Reformas vão melhorar em 35% fluidez do trânsito na Marginal do Tietê

Complexos (pontes, viadutos e alças de acesso) deverão estar prontos até outubro de 2010

qua, 30/12/2009 - 18h00 | Do Portal do Governo

Os usuários da Marginal do Tietê – que passa por obras de readequação viária iniciadas em junho – já dispõem de 7,5 quilômetros da nova pista central. A previsão da empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), que coordena as obras de reforma da via, é concluir um trecho novo a cada 45 dias, finalizando toda a parte de pistas até 27 de março de 2010. Os complexos (pontes, viadutos e alças de acesso) deverão estar prontos até outubro de 2010.

Os trabalhos na Marginal abrangem 46 quilômetros de pistas, 23 quilômetros de cada lado do rio. Até então, a via tem dois tipos de pistas (local e expressa) em cada sentido, somando juntas de sete a nove faixas. Com a readequação, o número de faixas por sentido da via será de nove a 14.

Além da criação de nova pista central, a obra compreende a construção de pista local, instalação de novas alças de acesso, construção de quatro novas pontes e alargamento das existentes. As novas alças serão instaladas, por exemplo, na Ponte Cruzeiro do Sul, sentido bairro-Castello Branco pela pista local, e na Ponte das Bandeiras, sentido cidade-Ayrton Senna pela pista expressa.

Preocupação ambiental

Uma das novas pontes será construída sobre o Rio Tamanduateí, na pista interna da Marginal, sentido Castello Branco-Ayrton Senna. Outra (sobre o Rio Tietê) terá a finalidade de conduzir o tráfego oriundo da Avenida do Estado para a Marginal, no sentido Castello Branco. O conjunto formado por essa ponte e alças auxiliares, que serão construídas em ambas as margens do rio, constituirá o Complexo da Avenida do Estado. Uma terceira ponte será instalada também sobre o Rio Tietê (próxima à ponte da Avenida Cruzeiro do Sul), permitindo o acesso direto do tráfego que vem da zona leste para a Avenida Cruzeiro do Sul, em direção ao centro da capital. A quarta ficará no Tatuapé, facilitando o acesso dos veículos que vêm da Avenida Salim Farah Maluf para a Marginal, sentido Castello Branco (pequeno anel viário) e, também, Ayrton Senna.

A readequação prevê ainda a parte de compensação ambiental e a instalação de monitoramento eletrônico ao longo da via. Segundo o diretor de engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, a compensação ambiental é uma das maiores em todo o mundo em termos de obras rodoviárias e inclui, entre outras, ações no Parque Ecológico do Tietê.

O monitoramento eletrônico será realizado por meio do Centro de Controle Operacional (CCO). O sistema definirá, entre outras questões, se um caminhão consegue passar em determinada ponte e em qual pista o usuário deve trafegar. A operação do CCO será assumida integralmente pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A especificação e o projeto do futuro CCO e do sistema de sinalização e monitoramento, que abrangerá também a Marginal do Pinheiros, estão sendo discutidos conjuntamente por técnicos da Dersa e da CET.

Menos congestionamento 

“Melhorar a fluidez é o objetivo da nova Marginal”, informa Souza. Hoje, ela registra 1,2 milhão de viagens por dia, o que a torna a mais movimentada do País. As filas de congestionamento atingem, em média, 30 quilômetros nos períodos de pico, representando 25% do total de congestionamento medido na cidade de São Paulo. Nesses momentos mais críticos, o usuário leva 1h20 para percorrê-la.

Com o novo projeto, a previsão é que esse tempo diminua para 40 ou 50 minutos, ou seja, redução de quase 50% em relação ao que ocorre atualmente. Estudos indicam que as obras irão melhorar em 35% a fluidez da Marginal, observa Souza. “Na hora em que isso acontecer, estaremos reduzindo o congestionamento, a quantidade de gás carbônico liberada e a irritabilidade, com melhora da qualidade de vida das pessoas”, afirma.

O diretor de engenharia da Dersa enfatiza, porém, que uma obra sozinha não resolve o problema de congestionamento em nenhuma metrópole do mundo. “Junto com a readequação da Marginal é preciso que se faça também um conjunto de empreendimentos para melhorar a fluidez de veículos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A Marginal não é uma via isolada. Ela faz parte do sistema viário estratégico metropolitano, composto ainda pelo Rodoanel, Avenidas Jacu-Pêssego (zona leste) e Roberto Marinho (zona sul)”, explica.

Ampliação 

Segundo Souza, o que permitirá absorver o grande fluxo de veículos decorrente da ampliação da Marginal são todos esses empreendimentos mencionados, mais o Projeto Sobre Trilhos na RMSP e medidas para condicionar o tráfego de carga a determinados horários. Ele observa, porém, que não existe empreendimento que dure mais de dez anos, até porque a frota de São Paulo cresce 25% a cada cinco anos.

A obra da nova Marginal foi dividida em três trechos: O que abrange o viaduto da CPTM (região da Lapa) até a confluência com a Rua Ulisses Cruz, no Tatuapé, num total de 15,2 quilômetros, ficou sob a responsabilidade da Dersa. Outro trecho, do viaduto da CPTM até o Cebolão (Rodovia Anhanguera), com 4 quilômetros, está a cargo da concessionária AutoBan (que administra o sistema Anhanguera/Bandeirantes). O terceiro, do Tatuapé à Rodovia Ayrton Senna, totalizando 3,5 quilômetros, ficou com a Ecopistas (que administra as rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto). A fiscalização desses dois últimos cabe à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) com a colaboração da Dersa.

Recursos

A parte de obra civil (que abrange a construção das pistas e a readequação das pontes, entre outras) está orçada em R$ 1,3 bilhão. Já o empreendimento total (que compreende ainda a compensação ambiental, monitoramento eletrônico e sinalização horizontal e vertical) atinge pouco mais de R$ 1,8 bilhão. Os investimentos são do Governo do Estado e das concessionárias Autoban e Ecopistas, cabendo R$ 1,1 bilhão ao primeiro e R$ 200 milhões às concessionárias.

Inicialmente, o projeto previa grande número de desapropriações. “Mas fizemos readequações para reduzi-las ao máximo”, explica Souza. O projeto inicial previa, por exemplo, que a pista iria adentrar o Sambódromo, mas ela foi desviada para o lado esquerdo. Com isso, segundo ele, não deve passar de 10 mil metros quadrados a área a ser desapropriada.

Da Agência Imprensa Oficial