.140 alunos.

Dentro desses princípios, foi inaugurado, em agosto deste ano, o Espaço Rodoanel no km19 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), sentido interior/capital, no Parque Ipê, com o objetivo de atender à população lindeira. O Espaço conta com material didático, vídeos, maquetes e uma equipe treinada. Entre setembro e novembro de 2000, 14 escolas num total de 4.702 estudantes visitaram o Espaço.

Desenvolvimento econômico

Ao interligar os Sistemas Anhangüera/Bandeirantes e Raposo Tavares/Castello Branco, hoje responsáveis por 50% do escoamento das mercadorias pelo Porto de Santos e corredor do Mercosul, cresce a importância do Rodoanel nas exportações brasileiras.

Incluído no programa ‘Avança Brasil’ e no Plano Plurianual do Governo Federal como ‘Projeto Rótula’, o Rodoanel de São Paulo, como já dissemos, dará sua significativa contribuição para a redução do ‘custo Brasil’, já que eliminará desperdícios, diminuirá a poluição urbana, além de otimizar os recursos para saúde pública, na medida em que condições sanitárias mais adequadas melhoram o perfil da saúde da população.

Benefícios imediatos

Como medida compensatória, muitas obras, que não faziam parte do traçado do Rodoanel, foram realizadas em municípios vizinhos. É o caso de Embu das Artes, onde está sendo realizado o alteamento das pontes sobre o rio Embu-Mirim, possibilitando a união entre as duas partes do município, que é dividido pela rodovia Régis Bittencourt. Taboão da Serra, por sua vez, deixará de ser rota de passagem; Osasco e Carapicuíba, terão o tráfego mais bem distribuído e deixarão de enfrentar inundações, com a canalização de córregos e a construção de reservatórios de controle de vazão das águas.

Também em Carapicuíba, a parceria com a prefeitura permitiu reformas profundas no Parque Municipal dos Paturis. O parque ganhou dois novos campos de futebol; uma ampliação da área do lago; via marginal na área aterrada para atender ao tráfego local; bolsões de estacionamento externo; um total de 2 quilômetros de grades ao redor de toda sua extensão; remanejamento da pista de bicicross; terraplanagem de área para a realização de grandes eventos e reurbanização com plantio de árvores nativas.

Os benefícios também atingiram Barueri, onde o sistema viário local contará com os viadutos José Pereira Sobrinho e Ibateguara, já em fase final de construção; Francisco Morato, Caieiras e Franco da Rocha, passarão a ter uma saída estratégica pela rodovia dos Bandeirantes, reivindicada há mais de 20 anos pela população.

A Cidade de São Paulo será beneficiada como um todo já que o Rodoanel estará contribuindo para equacionar o tráfego dos caminhões abrindo espaço para o transporte coletivo e individual, mas no trecho oeste de São Paulo bairros como o Butantã e a região da Cidade Universitária terão benefícios diretos, pois terão melhor qualidade de vida em razão da diminuição do nível de poluição do ar e do ruído, hoje acima do tolerável. Os congestionamentos serão minimizados, principalmente no Cebolão, e a região deixará de ser passagem dos caminhões que cruzam a cidade com destino a outros municípios do Estado e do país. A avenida Francisco Morato terá mais espaço para o transporte coletivo e o corredor da Avenida Eliseu de Almeida ficará liberado para o tráfego geral.

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