Provocações da TV Cultura faz 8 anos e entrevista o ator Wagner Moura

Programa apresentado por Antonio Abujamra vai ao ar na qinta-feira, 14, às 23h40

seg, 11/08/2008 - 20h28 | Do Portal do Governo

O Provocações, comandado por Antônio Abujamra na TV Cultura, celebra oito anos no ar e entrevista um dos grandes atores da atualidade, Wagner Moura, nesta quinta-feira,14, às 23h40. 

Durante a entrevista, o ator fala sobre seu espetáculo Hamlet, em cartaz no Teatro FAAP, em São Paulo. Junto com Antônio Abujamra, que conta já ter visto mais de 50 produções da obra de William Shakespeare pelo mundo, discute a tragédia e todas as suas variações. O ator ainda confessa que no começo da montagem da peça tinha vergonha de dizer “ser ou não ser” e fala como o poeta inglês explica esta questão. 

 Wagner também comenta que é mais fácil montar Shakespeare num país que não fala inglês e que só conseguiu montar o espetáculo com estrutura e bons salários para os atores porque é conhecido da grande mídia. No programa, ainda revela detalhes de sua carreira – como no início, em que encenou a peça A Máquina, de João Falcão – até conquistar seu espaço na Rede Globo.

Oito anos de Provocações

Durante este período, ficou comprovado que o Provocações é um programa de idéias que coloca em pauta o mundo, o Brasil e personagens de diversos cenários. Também agrada telespectadores de diversas faixas etárias e classes sociais. “Podemos não ser uma janela aberta para o mundo, mas somos certamente um periscópio sobre o oceano do social”, diz Antônio Abujamra, apresentador e diretor do Provocações.

A idéia da criação da atração foi de Antônio Abujamra e Gregório Bacic, que juntos ofereceram o projeto em diversas emissoras, mas sem nenhum resultado. A TV Cultura aprovou e sugeriu uma série de 13 programas; depois, 26. Mas, até o momento, já foram gravadas 380 edições. “Achavam que não existia mais de 40 ou 50 pessoas para entrevistarmos. Respondíamos que havia só 180 milhões, que todos têm alguma coisa a dizer sobre o Brasil, o mundo, as pessoas e as coisas”, conta Abujamra.

Já participaram do programa tanto celebridades do mundo das artes, da política, da filosofia, da música e da literatura, quanto moradores de rua, prostitutas, carpideiras e pessoas anônimas de São Paulo e outras cidades. Entre os que passaram pela atração, pode-se destacar Arnaldo Antunes, Zé do Caixão, Ratinho, Cristovam Buarque, Décio Pignatari, Bóris Schnaiderman, Jorge Forbes, Ugo Giorgetti, Carlos Lombardi, Vera Ferreira (neta de Lampião), entre outros. Provocações também gravou em outras localidades, incluindo Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Londrina, Recife, Fortaleza, Natal, Macapá, Moscou, Buenos Aires, Paris, Lisboa e Londres.

Segundo Gregório Bacic, um dos diretores do programa, a produção recebe, mensalmente, centenas de e-mails de diversas partes do país, grande parte de estudantes, que elogiam o Provocações por ser altamente cultural, sem didatismos nem formalidades. Além disso, são convidados para palestras e debates sobre o programa. A atração também marca presença na Internet. Atualmente, no Orkut, existem dez comunidades de discussões sobre o Provocações, que já contabilizam, aproximadamente, 15 mil membros. “Quando dizem que somos um talk show, digo que não, que não sabemos o que é isso. Somos um programa de entrevistas (as de rua são um capítulo à parte!), e o que queremos é lembrar às pessoas que existem no mundo muitos outros espaços e cenários possíveis”, esclarece Bacic.

 Antônio Abujamra

Antônio Abujamra é uma história de teatro. É também, em essência, o rompimento com a história de si mesmo e do próprio teatro. Destrói o que derruba conceitos e padrões em seu discurso certeiro. Na forma, está sempre começando, por isso se refere a seus trabalhos como “fracassos”.

Dirigiu mais de cem peças de teatro, tendo conquistado diversos prêmios, entre eles o Prêmio Juscelino Kubistchek de Oliveira pela direção de “A Cantora Careca” de Eugène Ionesco, em 1959, além de receber o Prêmio “Lifetime Achievement” no XI Festival Internacional de Teatro Hispânico em Miami, Estados Unidos, no ano de 1998.

Em Paris, trabalhou com Roger Planchon e Jean Villar e, na Alemanha, passou uma boa temporada no endeusado “Berliner Ensemble”, de Bertolt Brecht.

Como intérprete, Abujamra recebeu o prêmio de melhor ator com “O Contrabaixo”, de Patrick Suskind (1987/1995), Prêmio Kikito em Gramado pelo filme “Festa”, de Hugo Giorgetti, e o prêmio de melhor ator de TV por sua participação como Havengar na novela “Que rei sou eu?”, de Cassiano Gabus Mendes, na TV Globo.

Desde a antiga TV Tupi de São Paulo à atual TV Cultura, Abujamra reúne perto de 40 anos de inovação na televisão, criando, dirigindo e apresentando programas. Em 1998, esteve em Monte Carlo, principado de Mônaco, ao lado de celebridades como Cláudia Cardinale, Annie Girardot e Yehudi Menuhim, no júri do Festival Mundial de Televisão, como único latino-americano convidado. Abu, como é conhecido, é o que se pode chamar de figura emblemática do meio artístico e cultural.

Gregório Bacic

Jornalista, cineasta, escritor e diretor de programas culturais de TV. Um dos criadores (em parceria com Antônio Abujamra) e diretor do programa Provocações, para a TV Cultura. Também foi roterista da segunda parte da telenovela “Mandacaru”, exibida pela Rede Manchete e, posteriormente, Rede Bandeirantes.

 Dirigiu e fez o roteiro do filme documentário “Retrato de Classe”, produzido e exibido em 1977 pela Rede Globo. Considerado, na ocasião, pela revista Veja “o acontecimento do ano na TV brasileira”.

Criador e realizador do documentário radiofônico “Retrato Falado de Vital Brazil”, em 1986, co-produzido pela Rádio Cultura/SP, Rádio MEC/RJ e Difusora da Campanha (MG).

Como escritor, lançou em 2002 o livro de contos “Peão Envenenado e outras provocações”, pela Escrituras Editora, de São Paulo. O qual foi  incorporado à sessão de literatura latino-americana da biblioteca da New Mexixo University, USA. Hoje, esse conto está hoje presente em diversos blogs da internet.

Trabalhou como Diretor de Tecnologia Educacional da TVE/RJ, Fundação Roquette-Pinto. Assumiu também a direção de jornalismo da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. E na Fundação Roberto Marinho, atuou como diretor de programas educacionais e supervisor de produção.

 

Da Fundação Padre Anchieta

(I.P.)