Um projeto idealizado pelo Instituto “Ecotece”, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) que alinha os conceitos de vestuário e desenvolvimento sustentável, foi contemplado com recursos do “Fundo Viva o Amanhã”, patrocinado pela Avon, e vai capacitar 15 mulheres do Jardim Santo André em ações de geração de renda e sustentabilidade socioambiental. A premiação aconteceu na terça-feira, 17, no Clube Primeiro de Maio, em Santo André.
O projeto “Retece” foi premiado na categoria “Empreendedorismo Cooperativo” e recebeu aproximadamente R$ 60 mil. O trabalho será implantado em um espaço cedido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que na última semana firmou parceria com o Instituto “Ecotece”. Os recursos do prêmio serão utilizados para a compra de máquinas de costura e contratação de monitores. Com a formação, as chamadas mães-retecelãs vão poder trabalhar em reparos, retoques e reformas de roupas doadas, de acordo com as práticas denominadas pelo Ecotece de “Vestir Consciente”.
Ana Cândida Zanesco, presidente e fundadora do instituto Ecotece, contou que o projeto surgiu como uma forma de democratizar os valores do “Vestir Consciente”. “Pensamos em levar o conteúdo educativo que existe por trás dos produtos ecológicos àqueles que não podem adquiri-los, já que, em geral, eles custam cerca de 30% a mais. E por meio desse tema encantador, que é a moda, vamos contribuir e trabalhar para o meio ambiente, equidade de gênero, beleza, autoestima, saúde da mulher, geração de renda e economia solidária”, afirmou Ana Cândida.
O Fundo Viva o Amanhã, criado em 2007, existe em dezoito países, sendo que no Brasil já contemplou quatorze projetos. Segundo a coordenadora de comunicação da Avon, Cida Medeiros, o prêmio favorece a troca de informações entre as pessoas e une as organizações que possuem recursos àqueles que têm propostas para promoção da comunidade.
Esse intercâmbio aconteceu entre a revendedora da Avon, Cintia Rimkus Giorgi e sua cliente, uma voluntária do Ecotece. Cintia apresentou o projeto para indicação ao prêmio. “Os recursos são importantes para que o Retece se concretize. Além de revendedora Avon, sou bióloga. As ideias do instituto têm a ver com o que acredito e pratico na vida”, afirmou Cintia, que recebeu durante a cerimônia o certificado “Agente de Vida”, pela indicação do projeto vencedor.
A CDHU está promovendo a urbanização no Jardim Santo André, um complexo de favelas onde vivem aproximadamente 7,5 mil famílias, e desenvolve um amplo trabalho com a comunidade. A superintendente de Ação de Recuperação Urbana da companhia, Viviane Frost, explica que a recuperação do Jardim Santo André envolve o desenvolvimento da comunidade, com geração de renda e resgate da autoestima, que começou com a recuperação das fachadas das casas, por meio do programa SP de Cara Nova. “O trabalho social da CDHU está acolhendo o Projeto “Retece” e vai contribuir para a mobilização da população e para a integração da ONG à comunidade. A urbanização sustentável se faz com desenvolvimento humano e inclusão social”, destacou Frost.
O espaço que abrigará o Projeto “Retece” será um ateliê de arte-educação, atualmente em reforma pela CDHU. O local também será utilizado para as aulas das ONGs “Arte Educativa” e “Jamac”, que em parceria com a CDHU e com a artista plástica Mônica Nador desenvolvem o Mapa da Arte do Jardim Santo André.
Da Secretaria da Habitação/CDHU
