Recomposição florestal é tema de audiência promovida pela Sabesp

Evento é boa oportunidade para participante conhecer projetos em desenvolvimento e estabelecer contatos e parcerias

qua, 30/01/2008 - 11h09 | Do Portal do Governo

Além das parcerias e apoios que realiza com recursos próprios para projetos na área ecossocial, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), da Secretaria Estadual de Saneamento e Energia, busca colaborar para que mais iniciativas semelhantes viabilizem-se. Para isso, idealizou as audiências de sustentabilidade, cuja terceira edição foi realizada 21 de janeiro, na sede da empresa, na capital. O evento possibilitou aos participantes conhecer projetos em desenvolvimento e estabelecer contatos e parcerias com a própria Sabesp, outras instituições e empresas ou um ‘pool’ entre elas.

O tema desta 3ª Audiência de Sustentabilidade centrou-se na recomposição florestal com espécies nativas, isto é, em áreas de preservação permanente (APPs), mais especificamente as matas ciliares. Nos eventos anteriores, realizados em novembro e dezembro de 2007, respectivamente, os debates destacaram (no primeiro caso) as ações relativas aos rios Tietê e Pinheiros, da capital, e (no segundo) a reciclagem de óleo de cozinha utilizado em frituras.

Intercâmbio

As audiências são concebidas para a troca de informações e experiências relativas a projetos (não só ecológicos, mas esportivos, turísticos e artísticos, entre outros) de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Durante o evento, além de discorrer sobre suas atuações em relação ao tema proposto, a Sabesp também ofereceu a possibilidade para que algumas entidades apresentassem seus trabalhos perante o público, o que, diga-se, contribui para o debate, troca de idéias e para a busca de soluções para problemas em comum.

As audiências são da maior importância, segundo o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira. “Trata-se de espaços nos quais são discutidas iniciativas de proteção ao meio ambiente”, observa. Além disso, representam uma oportunidade de se conhecer o trabalho de determinadas organizações não-governamentais (ONGs) e trocar experiências, conhecimentos, tudo em prol do meio ambiente. Ele também destaca a presença, no evento, de profissionais qualificados e comprometidos com questões ambientais e de órgãos estaduais ligados ao tema.

Esse tipo de iniciativa originou-se das audiências de inovação, sobretudo a ênfase para as novas tecnologias de saneamento. “O seu sucesso serviu de inspiração para se organizar as de sustentabilidade”, explica o assessor da presidência da Sabesp para assuntos de Meio Ambiente, Marcelo Morgado.

A recomposição florestal, tema do último seminário, é considerada fundamental e importante, segundo Morgado. Isso porque a vegetação natural preserva os mananciais, combate a erosão, reduz o efeito estufa ao absorver carbono da atmosfera, entre outras vantagens. Pode ainda trazer oportunidades econômicas, sobretudo para solos desgastados, o que permite negócios com manejo de madeira, fitoterápicos, ecoturismo, entre outros.

Biodiversidade

O gerente do Departamento de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp, José Alberto Galvão Ferro, revela que a empresa sente necessidade de acelerar o processo de recomposição. “E, para isso, não encontramos outra forma a não ser a busca de parcerias”, observa. Além disso, “a busca de cooperação atende às necessidades da própria Sabesp no engajamento com as comunidades locais”, completa Sérgio Antônio da Silva, agrônomo da companhia.

A empresa desenvolve parcerias com entidades ambientalistas, fornece mudas e realiza acordos para o plantio em suas propriedades. As áreas prioritárias para esses projetos são margens de reservatórios e trechos nos quais é possível unir extensões providas de mata, os chamados corredores ecológicos, que formam “pontes” para o trânsito de animais e asseguram a biodiversidade.

Quatro ONGs, convidadas a apresentar seus projetos na audiência, mantêm entendimentos ou realizam projetos com a Sabesp. A The Nature Conservancy Brasil (TNC) é uma delas, a qual pretende assinar termo de convênio com a prefeitura de Piracaia para o plantio de 350 hectares de espécies nativas no entorno da Represa da Cachoeira, na localidade. O mesmo deve ocorrer com o Instituto Ipê, que visa à recuperação de área de 35 hectares ao redor da Represa de Atibainha, em Nazaré Paulista. 

Veja mais detalhes sobre projetos das ONGs

Mangue Seco

Com a Associação Terceira Via e a prefeitura de Joanópolis foi assinado convênio para o reflorestamento de 30 hectares, que constituirão o Parque Ambiental Mangue Seco. À exceção de todas estas iniciativas, a Sabesp mantém antiga parceria com o SOS Mata Atlântica no Projeto Tietê e pretende viabilizar outras mais.

Para suprir esses e outros projetos nas regiões circunvizinhas providas de reservatórios e rios, a Sabesp dispõe de dois viveiros próprios de mudas: Jaguari (localizado em Vargem) e Morro Grande (em Cotia), com capacidade para produzir conjuntamente 240 mil mudas por ano de 80 espécies de árvores nativas. A empresa estimula igualmente programas de estímulo com proprietários vizinhos para incentivá-los a preservar a mata.

Há cerca de um ano e meio, a Sabesp começou a realizar o diagnóstico de cada um dos seus mananciais e represas nos oito sistemas em que opera: Alto Cotia, Rio Claro, Guarapiranga, Alto Tietê, Rio Grande, Baixo Cotia, Ribeirão da Estiva e Cantareira. Nem todos os inventários estão concluídos. Com eles, a empresa – segundo Sérgio Silva – poderá centrar suas ações naquilo que mais compromete os aspectos ligados à qualidade e quantidade dos seus mananciais.

Água e floresta

O agrônomo observa que existe estrita relação entre água e floresta. A preservação da vegetação é fundamental para assegurar o volume e a qualidade da água, a qual se constitui na matéria-prima da Sabesp. Exemplo: as árvores permitem que água da chuva se infiltre no solo, repondo os aqüíferos (água subterrânea que alimenta as nascentes). Na superfície com pouca vegetação, a água escorre rapidamente para os rios e daí para o mar. Além disso, o solo desprotegido é arrastado pelas chuvas, assoreando os cursos d’água.

Paulo Henrique Andrade

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)