Projeto agrícola rende frutos na Penitenciária de Iaras

Produtos cultivados pelos reeducandos do regime semi-aberto alimentarão creches e asilos

dom, 08/04/2007 - 12h48 | Do Portal do Governo

Os presos do regime semi-aberto da Penitenciária de Iaras participam de um curso que qualificará mão-de-obra para cultivo e processamento de produtos agrícolas. Desde agosto de 2006, 20 reeducandos que compõem a primeira turma do projeto denominado “Semeando Esperança” assistem às aulas que são ministradas por agentes penitenciários que possuem conhecimentos agrícolas e por engenheiros da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), em uma área de três alqueires que pertence à penitenciária. Os conhecimentos práticos são passados aos alunos todos os dias, em período integral, das 8h às 16h30.

Além da parte técnica, o objetivo é combater a ociosidade nas prisões, promover a capacitação humana, resgatar e fortalecer os princípios de cidadania e solidariedade daqueles que estão em cumprimento de pena no regime semi-aberto, ou seja, de acordo com Lei, na iminência de ganhar a liberdade plena.

O projeto nasceu de uma parceria entre a Funap (Fundação de Amparo ao Preso), por meio de sua Sede Regional de Sorocaba; a Penitenciária Orlando Brando Filinto de Iaras; Adema (Associação de Desenvolvimento do Meio Ambiente) de Avaré; Cati, que é um órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento; Prefeitura Municipal de Iaras; e Mineração Gobbo (Divisão Calcário Gobbo, de Taguaí/SP).

Enquanto aprendem, os presos produzem hortaliças que serão destinadas ao abastecimento das unidades prisionais e distribuídas gratuitamente a entidades assistenciais cadastradas pelo fundo social de solidariedade da prefeitura de Iaras e outras indicadas pelos parceiros do projeto, na região de Avaré, como asilos e creches. O projeto já deu resultados, pois a primeira colheita de milho – para consumo in natura ou a ser processado como fubá – está sendo feita desde o início de 2007. Para isto, foi instalada na penitenciária uma unidade de beneficiamento e sacaria, com os recursos que a atividade requer, como máquinas, ferramentas, insumos, fertilizantes, sementes, veículo para transporte da produção, além do serviço técnico de análise e correção do solo. Neste local também são passadas as orientações teóricas de plantio e colheita.

Outro benefício para os reeducandos-aprendizes é que, a cada três dias de estudo ou trabalho, um é descontado do total da pena, além de receberem remuneração por meio do contrato de alocação de mão de obra da Funap. “Como beneficiário também desse projeto podemos considerar o conjunto da sociedade que tem a oportunidade de participar de ações de ressocialização dos cidadãos, que necessitam da reintegração”, comenta o gerente regional da Funap, em Sorocaba José Adão Neres de Jesus. “É importante desenvolver projetos que contribuam para modificar a visão que se tem das unidades prisionais principalmente nas pequenas cidades do Estado de São Paulo onde, na maioria das vezes, a prisão é apenas um estorvo na paisagem”, afirma. “Hoje temos ao redor de algumas prisões, grandes quantidades de terras sem uso e entendemos que produzir nessas áreas, para o bem da comunidade local, é uma forma de contribuir na mudança do ponto de vista da sociedade”.

O projeto deverá seguir o calendário agrícola, com previsão de plantio de inverno (possivelmente feijão), no segundo semestre deste ano e há perspectiva de ampliação da área a ser cultivada de três para oito alqueires.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária

(R.A.)