Pronto Atendimento do Pérola Byngton atende entre 80 e cem mulheres por dia

Serviço de atendimento rápido do hospital ajudou a detectar mais casos de câncer em estágio inicial

ter, 03/04/2007 - 8h45 | Do Portal do Governo

“Gostaria que as mulheres tivessem consciência e procurassem logo o hospital”, afirma Maria de Lourdes Stojan Filho, enquanto aguarda, no pronto atendimento, o resultado do último exame, antes de entrar em cirurgia. “Vou retirar um tumor benigno da mama. Os médicos são muito atenciosos e explicam tudo direitinho. Aqui o atendimento é rápido e de primeira”, elogia a paciente, que desde setembro está se tratando no Hospital Pérola Byington, no centro da capital.

Assim como Lourdes, que reside no município de Osasco, muitas mulheres vêm de outras localidades, inclusive do interior do Estado, em busca de um diagnóstico preciso e rápido para o câncer de mama. Para diminuir o tempo de espera entre a primeira consulta médica, a realização dos exames e o início do tratamento, que poderia chegar a até três meses, a Secretaria de Estado da Saúde instituiu, em julho de 2005, o serviço de atendimento rápido no Pérola Byington.

Rapidez

Em apenas um dia, as pacientes passam por consulta, realizam exames, biópsia (de acordo com a necessidade) e recebem o diagnóstico médico. Se for necessário tratamento de quimioterapia ou radioterapia, a programação tem início em, no máximo, 15 dias.

De acordo com o diretor do hospital, Luiz Henrique Gebrim, a iniciativa deu tão certo que a Secretaria da Saúde, além de ampliar a ação para os hospitais de Vila Nova Cachoeirinha e de Pedreira, ambos na capital, levará o mesmo serviço para outras instituições hospitalares estaduais. Para tanto, uma equipe médica está sendo treinada. “Por meio de uma consulta única, que elimina filas para agendamento e marcação de retorno para exames, conseguimos reduzir a mortalidade em oncologia”, ressalta o diretor.

Gebrim avalia que nem sempre os médicos estão capacitados para diagnosticar a doença e, muitas vezes, encaminham as pacientes indevidamente ao Pérola Byington. Há também aquelas que chegam à instituição com a enfermidade em estágio avançado. “Como o câncer é uma moléstia de crescimento rápido, passados seis meses pode atingir cinco centímetros de tamanho. Se conseguirmos diagnosticá-lo em sua fase inicial, com um a dois centímetros, teremos condições de curar essas mulheres”, explica.

Resultados

O atendimento em um dia possibilita à equipe médica do Pérola Byington, formada por 200 profissionais, detectar mais casos em fase inicial. “Anteriormente, metade das ocorrências que chegavam até nós estava em estágios mais avançados e, o restante, em fase inicial, quando o tumor tem menos de cinco centímetros”, recorda-se o médico.

Pelo Pronto Atendimento do hospital passam entre 80 e cem mulheres por dia. Depois da consulta, são encaminhadas para o exame de ultra-som. Se houver necessidade de uma investigação específica, as pacientes são submetidas a outros exames no próprio local. “No Pérola Byington tenho condição de verificar se a paciente tem realmente o problema e investigar o que for necessário com rapidez. No caso das lesões de mama não-palpáveis, temos um aparelho de última geração, capaz de realizar mamografia, agulhamento da mama pré-operatório e biópsia. Isso facilita a investigação”, elogia o médico Ricardo Gonzalez.

Estudo realizado recentemente pela Secretaria da Saúde indicou que, com o serviço rápido, 12.542 mulheres passaram pelo atendimento, entre agosto de 2005 e setembro de 2006 (todas tinham alteração mamária). Dessas, 903 tinham câncer, sendo 668 (74% das 903) em estágio inicial (menor que 5 centímetros). Os casos avançados foram encontrados em 235 mulheres (26%).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a doença tem incidência crescente e é a principal causa de morte entre as mulheres brasileiras. No País, o número de novos registros de câncer de mama, em 2006, foi de quase 49 mil, com risco estimado de 52 casos a cada cem mil. Na Região Sudeste, por exemplo, foram 71 casos novos por cem mil mulheres.

Marilia Mestriner – Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)