Icesp: Projeto usa o esporte para reabilitar pacientes com câncer de mama

Com atividades na Cidade Universitária, Remama é ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP

qui, 03/10/2019 - 14h40 | Do Portal do Governo
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Especialistas em oncologia destacam o esporte como uma das formas de acelerar o processo de reabilitação de pacientes que fazem tratamento para se recuperar do câncer, inclusive o de mama. Uma das ações é o Remama, projeto criado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

A iniciativa leva as mulheres para atividades físicas na Raia Olímpica da Cidade Universitária, na capital. Realizado desde em 2013 em parceria com a Rede de Reabilitação Lucy Montoro, o processo começa com exercícios em aparelhos de remada semelhantes aos que existem em academias.

Incentivo

As pacientes que sabem nadar vão em seguida para barcos de treino, em uma área à parte da Raia Olímpica, e depois têm a chance de remar em barcos de quatro e oito lugares, além de canoas individuais. Atualmente, o projeto tem o reforço do Barco Dragão Rosa, importado da China e que pode ser usado em competições.

“O câncer é uma doença que carrega muitos estigmas, principalmente no que diz respeito à aparência. Por isso, enquanto estão em tratamento, os pacientes precisam ser incentivados, motivados.”, enfatiza a coordenadora de humanização do hospital, Maria Helena Sponton.

“A autoestima elevada tem sido associada a baixos níveis de depressão e tensão, favorecendo a recuperação social e física. Nosso principal objetivo é resgatar o ânimo dos pacientes, inspirá-los a se olharem além da doença”, completa.

De acordo com oncologistas, o aumento da resistência física e a melhora do sistema imunológico auxiliam no processo de recuperação. “A prática de exercícios pode trazer inúmeros benefícios ao paciente oncológico, por melhorar a aptidão física, a autoestima e a saúde mental”, explica Christina Brito, coordenadora médica do serviço de reabilitação.

“O esporte contribui, ainda, para a redução de quadros dolorosos, da fadiga, dos transtornos do humor e dos distúrbios do sono, altamente prevalentes neste grupo de pacientes”, acrescenta.

Qualidade de vida

O esporte também ajuda no resgate da qualidade de vida, estimulando a interação social e elevando a autoestima das pacientes. “Dentro do barco, precisamos remar juntas para que o barco se mova em uma direção, no mesmo sentido”, afirma a cozinheira Denise Reis, uma das participantes mais antigas do projeto.

“Conforme fazemos o exercício, vamos melhorando. Eu nunca mais senti a dor no dia a dia. Sinto na hora de remar, mas passa imediatamente”, reforça a educadora Rita Mendonça, outra participante da iniciativa.