Quatro tipos de roubos têm forte queda na cidade de São Paulo

Roubos a banco diminuem 26%, roubos de carga caem 15%, roubos de veículos recuam 1,4% e os roubos em geral 8%

seg, 01/11/2010 - 11h30 | Do Portal do Governo

Quatro tipos de roubos tiveram acentuada queda no terceiro trimestre de 2010, em relação ao mesmo ao mesmo período do ano passado. Os roubos de carga e os roubos a banco tiveram expressiva redução. O número de assaltos a agências bancárias caiu 26,32%, de 38 para 28 casos. Já os roubos de carga recuaram 15,52%, de 1.237 para 1.045 casos. Os roubos de veículos retrocederam 1,45%, com 128 casos a menos. Finalmente, os roubos em geral sofreram redução de 8,83% no trimestre, com 2.663 casos a menos.

As novidades constam das Estatísticas da Criminalidade do terceiro trimestre de 2010, divulgadas pela Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (CAP).

A redução dos roubos na capital coincidiu com o aumento de 3% das prisões efetuadas pelas polícias paulistas no período. De junho a setembro de 2010 foram registradas 7.325 prisões, 192 a mais em relação ao mesmo trimestre de 2009.

As ocorrências de tráfico de drogas, consideradas outro indicador de atividade policial, também aumentaram 2% no terceiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, de 1.472 para 1.501. Este tipo de ocorrência depende totalmente do trabalho de investigação da Polícia Civil ou do policiamento ostensivo, afeto à Polícia Militar.

Nova legislação de estupro

A mudança na conceituação do estupro, que passou a incluir os “atos libidinosos” e “atentados violentos ao pudor” na Lei Federal 12.015, teve grande repercussão nas estatísticas criminais do Estado. Com a nova legislação, o número de estupros cresceu 102,42% no terceiro trimestre de 2010 na capital, em comparação ao mesmo período de 2009, de 331 para 670 casos. A mudança de patamar era esperada pela CAP. Não significa que o número de registros de “conjunções carnais mediante violência ou grave ameaça” tenha, de fato, aumentado, apenas que passou a incluir crimes que tinham outra capitulação.

Crimes contra o patrimônio em queda no ano

As Estatísticas da Criminalidade do 3º trimestre de 2010 consolidaram a queda de todos os crimes contra o patrimônio ao longo do ano de 2010. O mais temido pela população, o roubo seguido de morte, caiu 13,92% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram registrados 68 latrocínios, 10 casos menos que nos nove primeiros meses de 2009.

De janeiro a setembro, houve 5.146 furtos a menos, redução de 3,90% em relação ao ano passado. Os roubos tiveram queda de 11,85%, com menos 10.803 casos.

O furto de veículos recuou 3,22%, com menos 1.077 casos em relação ao ano anterior. O número de veículos roubados retrocedeu em 1.754, em relação aos três primeiros trimestres de 2009. A queda acumulada é de 6,28%.

Desde o ano 2000, roubos e furtos de veículos caíram 25% no Estado, em números absolutos. Neste período, a frota estadual cresceu de 12 milhões para mais de 20 milhões de veículos. A redução da taxa de risco de furto e roubo de veículos no Estado já supera 58%.

As taxas de roubos e furtos de veículos, medidas em relação ao tamanho da frota estadual, também voltaram a cair. O número de veículos roubados caiu de 89 para 84 por 100 mil/ano. Já a quantidade de veículos furtados diminuiu ligeiramente de 135 para 133 por 100 mil/ano.

Os roubos de carga caíram 10,37%. Em números absolutos, foram 371 casos a menos que no ano anterior.

Considerado um indicador de atividade policial, o número de ocorrências de tráfico de drogas aumentou 2,45%. Foram 102 casos a mais que nos nove primeiros meses de 2009.

Capital ajuda na redução dos homicídios

Pela primeira vez na história recente, o número de homicídios no Estado fica abaixo de 10 por grupo de 100 mil habitantes durante um trimestre. De julho a setembro, a média de mortes intencionais no Estado ficou em 8,86 por 100 mil habitantes. O número absoluto de assassinatos caiu de 1.078 para 937, na comparação entre o terceiro trimestre de 2009 e o de 2010. A taxa de homicídios acumulada em 2010 já é a menor da história, com 10,17 mortes intencionais/100 mil habitantes.

A redução recorde dos homicídios em São Paulo tem uma tradução em vidas poupadas: 50.941 pessoas deixaram de morrer no Estado, desde 1999, por conta da redução dos padrões de violência. Na capital, foram 26.054 as vidas poupadas. A maior parte desse contingente escapou da morte em período recente. Desde 2007, foram 30.992 as vidas poupadas no Estado e 15.350 na capital.

Na cidade de São Paulo, o número de assassinatos caiu 3,24%, de 278 para 269, na comparação entre o terceiro trimestre de 2009 e o de 2010. A taxa média de homicídios entre junho e setembro ficou em 9,74/100 mil, segundo a CAP.

A capital contribuiu para que o número de homicídios registrados no período fosse o menor desde junho de 1995, quando o Estado passou a divulgar trimestralmente os indicadores de criminalidade. Os três meses apresentaram taxas estaduais de homicídios abaixo de 10/100 mil: 8,7/100 mil em julho, 9,4/100 mil em agosto e 8,4/100 mil em setembro. Em junho, também foi registrada a taxa de 8,4 homicídios/100 mil no Estado, ampliando a tendência de redução das mortes intencionais. A diminuição recorde de homicídios foi alcançada tanto no Estado, como na capital e na Grande São Paulo, cinturão de 38 municípios que envolve a maior cidade do país e quarta maior do planeta.

A taxa de homicídios acumulada em 2010 é de 10,17 mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes/ano. Nos nove primeiros meses do ano, foram registrados 180 homicídios dolosos a menos no Estado: 3.215 este ano, contra 3.395 no mesmo período de 2009.

Isoladamente, o mês de setembro igualou a menor marca da histórica recente: 8,4 homicídios/100 mil habitantes. Houve 296 mortes intencionais, uma redução de 19% em relação mesmo mês em 2009. Em junho de 2010, também foram registrados 296 homicídios dolosos, com taxa de 8,4 mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes.

Desde 2008, São Paulo registra taxas de homicídios na casa de 10 por 100 mil habitantes/ano, equivalente às dos países desenvolvidos. Foram 10,7 mortes intencionais por 100 mil habitantes/ano, em 2008, e 10,9/100 mil/ano, em 2009. O número de homicídios dolosos voltou a ser menor que o de homicídios culposos, como acontece em países plenamente desenvolvidos.

A redução dos homicídios no Estado resulta da retirada de armas ilegais das ruas, do encarceramento de criminosos, da melhoria na gestão policial e dos contínuos investimentos em tecnologia da informação na área de segurança pública.

Da Secretaria da Segurança Pública