Recursos Hídricos: Estado de SP já investiu R$ 200 milhões na construção de vinte piscinões

Capacidade dos reservatórios em operação é de 3,4 mi de m3 - que representa 41% do total previsto para as bacias do Pirajuçara e Tamanduateí

ter, 07/02/2006 - 16h53 | Do Portal do Governo

Capacidade dos reservatórios em operação é de 3,4 milhões de m3 – representando 41% do total previsto para as bacias do Pirajuçara e Tamanduateí

Para minimizar os transtornos causados à população na época das chuvas, o Estado construiu 20 piscinões na região metropolitana de São Paulo. Essas obras devolvem aos rios sua capacidade de alagamento e diminuem as enchentes. Desde 1999, quando deus-e iniciou à construção dos primeiros piscinões (entregues em 2000), o investimento foi de R$ 220 milhões (R$ 200 milhões do Estado e R$ 20 milhões da União).

As obras fazem parte do Programa Estadual de Combate às Inundações do governo do Estado de São Paulo, iniciado em 1998 com a elaboração de dois planos de macrodrenagem – um para a bacia do alto Tamanduateí e outro para a do Córrego Pirajuçara. Pelo planejamento está previsto criar recipiente de reserva de 6,7 milhões de metros cúbicos para a bacia do Tamanduateí e 1,7 milhão para a do Pirajuçara.

Com os 15 piscinões em operação na bacia do Tamanduateí (quatro em Mauá, três em Diadema, seis em São Bernardo do Campo, um em Santo André e um em São Caetano do Sul), alcançou-se a marca de 2.843.450 de metros cúbicos – 42% do total previsto para essa bacia. Outros dois estão em obras: um em São Bernardo do Campo e outro na divisa de Santo André com São Paulo. Quando concluídos, serão mais 600 mil metros cúbicos de capacidade de reservação, totalizando mais da metade da meta estabelecida para a área.

Mais um deve ser construído – A bacia do Pirajuçara tem capacidade para 580 mil metros cúbicos de água nos cinco reservatórios em operação (dois em Taboão da Serra, dois em São Paulo e um em Embu). Está em negociação com a prefeitura de São Paulo projeto para construção de mais um, com capacidade para 500 mil metros cúbicos. Quando essa unidade entrar em operação alcançará dois terços da meta estabelecida para a bacia. Para desenvolver os reservatórios há o comprometimento dos governos municipais, estadual e federal. As prefeituras cedem as áreas, o Estado realiza os projetos e executa as obras e, em alguns casos, a Federação entra com o financiamento parcial. Quando concluído, o piscinão é devolvido à gestão municipal, que deve cuidar da vigilância, manutenção a operação do reservatório. Cabe ao Estado monitorar permanentemente esses serviços.

Conscientização é a solução

Os piscinões armazenam o excesso de água das chuvas, o que evita ou minimiza a inundação nas ruas, ocorrência comum em cidades que crescem sem planejamento, ocupando indevidamente áreas de várzea. “A enchente é um processo natural durante os períodos chuvosos, se não houver nada nas áreas de várzea. O grande problema de São Paulo é que a cidade avançou sobre o espaço antes destinado às águas”, explica Ricardo Borsari, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), órgão vinculado à Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento responsável pelos projetos e pela construção dos piscinões.

O problema das cheias ainda se agrava pelo acúmulo de lixo nos bueiros e galerias e pelos detritos – móveis, pneus e até entulho – jogados diretamente nos rios. “A questão da drenagem é uma responsabilidade do poder público, mas também da sociedade. A conscientização da população é fundamental para que reduzam as enchentes”, afirma Borsasi.

Em linha e fora de linha – “De certa maneira, o piscinão restitui um pouco daquele efeito que a várzea tinha no amortecimento das chuvas.” Os reservatórios armazenam a água durante os picos de chuva e depois a recolocam nos córregos, rios e ribeirões. Há dois tipos de reservatório: em linha – em que o rio passa dentro do piscinão, pois este é construído nas margens dos cursos de água. Quando o rio enche, extravasa nessa área. Conforme o nível de água baixa, o acumulado no reservatório escoa apenas pela ação da gravidade. Já os piscinões fora de linha ficam ao lado do córrego. Nas cheias, a água transborda por um canal e enche o reservatório. Passando a chuva e caindo o nível do rio, inicia-se o processo de retorno da água por meio de bombeamento. A água é liberada aos poucos, de forma controlada, a fim de evitar inundações rio abaixo.

Medida eficaz – “Os piscinões têm-se mostrado solução eficaz, são uma defesa da cidade contra as inundações”, afirma do superintendente do Daee, que aponta alguns exemplos, como o da Avenida Piraporinha, em Diadema, que era freqüentemente inundada. “Até os imóveis haviam perdido o valor”, ressalta. Com a construção de um reservatório na região, começou a recuperação local, em função da não-ocorrência de enchentes com a freqüência e a intensidade em que ocorriam antigamente. “É justamente nessa linha que estamos trabalhando, no sentido de diminuir a freqüência e a intensidade das inundações”, explica Borsari.

Segundo ele, também o Paço Municipal de São Bernardo do Campo, na região próxima ao Largo de Campo Limpo, também sofria com as enchentes. Lembra que as garagens do Paço Municipal inundavam freqüentemente. Depois da construção do reservatório na bacia do Ribeirão dos Meninos, a repetição de alagamentos no local reduziu drasticamente.Sirlaine Aiala

Obras também na Bacia do Ribeirão Vermelho

Além das medidas adotadas na Calha do Tietê e nas áreas do Pirajuçara e Tamanduateí, previstas pelo Plano Diretor de Macrodrenagem, também começaram as obras na Bacia do Ribeirão Vermelho, na divisa de São Paulo com Osasco. “Já estão contratadas e em andamento a construção de dois piscinões e de um túnel de 400 metros, mais mil metros de canalização do Ribeirão Vermelho, na região do Rochedale, que inunda frequentemente em Osasco”, informa Borsari. Além das bacias citadas, o plano de macrodrenagem em sua estruturação atual contempla obras nas bacias do Médio Juqueri, Rio Aricanduva e Rio Baquirivu.

Da Agência Imprensa Oficial