Região de Ribeirão Preto ganha 17ª Base Comunitária de Segurança Distrital

Região passa a contar com 17 das 39 bases no modelo japonês chuzaisho, instaladas no Estado

sex, 27/08/2010 - 18h00 | Do Portal do Governo

Ampliar a interação entre a população e a Polícia Militar, além de difundir o respeito aos direitos humanos. Seguindo essa filosofia de policiamento comunitário, será inaugurada, neste domingo, 29, a 39ª Base Comunitária de Segurança Distrital do Estado, no distrito de Bueno de Andrada, em Araraquara – sendo a 17ª na região do Comando de Policiamento do Interior 3 (CPI-3), de Ribeirão Preto. Inspirada em um modelo japonês (Chuzaisho), o policial reside com sua família na própria base e integra a atividade policial com sua vida social, tornando-se um agente de segurança diferenciado.

Criadas por meio de um convênio entre a Secretária da Segurança Pública e as prefeituras de cidades menores, as Bases Comunitárias de Segurança Distrital (BCSD) são instaladas em áreas com baixa densidade demográfica e com menores indicadores criminais. Os preceitos japoneses foram adaptados à realidade paulista e às peculiaridades de cada região onde a base é instalada. O policial militar conhece a região e convive diretamente com a população. Por isso, ele se torna referência de atendimento à comunidade nas demandas relativas à segurança.

Para o coronel Luiz de Castro Junior, da Diretoria de Polícia Comunitária, as Bases Comunitárias de Segurança Distrital são de suma importância e aproximam a população da polícia. “Demonstram o laço de confiabilidade na questão da relação entre a sociedade e a polícia. Nos locais onde temos as bases distritais, a população dá um exemplo de cidadania e contribui com as questões de segurança”, argumenta.

O sistema de instalação das bases segue a premissa do Policiamento Comunitário, que visa o respeito aos direitos humanos. Para isso, conta com a aproximação e participação da comunidade na identificação dos problemas ligados à segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida.

Expansão

A região do Comando de Policiamento do Interior 3 (CPI-3), que abrange 93 municípios, é a que tem a maior concentração de bases no modelo Chuzaisho, totalizando 17 com a inauguração no distrito de Bueno de Andrada. Na região do CPI-1 (São José dos Campos) estão outras três; no CPI-4 (Bauru), estão mais cinco. No CPI-5 (São José do Rio Preto) estão outras duas; e no CPI-6 (Santos), mais uma. O CPI-7 (Sorocaba), estão sete bases distritais; e, no CPI-8 (Presidente Prudente), ficam as outras quatro.

Castro explica que há um estudo técnico para avaliar a viabilidade de instalação das Bases Comunitárias de Segurança Distrital: “Em primeiro lugar, são verificadas as possibilidades minimizadas de ocorrências de alto potencial ofensivo. Outro critério é não ter nenhuma unidade da polícia no local”.

Ele ressalta que também é analisada a questão da distância do centro urbano, já que as bases, normalmente, são instaladas nas áreas rurais, conhecidas como distritos. Além disso, é avaliada a necessidade da presença da base e do policial 24 horas por dia na região. Após o estudo, e se comprovada a viabilidade técnicas e a necessidade da comunidade, as bases são instaladas por meio de convênio com as prefeituras locais em outros distritos.

Aproximação com a população 

A instalação da Base Comunitária de Segurança Distrital em Bueno de Andrada beneficia aproximadamente 2.100 habitantes. A base fica próxima da Rodovia Washington Luis (SP-310), e a maior parte dos atendimentos, conforme levantamento já feito, estão relacionados a acidentes de trânsito – é que cerca de quatro mil veículos circulam por essa região diariamente.

O soldado Mac Donald Garcia Junior, de 40 anos, sendo 17 deles dedicados à Polícia Militar, é o policial que vai morar na base. Na área de 324m², o PM viverá com sua esposa e seus dois filhos. A base conta com câmeras de monitoramento, interfone, sistema de rádio da Polícia Militar, além de computador conectado à intranet. Na garagem de sua residência, há uma viatura disponível 24 horas.

Morador de Bueno Andrada há 11 anos, o soldado é um conhecedor da região e dos habitantes. Garcia explica que a aproximação e a relação com a população é uma ferramenta de extrema importância para a polícia. “Esse modelo de policiamento funciona e tem trazido ótimos resultados para a nossa região; sinto-me orgulhoso em poder promover os princípios e a filosofia de Polícia Comunitária”, ressalta.

Garcia conta que está sempre em contato com a população e é uma figura bastante conhecida dos moradores. Ele realizará visitas periódicas aos sítios, chácaras, áreas rurais e estabelecimentos comerciais. “De acordo com as informações e problemas apresentados pela comunidade, realizaremos um planejamento estratégico para o policiamento ostensivo”, adianta.

A jornada de trabalho de um policial militar é de 40 horas semanais e, normalmente, as folgas são aos finais de semana; mas, neste modelo de policiamento, o PM está disponível para a comunidade em tempo integral. Ao receber a informação da ocorrência, o policial avalia a situação e informa por rádio a central da PM. Dependendo do tipo de ocorrência, são enviadas outras equipes para dar apoio policial.

Resultados no 13º BPM/I

A filosofia de Policiamento Comunitário expandida pela Polícia Militar tem ajudado a diminuir a criminalidade no Estado de Paulo. Na Base Comunitária de Segurança Distrital de Tapinas – na região do 13º BPM/I, subordinado ao CPI-3, em Itápolis -, no 1º semestre de 2009 foram registradas 22 ocorrências. No primeiro semestre deste ano, o número de ocorrências caiu para nove. Na região onde está instalada a Base Distrital de Nova América, no 1º semestre de 2009 foram registradas 15 ocorrências, contra apenas cinco no 1º semestre deste ano.

Para o comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar do Interior (13º BPM/I), coronel Antônio Marcolino Vieira, de 55 anos, sendo 34 deles como policial militar, as Bases Comunitárias de Segurança Distrital contribuem para reduzir a criminalidade e aumentar a segurança da população. “As bases são essenciais para promover a aproximação entre a polícia e a sociedade. Com a presença do policial, as bases transmitem a sensação de segurança aos moradores dos distritos”, explica.

O comandante ressalta que as bases, nos moldes Chuzaisho, seguindo a filosofia de Polícia Comunitária, ajudaram a melhorar o relacionamento com a comunidade: “O vínculo com a população é excelente, os moradores passaram a ser mais ativos, auxiliando no trabalho do policial.”

Da Secretaria da Segurança Pública