Projeto faz prevenção de doenças em comunidades carentes

Iniciativa pretende capacitar e incentivar alunos do ensino superior e médio a realizarem trabalhos cooperados em comunidades necessitadas

qui, 26/04/2007 - 9h08 | Do Portal do Governo

Promover saúde numa comunidade por meio da educação não parece ser uma tarefa fácil. Mas o projeto Jovem Doutor, da Faculdade de Medicina (FM) da USP, vem provando que a iniciativa não só é possível como barata. Utilizando-se de variados recursos tecnológicos, o projeto pretende capacitar e incentivar alunos do ensino superior e médio para que realizem trabalhos cooperados de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida em comunidades necessitadas.

Esta ação, que será desenvolvida no estado de São Paulo e que em breve ocorrerá no Amazonas, também vem incentivando estudantes da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O projeto foi lançado em setembro de 2006 e, desde então, já se desenvolveu o material necessário e realizadas reuniões com prefeituras e secretarias de educaão e saúde, além de recrutamento de jovens voluntários, entre outras atividades.  “Após a expansão do projeto para outras regiões do Brasil, a intenção é envolver aproximadamente 2 milhões de alunos”, afirma Chao Lung Wen, idealizador do projeto e chefe da Disciplina de Telemedicina da FM.

Neste momento, participam do Jovem Doutor estudantes das diversas profissões de saúde, com a perspectiva de envolver as 14 profissões reconhecidas pelo Ministério da Educação e Ministério da Saúde e de outras áreas como engenharia, jornalismo, arquitetura, administração, entre outras, e alunos do ensino médio de escolas da Prefeitura e do Estado. O objetivo é, além da inclusão digital, esclarecer a comunidade acerca de saúde e prevenção de doenças e sobre preservação de ecossistemas, mananciais e reciclagem do lixo.

O Jovem Doutor utiliza os recursos da Telemedicina, Educação à Distância e do Homem Virtual , outro projeto da FM que desenvolve CDs de animação com fins educacionais. Dessa forma, são usados microcomputadores com acesso à internet, DVDs e vídeos e CDs de animação educativos, videoconferências, entre outros recursos.

Atividades temáticas

A sistemática do Projeto é baseada no envolvimento de professores e alunos do ensino médio indicados pelas suas respectivas escolas. Eles são responsáveis por ministrar palestras e desenvolver atividades, nas escolas e na sua comunidade, sobre temas previamente escolhidos – num primeiro momento sobre saúde (como saúde bucal, saúde da pele, sexualidade, dependência do álcool , etc.) e, depois, sobre consciência ambiental. Para isto, recebem materiais educacionais audiovisuais e treinamentos completos.

Como Jovens Doutores, são escolhidos estudantes do ensino superior para serem os responsáveis (tutores) pela interação e acompanhamento das atividades dos grupos de estudantes do ensino médio. Por meio da Teleducação Interativa, os Jovens Doutores desenvolvem atividades educacionais, complementam os conhecimentos dos estudantes do ensino médio, esclarecem as suas dúvidas e avaliam a performance deles. “Os Jovens Doutores do ensino superior estarão sob a supervisão dos professores das faculdades e universidades e, por meio de uma rede de teleducação, os diferentes grupos de jovens doutores compartilharão experiências e conhecimentos entre si”, conta Wen.

As escolas que participam do programa Jovem Doutor recebem microcomputadores que servem não só como ferramenta para a atualização dos alunos por meio da educação à distancia, mas também para formar um laboratório de informática, ou seja, um benefício para toda a escola.

O primeiro treinamento está marcado para o dia 5 de maio, na cidade de Tatuí, município onde o projeto será lançado. O próximo treinamento deverá acontecer na cidade de Ituverava, onde os alunos da Santa Casa desenvolveram uma experiência semelhante à proposta do projeto por meio de uma expedição científica. Em Tatuí, a iniciativa deverá gerar benefício para cerca de 4 mil alunos, dos ensinos superior e médio, de acordo com idealizador do projeto.

Da Agência USP de Notícias

(R.A.)