Encerrado há uma semana, o 11º Revelando São Paulo teve o recorde de público de todas suas edições – quase 1,5 milhão de visitantes passaram pelo Parque da Água Branca, local de realização do evento, em nove dias. O encontro, realizado entre os dias 8 e 16 de setembro, recebeu, só no domingo de encerramento, mais de 400 mil pessoas. Nesse período, o público prestigiou as apresentações no palco e conferiu as demonstrações da cultura tradicional paulista nos 140 estandes de artesanato e 70 de culinária.
Para o secretário de Cultura, João Sayad, essa é a etapa final de uma bela jornada iniciada com o Revelando São Paulo Vale do Ribeira (em Iguape), no mês de junho, que teve continuidade no Vale do Paraíba, em São José dos Campos, em julho, reunindo 70 mil e 500 mil pessoas, respectivamente. Segundo Sayad, o projeto, iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura, produzido e organizado pela Abaçaí Cultura e Arte, valoriza talentos e revela expressões únicas de cada cantinho do Estado, ajudando a preservar um patrimônio que pertence a todos e que, pouco a pouco, desperta também o interesse das novas gerações.
Foram muitas as atrações em São Paulo durante o encontro, com a participação de 180 municípios: o público se encantou com os grupos no Festival da Amizade, as congadas e moçambiques, as duplas de violeiros, as catiras, os fandangos, cururus e São Gonçalo, as folias de reis e diversos grupos com bonecões, cabeções e bichinhos de saia. Os dois fins de semana foram marcados por cinco grandes cortejos que percorreram as ruas da cidade. No último dia, o público desfrutou de uma miscelânea do folclore brasileiro, executada no palco pelo Abaçaí Balé Folclórico de São Paulo.
O interior é aqui
As manifestações se estenderam, também, para outros três diferentes pontos da cidade – Memorial da América Latina, Largo do Paissandu e Largo da Freguesia do Ó – onde se concentraram os grandes cortejos.
Muitos momentos se destacaram na programação. Entre eles, a concentração de 350 violeiros, ao som de Romaria, para receber a imagem de Nossa Senhora Aparecida, trazida da Basílica da cidade do Vale do Paraíba, que ficou quatro dias na Capela de Santo Expedito, na Luz, antes de ser conduzida ao Parque da Água Branca. Outro momento especial foi a apresentação do Catirão, encontro de sete grupos de catira (dança de sapateado tradicional). A novidade ficou por conta da participação de grupos indígenas de oito etnias, que estiveram pela primeira vez no Revelando São Paulo. Trouxeram até água da nascente do Rio Capivari, utilizada na Cerimônia da Paz , como símbolo de purificação para a vida.
O idealizador do Revelando São Paulo, Toninho Macedo, diretor artístico do evento, diz que o projeto é a vitrine da cidade de São Paulo, que mostra o patrimônio cultural em diversas facetas e desperta grande interesse, principalmente no público jovem. De oito anos para cá, inovou, ao desenvolver o Projeto Escolas – visitas monitoradas oferecidas a escolas públicas e particulares, para estudantes do ensino fundamental até o superior. “Nessa edição, cerca de 7 mil alunos foram atendidos e, de 2000 em diante, atendemos mais de 20 mil alunos”, comemora.
Nos dias em que São Paulo ganhou ares de interior, com tropas de mulas e carros de bois dominando as ruas de asfalto, visitantes se deliciavam no Parque da Água Banca, com a culinária típica paulista trazida dos mais distantes pontos do Estado. Pratos regionais, à base de torresmos, mandioca frita, lingüiças caseiras, costelinhas salpicadas de salsinha e cebola eram consumidos com gosto, ao lado dos pés-de-moleque, doces caseiros, tortas de banana, biscoitinhos crocantes, numa celebração do alimento como arte refinada.
Maria das Graças Leocádio
Da Agência Imprensa Oficial
(I.P.)
