ProMulher do HC oferece vagas grátis para tratamento de depressão pós-parto

Inscrições podem ser feitas pelo e-mail promulher@hcnet.usp.br ou pelo telefone (11) 3083-5278

qua, 11/04/2007 - 20h01 | Do Portal do Governo

Mulheres com depressão na gestação ou no pós-parto podem procurar ajuda especializada com os profissionais que atuam no projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher (ProMulher) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Antes de iniciar o atendimento gratuito, é feita uma triagem com as interessadas. As inscrições podem ser feitas por telefone ou e-mail.

O tratamento varia de orientação, terapia até uso de medicamentos. Os principais sintomas da depressão gestacional ou do pós-parto são ansiedade, tristeza, desânimo, fadiga, pensamento de conteúdo negativo, alteração na memória, sono e humor e perda do prazer ou interesse nos afazeres rotineiros, enumera o psiquiatra Joel Rennó Júnior, coordenador-geral do ProMulher.

Climatério – Pacientes com distúrbios referentes à disforia pré-menstrual – espécie de Tensão Pré-Mestrual (TPM) na sua forma mais grave – e aquelas que sofrem de transtornos psíquicos do climatério e menopausa também recebem atendimento. O climatério é um período de transição da fase reprodutiva para o ciclo não-reprodutivo da mulher, que ocorre geralmente no intervalo de tempo entre 41 e 65 anos. O transtorno disfórico pré-menstrual atinge aproximadamente de 3% a 8% das mulheres com TPM.

 

Depressão pós-parto – De acordo com Rennó, são atendidas 30 mulheres por semana. O tempo de tratamento e o tipo de atendimento variam de acordo com o quadro clínico da paciente. “Em psiquiatria é difícil estabelecer prazo. O tratamento pode ser feito com psicoterapia (costuma durar seis meses) e orientação, mas para alguns casos é necessária a medicação”, esclarece o médico. Embora os transtornos psíquicos da gestação e do pós-parto sejam conhecidos, as pessoas associam a euforia à gravidez, e não ao sofrimento e à dor. Muitas mulheres sofrem nesse período, precisam de ajuda e até de medicação.

Pelo menos 80% das mulheres apresentam no pós-parto alguns sintomas leves, como tristeza, ansiedade e irritabilidade, por alguns dias. Esses incômodos devem desaparecer em aproximadamente duas semanas. Das que sofrem de depressão pós-parto, entre 10% e 20% precisam de cuidados médicos especializados. Por exemplo, a mãe que amamenta não pode tomar qualquer remédio, por isso o projeto faz a comunicação entre médicos e mulheres. É preciso saber quais antidepressivos usar, pois eles interferem na produção do leite materno, oferecem risco de má-formação do bebê e podem trazer prejuízos em seu comportamento após o parto.

Equipe multiprofissional – O atendimento do projeto é feito por uma equipe multiprofissional composta por médicos psiquiatras, psicólogos, ginecologistas, endocrinologistas e nutricionistas. São 20 profissionais que oferecem serviços interligados. No ProMulher, as pacientes são orientadas a mudar hábitos de vida como a dieta e a prática de exercícios físicos. As palestras mostram às mulheres como funciona seu corpo, desde os órgãos reprodutivos femininos até a atividade de seus hormônios.

Os grupos de psicoterapias, mediados por um profissional, reúnem pacientes que passam pelo mesmo problema para que compartilhem as dores e as vivências e percebam que não estão sozinhas. O ProMulher começou a dar assistência aos transtornos psíquicos do ciclo reprodutivo da mulher em 1993. A idéia da criação do projeto foi do médico Cláudio Novaes Soares. A partir de 1999, passou a ser coordenado por Rennó.

Claudeci Martins

Da Agência Imprensa Oficial