Proporção de pessoas idosas aumenta mais de 50% no Estado de São Paulo

A população de idosos com 60 anos ou mais no Estado de São Paulo cresceu 56,3% nos últimos 26 anos. A constatação é da Fundação Sistema Estadual de Análise de […]

dom, 24/06/2007 - 10h20 | Do Portal do Governo

A população de idosos com 60 anos ou mais no Estado de São Paulo cresceu 56,3% nos últimos 26 anos. A constatação é da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que também detectou decréscimo de 28,2% na proporção de crianças até 14 anos durante o período. Os números indicam desaceleração do ritmo de crescimento populacional.

A pesquisa apontou também aumento de 117,6% no índice de envelhecimento da população paulista, o qual é calculado a partir da relação entre o número de pessoas com 60 anos ou mais e aquelas com idade igual ou inferior a 14 anos. Enquanto a participação das crianças de zero a 14 anos na pirâmide etária do Estado passou de 33,7%, em 1980, para 24,2%, em 2006, o porcentual de pessoas com 60 anos ou mais subiu de 6,3% para 9,8% no período.

Os municípios de São Paulo menos populosos apresentam estruturas demográficas marcadas pela maior participação de idosos. Em 2006, mais de 87% das cidades com menos de 10 mil habitantes registraram índice superior à média do Estado, que foi de 9,8%.

Entre os 645 municípios paulistas, os três que apresentaram maior proporção de pessoas com mais de 60 anos foram Águas de São Pedro (21,2%), Santa Rita d’Oeste (19,9%) e Santana da Ponte Pensa (19,8%). Os três com menores indicadores nessas condições foram Itaquaquecetuba (4,4%), Francisco Morato (4,5%) e Jandira (4,6%), todos da região metropolitana da capital.

A demógrafa da Seade, Bernadette Waldvogel, informa que em princípio a constatação é positiva, pois o paulista vive mais atualmente. “Em contrapartida, o fato gera preocupação no setor público que precisa se adaptar à nova realidade, com adoção de políticas específicas para esta faixa etária”, diz Bernadette. A pesquisa da Seade, assegura a demógrafa, deverá servir para estas futuras ações políticas públicas nas áreas de saúde, lazer e cultura para estas pessoas.        

Brasil mais velho 

Projeção populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita há três anos, indica que até 2050 o número e pessoas no País com mais de 70 anos vai quintuplicar e chegar a 34,3 milhões. O crescimento será 440%, muito acima do avanço de 53% do total de habitantes, que chegará, então, a 259,8 milhões.

O IBGE estima que além de envelhecer o brasileiro terá cada vez menos filhos. A projeção de crescimento demográfico para a década 2040/50 é a taxa média anual de 0,33%, equivalente a um oitavo do valor registrado na década de 70, que foi de 2,48%.   

Experiência com saúde 

O médico geriatra do Hospital das Clínicas, Wilson Jacob Filho, conta que o aumento da população de idosos determina mudanças em todos os setores da sociedade. O fato engloba desde a família até os poderes públicos e privados, passando ainda pela adaptação de espaços públicos.

“A família deve providenciar mudanças no ambiente domiciliar para reduzir as limitações específicas inerentes à idade”, aconselha o médico. É necessário também, conta Jacob Filho, que se priorize a inserção dessas pessoas no ambiente familiar. Para ter mais qualidade de vida, faz-se necessário praticar as atividades que mais gostam. A ênfase é para aquelas que determinam grande envolvimento intelectual e adequada atividade física.

O geriatra do HC informa que as doenças nesta idade são fundamentalmente as crônicas: “São moléstias que se originam na fase intermediária da vida da pessoa, entre 30 e 50 anos, mas os sintomas geralmente vão se manifestar na idade mais avançada”, diz Jacob Filho. Entre os principais males, ele cita arteriosclerose, osteoporose, doença pulmonar obstrutiva, diabete e as demências.  

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial