A Rede Social São Paulo apresentou na última segunda-feira (28) os principais resultados do Projeto Envolver, seu primeiro desafio. Mais de 100 pessoas, parceiras da Rede e representantes dos três setores da sociedade se reuniram em São Paulo para ouvir do secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social Rogerio Amato os números do Envolver e os próximos desafios sociais que precisarão da mesma articulação dos parceiros para serem enfrentados.
Desde 2005, ano em que foi lançado o projeto piloto, o Envolver capacitou mais de 11 mil pessoas que atuam na proteção dos direitos de crianças e adolescentes em 407 cidades, que abrigam cerca de 92% da população do Estado. Foram realizados 258 encontros temáticos, onde levantaram-se 1.211 desafios e 340 propostas para o cumprimento efetivo do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Em 139 municípios foram formados núcleos de atividades nos seguintes temas: Mobilização e Articulação; Comunicação; Efetividade do Sistema; e Financiamento das Políticas Públicas. Estes núcleos norteiam e sustentam o trabalho de fortalecimento das redes nas cidades e regiões e dão mais eficiência ao atendimento e encaminhamento de crianças e adolescentes.
Além dos números, foram apresentados testemunhais de pessoas envolvidas com o trabalho em rede em prol da melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes. “A articulação das pessoas que atuam no atendimento a crianças permitiu que formássemos em Guarulhos uma rede forte e estruturada. Conseguimos diminuir em 50% o número de processos nesta área e reduzimos em 25% o abrigamento infantil” contou Daniel Issler, juiz da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos. “Precisamos respeitar a infância porque aí está o futuro”, concluiu.
As diretoras regionais de Assistência e Desenvolvimento Social Vera Zobaran (Mogi das Cruzes) e Ana Lourdes de Oliveira (Registro) também expuseram o andamento do trabalho em rede nos municípios pertencentes a cada regional. “Uma pesquisa feita em Registro observou que o principal problema enfrentado pelos adolescentes é a falta de cursos profissionalizantes. Por isso foi feita uma parceria com as escolas públicas e o Sebrae para a capacitar os professores da rede de ensino”, contou Ana Lourdes. “Mogi esteve presente desde o piloto do Envolver e hoje já possui uma rede social própria para proteção da criança e do adolescente”, completou Vera Zobaran.
Antes de encerrar o encontro, o secretário Rogerio Amato discursou sobre a necessidade de um trabalho conjunto para enfrentar os graves problemas sociais enfrentados pela Região Metropolitana de São Paulo, principalmente a capital. “Pela quantidade de pessoas, essa região tem suas particularidades e problemas específicos. O bairro da Brasilândia, umas das regiões mais vulneráveis da cidade, possui 250 mil habitantes, muito mais que a grande maioria das cidades do estado”.
Amato apresentou a Virada Social, ação conjunta entre parceiros do poder público e da sociedade civil que acrescenta à intervenção policial uma série de ações que propiciam melhores condições de vida a moradores de regiões com altos índices de criminalidade e vulnerabilidade social. “O Jardim Elisa Maria, na Brasilândia, foi o local da primeira Virada. Agora teremos pela frente outras Viradas Sociais e precisamos do apoio de todos vocês de acordo com a vocação de cada instituto, órgão, fundação e associação aqui representadas”, concluiu o secretário Rogerio Amato.
Fábio Siqueira
Da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social
(L.F.)
