Recuperação das estradas vicinais beneficia mais de 200 cidades

Além dos cofres públicos, os recursos para as obras virão de indústrias do interior e de prefeituras

sex, 18/05/2007 - 10h56 | Do Portal do Governo

Duzentas e dez cidades paulistas serão beneficiadas este ano com a recuperação de 2 mil quilômetros em 144 estradas vicinais. Assim, boa parte da economia do Estado irá escoar por asfaltos melhores, permitindo que os mercados consumidores recebam produtos com maior rapidez, menores custos e em melhores condições. É a primeira fase de um projeto amplo que pretende restaurar 12 mil quilômetros de vicinais nos próximos quatro anos. O Estado tem 170 mil quilômetros destas estradas, dos quais 13 mil asfaltados.

A Secretaria de Estado dos Transportes já deu início a 52 licitações para a realização das obras da primeira etapa. Serão investidos R$ 300 milhões, vindos de R$ 1,084 bilhão obtidos pela negociação da folha de pagamento dos servidores públicos estaduais com o Banco Nossa Caixa. O restante será destinado ao Rodoanel Mario Covas, Metrô e construção de fóruns no Estado.    

A segunda etapa de recuperação das vicinais, que abrange os demais 10 mil quilômetros, será executada por meio de empréstimos de R$ 1 bilhão com os bancos Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Mundial (Bird) e o BNDS. O secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, informa que além disso haverá também a presença do capital privado nas obras e das prefeituras. “Existem muitas indústrias do agronegócio, como usinas de açúcar e álcool, por exemplo, que necessitam de estradas em boas condições e participarão também do nosso projeto. O mesmo vale para as administrações municipais”, confia Mauro Arce.Romeu-e-julieta – No entender do secretário, os empresários do interior só têm a ganhar com investimentos nas vicinais. “São os principais interessados em manter o escoamento de seus produtos.” Ele se refere principalmente àquelas indústrias que se estabeleceram há pouco tempo em seus locais, os quais ainda não dispõem de muitas estradas, como nas redondezas de Araçatuba, por exemplo.

Assegura que a recuperação não será apenas um serviço de tapa-buraco. “Haverá drenagem, pavimento novo e melhorias em pontes”. Após as obras, é bem provável que algumas ganhem até status de SP (rodovia do Estado). As vicinais são administradas pelas prefeituras, que ficarão responsáveis pela manutenção. Por essas estradas, conta o secretário, passam veículos dos mais pesados, como os de dois reboques, chamados de romeu-e-julieta.

As primeiras estradas a receberem obras de recuperação serão aquelas localizadas nas regiões que mais sofreram com o período de chuvas nos primeiros meses do ano. Como exemplo, Mauro Arce cita a área central do Estado, no Vale do Rio Tietê.   Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial

Rodoanel Sul: prioridade

As obras do trecho sul do Rodoanel Mario Covas deverão ser reiniciadas este ano após o processo de desapropriação de 1.339 imóveis. No decorrer dos trabalhos, 2.644 famílias serão reassentadas. Enquanto isto, a Secretaria dos Transportes negocia com empreiteiras a mudança na forma de pagamento dos contratos. Mauro Arce conta que o Estado pretende estabelecer o preço global em lugar do unitário. Ele explica que o unitário é como se uma pessoa contratasse um frete para determinada distância e pagasse mais que o combinado se o percurso fosse maior. “É muito difícil trabalhar desta maneira, enquanto que o valor global é um só para toda a obra.”

A parte sul do Rodoanel ligará a Rodovia Régis Bittencourt à Imigrantes, passando pela Anchieta. O trecho será emendado à Estrada Jacu-Pêssego, na zona leste da capital, o que tornará possível ao motorista atingir também o complexo das rodovias Dutra/Ayrton Senna/ Carvalho Pinto.

O trecho novo terá 61,4 quilômetros, incluindo a ligação com Mauá, através da Avenida Papa João 23. Para a execução das obras, o trajeto foi dividido em cinco lotes, cada um a cargo de um consórcio de empreiteiras. Os contratos, que agora terão um aditivo com a inclusão do valor global, foram assinados em abril do ano passado e os trabalhos tiveram início simbólico em setembro. “Na verdade, na época foram construídos os canteiros de obra”, ressalva o secretário.

A secretaria usará parte do dinheiro da Nossa Caixa na obra. O custo total é orçado em R$ 2,7 bilhões, chegando a R$ 3,5 bilhões se considerar as desapropriações, reassentamentos e compensações ambientais. Adoção de pedágios – Há outras duas fontes de recursos: o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do governo Federal, considera o Rodoanel prioridade e prevê aplicação de R$ 1,2 bilhão nos próximos quatro anos. Outro aporte virá da licença de concessão do trecho oeste (já em operação há vários anos) à iniciativa privada, que irá cobrar pedágios.

Mauro Arce explica que a adoção de pedágios em alguns pontos do Rodoanel oeste, entre Régis Bittencourt e Bandeirantes, é necessária, embora polêmica e impopular para algumas pessoas que utilizam o trecho.

“Achamos que é melhor o cidadão pagar como usuário do que como contribuinte. Além do mais, quem quiser acessar rodovias sem passar pelas ruas da capital ou de outras cidades metropolitanas irá preferir pagar para circular no Rodoanel”, prevê o secretário.    

Pelas contas da secretaria, mais de 1,1 milhão de veículos por dia chegam à capital vindos de todo o País. Desses, 300 mil estão de passagem e, entre eles, 19 mil caminhões. A obra vai evitar que esses veículos pesados, bem como automóveis de passagem, transitem por dentro da cidade. 

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial