Regimento de Cavalaria completa 117 anos

Cavaleiros auxiliam no controle policial e participam de atividades esportivas e sociais

ter, 20/10/2009 - 11h16 | Do Portal do Governo

História, tradição, turismo e responsabilidade social. Esses fatos marcam a vida do Regimento de Polícia Montada 9 de Julho que, ao completar 117 anos de existência, resgata sua história e dá novos passos em direção ao futuro. “Estamos produzindo um livro sobre a história do Regimento. Além disso, criamos uma Sala de Memória, onde estão guardadas algumas relíquias doadas por familiares ou por antigos comandantes”, informa o tenente-coronel Ricardo Andreolli, comandante do Regimento de Polícia Montada e autor da obra Regimento 9 de Julho.

Por sua longa tradição, o quartel, localizado na Rua Jorge Miranda, no quadrilátero da Luz, também faz parte do Roteiro Cultural da cidade. “Os visitantes conhecem, num único dia, a Pinacoteca, o Museu de Arte Sacra, o Jardim da Luz e, por último, as nossas instalações. Muitos não sabem que a Polícia Montada está localizada aqui”, diz o 1º tenente Syllas. Ao cruzar o portão marrom, os interessados entram em contato com uma das unidades mais antigas da Polícia Militar e que mantém várias tradições equestres e militares.

Essas tradições foram mostradas ao público e aos convidados durante a comemoração dos 117 anos do Regimento. Demonstrações do carrossel, de volteio, provas hípicas e entrega da medalha centenária a policiais militares e autoridades civis fizeram parte do festejo. A insígnia, criada em 31 de agosto de 1992, é oferecida a um grupo de pessoas que colaboram e contribuem com as funções do Regimento de Polícia Montada. O diretor cultural do Jockey Club, Fuad Sallum, foi um dos contemplados com a medalha centenária.

Torneio Hípico

As comemorações incluíram também o 28º Torneio Hípico, disputado por cavaleiros civis e militares de todo o País e aberto ao público. As competições obedecem às regras da Confederação Brasileira de Hipismo. Dentre as atrações do Torneio, está o volteio, espécie de ginástica praticada sobre o cavalo em movimento – uma das modalidades equestres mais antigas. Durante a Idade Média, o volteio era utilizado como parte do treinamento de soldados para as batalhas, já que proporcionava grande equilíbrio e conivência entre cavalo e cavaleiro. Além disso, é uma prática que consegue aliar os princípios básicos da equitação: equilíbrio, força, leveza e flexibilidade da ginástica olímpica. “A Escola de Volteio do Regimento 9 de Julho foi criada em 1946. Os profissionais são responsáveis pela doma dos cavalos novos, além de trabalhar em áreas de maior ocorrência policial”, informa o 1º tenente Syllas. Hoje, a instituição conta com 12 policiais que treinam diariamente, durante seis meses, em média, segundo o oficial.

Outra atração é o carrossel: conjunto de evoluções sincronizadas, formando figuras ao som de músicas especiais, mas sem qualquer voz de comando, sendo ouvidos apenas gritos de guerra da tropa.

O primeiro carrossel executado em São Paulo ocorreu em 15 de novembro de 1907. Passados 102 anos da sua primeira exibição, ainda encanta os convidados. “Monto desde os 7 anos, mas é a primeira vez que minha mãe e eu assistimos a esse tipo de demonstração. Voltarei novamente no próximo ano”, garante a visitante Bianca, de 14 anos. O auge do espetáculo é a carga – galope largo, lanças abatidas em posição de guarda – em direção ao setor das autoridades que a assistem.

Para que a execução seja perfeita há necessidade de pleno domínio do cavaleiro na condução de seu cavalo e ampla visão de conjunto por parte dos guias e dirigentes. “É com muito orgulho que vemos a atuação dessa unidade que mantém o cultivo das tradições e valores dentro da Polícia Militar. O Regimento da Polícia Montada atua, ainda, no policiamento e em eventos. A presença do homem com o cavalo impõe respeito e também dá uma visão privilegiada ao policial”, avalia o coronel Camilo Álvaro Batista, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 

Equoterapia

Há 16 anos, o Regimento também mantém um projeto social de equoterapia, método que utiliza o cavalo como principal recurso terapêutico para reabilitar pessoas com deficiência. A garota Giovanna, de 3 anos, descobre os prazeres da montaria durante as sessões realizadas no Regimento de Polícia Montada 9 de Julho. A pequena amazona e mais 29 pacientes participam do projeto. “Minha filha é portadora de lisoencefalia, tinha a coordenação motora comprometida e muito medo do animal. Com apenas algumas sessões, melhorou o seu desempenho motor e social”, afirma a mãe Ana Gleice Batista.

“O nosso projeto surgiu a partir da necessidade de aproximar o policial militar da população civil. Hoje, contamos com 15 voluntários”, explica Rosana Cruz, fisioterapeuta e coordenadora da iniciativa. O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Equoterapia teve início em 1993, atendendo às solicitações da Ande Brasil (Associação Nacional de Equoterapia), em Brasília. O Regimento 9 de Julho foi pioneiro na adoção desse centro em São Paulo.

O Regimento iniciou o tratamento de equoterapia, atendendo à comunidade carente e aos filhos de policiais militares, com a ajuda voluntária de PMs e profissionais civis especializados nas áreas de fisioterapia, pedagogia, psicologia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. As sessões, com duração de 30 minutos, ocorrem às segundas e terças-feiras, das 14 horas às 18h45.

As sessões ajudam também os voluntários. “Mesmo nas minhas folgas, venho aqui dar uma mãozinha e saio muito satisfeito”, diz o sargento Salgado. Hoje, segundo a coordenadora, existe fila de espera para o atendimento, que é gratuito. “Precisamos de mais voluntários para auxiliar no tratamento. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (11) 3315-0003”, finaliza o policial.

Da Agência Imprensa Oficial