O Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP) oferece, desde o ano passado, atendimento no Hospital Universitário (HU), também vinculado à instituição de ensino. Trata-se do Programa Atenção Psicológica, um serviço de plantão que presta assistência ao público usuário e ao quadro de funcionários do hospital. A supervisão geral é da professora do IP Henriette Tognetti Morato.
Segundo ela, o trabalho é desenvolvido numa perspectiva fenomenológico-existencial, que se baseia em conceitos de atenção e cuidado. “É a disponibilidade do psicólogo em se dirigir à pessoa para ouvir e dizer algo que contemple o sofrimento naquele momento”, afirma. A equipe do Atenção Psicológica é composta por estudantes de graduação, supervisionados por pós-graduandos. Dividida em dois grupos, atende atualmente no Pronto-Socorro e na UTI.
No Pronto-Socorro ocorre o início do plantão psicológico. A aproximação é feita pelos estagiários, no momento em que percebem, ao circular pelo local e se apresentarem, um paciente (ou sua família), residente ou enfermeiro aflitos na hora do atendimento. Com a ampliação do serviço, a equipe começou a atuar também como mediadora, na UTI, entre médicos e familiares, no horário de visitas.
Origem – A iniciativa teve origem em 2006, quando o médico Luis Marcelo Inaco Cirino, diretor clínico do HU, solicitou ao Instituto Psicológico um projeto acadêmico assistencial, em que se prestasse atendimento psicológico não só aos pacientes e seus familiares, mas também a equipes médicas, estudantes de medicina, residentes e funcionários do hospital.
A partir de então, estágios de duas disciplinas do curso de psicologia passaram a ser feitos no HU, sob a orientação da professora Henriette. Como a proposta foi bem recebida pelos usuários do HU, transformou-se em programa e, hoje, depois de um ano, a equipe já é conhecida e naturalmente requisitada. Para a professora, a participação do IP da USP no HU concretiza uma parceria entre médicos e psicólogos. “A idéia é incluir estágios e projetos de extensão que promovam a interlocução entre profissionais das áreas de medicina e psicologia, tanto no trabalho de pronto-atendimento como no de ambulatório e de internação, permitindo que o médico conheça melhor o trabalho de intervenção do psicólogo, que não é apenas o trabalho clássico de terapia em consultório”, informa.
Da Agência USP de Notícias
(M.C.)
