Projeto de extensão da Unicamp ensina Física a alunos do Ensino Médio

Iniciativa completou 15 anos em 2018; durante uma semana de julho, estudantes ampliaram os conhecimentos sobre a área

seg, 13/08/2018 - 15h09 | Do Portal do Governo

Em julho de 2018, o projeto de extensão Física nas Férias (Fife), promovido pelo Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), completou 15 anos. Por uma semana, a instituição foi o ambiente de diversão e conhecimento para os cerca de 80 estudantes de Ensino Médio que participaram do evento.

“Imagine explicar a velocidade da luz utilizando micro-ondas e chocolate”, exemplifica o professor do IFGW Francisco Rouxinol, docente já na primeira edição, em 2003, quando era estudante de pós-graduação.

No fim da semana, a física do dia a dia já fazia parte do universo dos jovens, e Vinicius Menezes, aluno do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca), tomava como exemplo a lente da câmera utilizada na entrevista. “A gente começa a olhar para as coisas de um modo diferente e aprendeu como evitar que a luz atrapalhe a filmagem, por exemplo”, explica. Já o professor Lisan Durao ofereceu exemplos práticos a partir de conhecimentos de outra área de atuação: a música. “Mostramos a eles que o violão é uma cavidade acústica”, revela.

Ciência

Na abertura do evento, a diretora-associada do IFGW, Mônica Cotta, mostrou aos alunos que a Física começa quando a pessoa tenta fazer uma descrição da natureza e o relato fornece a previsão de algum fenômeno que pode ou não ser comprovado. “No Fife, tentamos mostrar a disciplina como uma ciência produtiva. Hoje, toda nossa tecnologia depende basicamente da física”, enfatiza a docente.

A professora também falou sobre a utilização na área médica e nas telecomunicações. “O próprio celular só existe por causa da mecânica quântica”, acrescenta. Desse modo, estudantes de Ensino Médio de escolas públicas e privadas aprendem a tornar acessível toda a complexidade desta ciência, como aconteceu com Diego Scolfaro, que, depois de frequentar o Fife em 2008, virou aluno de graduação e pós-graduação no IFGW.

Um dos professores no projeto, hoje o profissional quer que a física seja tão fácil quanto foi para ele. Filho de professora de matemática, Diego Scolfaro escolheu a área de Exatas, mas atribui a decisão ao incentivo dos docentes no Ensino Médio e aos colegas e professores do Fife.

Aluno do 3º ano do colégio Rio Branco, em Campinas, Hermes Magalhães encontrou nas aulas de Física as informações que faltavam para concretizar a decisão dele sobre a carreira. Ele definiu o campo “primeira opção” do formulário de inscrição para o Vestibular 2019 da Unicamp e pretende se especializar em Física Médica.

“Ajudou muito porque eu vi realmente em que área vou trabalhar e como vou usar a Física na saúde para ajudar as pessoas”, reforça o jovem, que demonstra a habilidade na disciplina durante o Ensino Médio e garante que a maneira como o professor transmite o conteúdo estimula o estudante.

Aproximação

De acordo com o coordenador de extensão, Mário Rodriguez, as atividades, que incluem palestras, demonstrações experimentais e visita ao Museu Exploratório de Ciências também aproximam os alunos do universo científico.

Vale destacar que o Fife nasceu para cumprir uma exigência do Capítulo da Unicamp na Optical Society of America (OSA), em 2003. Uma das exigências era suprir alunos de Ensino Médio de conhecimentos de óptica. O mentor do projeto, David Junqueira, se inspirou em uma ação de um grupo de alunos do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, que, no início dos anos 2000, dedicavam uma semana do ano para receber estudantes de educação básica para promover a inclusão na ciência.

Já na primeira edição, a equipe de responsáveis pelo Fife mostrou a presença da Física na rotina dos cidadãos, segundo Abner Siervo, coordenador de graduação do IFGW. Ele acrescenta que, mesmo com organização a cargo da Coordenadoria de Extensão do instituto, o projeto tem participação intensa dos alunos.