Projeto Adoniran apresenta Vânia Bastos & Eduardo Gudin

O casal Vânia Bastos & Eduardo Gudin é a próxima atração musical do Projeto Adoniran, em 6 de junho, às 18h30

qua, 30/05/2007 - 8h02 | Do Portal do Governo

O casal Vânia Bastos & Eduardo Gudin é a próxima atração musical do Projeto Adoniran, em 6 de junho, às 18h30, no Auditório Simón Bolívar. Vânia Bastos, acompanhada pelo violão de Eduardo Gudin, interpreta músicas do próprio como “Paulista” e “Verde” (parcerias com Costa Netto), “Som Conquistador”, “Outra Estação”, “Esse Rapaz”, “Velho Ateu” (com Roberto Riberti) e “Maior é Deus” (com Paulo C. Pinheiro), alem de canções de Chico Buarque (“Samba e Amor”), Baden Pawell e Vinícius de Moraes (“Deixa”) e Tom Jobim e Vinícius (“A Felicidade”).

A cantora Vânia Bastos está relançando o “Vânia Bastos e Cordas” (que também está no mercado europeu com ótimas críticas), além de ter preparado um show em comemoração aos seus 20 anos de carreira solo.  Seu último trabalho foi o CD Vânia Bastos Canta Clube da Esquina, sucesso de crítica e público por onde passou. Neste trabalho a intérprete privilegiou com sua voz singular, as melodias e as letras expressivas dos membros do Clube. Milton Nascimento fez dueto com Vânia na canção San Vicente. Os arranjos para piano e quarteto de cordas foram do pianista carioca Luiz Avellar, que tocou em todas as faixas, dando uma nova sonoridade a todas aquelas belas canções dos mineiros do Clube da Esquina. Vânia tornou-se conhecida inicialmente por seu trabalho como solista na banda Sabor de Veneno, de Arrigo Barnabé, com quem gravou dois discos: Clara Crocodilo (1980) e Tubarões Voadores (1984). No final dos anos 80, passou a se dedicar à carreira solo, impulsionada por Paulista, um grande sucesso na sua voz e Canta, Canta Mais, tema da novela Éramos Seis, do SBT, além de outras músicas que também foram temas de novelas. Em 16 anos de carreira, Vânia lançou oito discos, dois deles dedicados às obras de Tom Jobim e Caetano Veloso, três foram lançados no Japão e na Europa. Belas e Feras, seu trabalho anterior, voltado ao universo das compositoras brasileiras, rendeu-lhe uma temporada de shows assistidos por mais 160 mil pessoas por todo país.

Ao longo de quatro décadas de incessante trabalho e serviços prestados à música popular, Eduardo Gudin imprimiu efetivamente sua expressão artística no cenário cultural brasileiro. Paulistano, Gudin nasceu em 14 de outubro de 1950, e desde cedo galgou seus passos no caminho da música, aprendendo violão aos 13 anos, e estreando no programa “O Fino da Bossa’, a convite de Elis Regina em 1966. Participou de festivais em 1968 e 69, e teve sua música “Lá Se Vão Meus Anéis” (com P.C. Pinheiro) defendida pelo Originais do Samba.  Na década de 70 passou a trabalhar ao lado da cantora Márcia, gravando alguns discos e fazendo shows também com Paulo César Pinheiro. Teve atuação decisiva como compositor, tendo músicas gravadas por Elizeth Cardoso, MPB-4, Gal Costa (“Bem Bom”, com Arrigo Barnabé e Carlos Rennó), Vânia Bastos (“Paulista”, com J.C. Costa Neto), Clara Nunes e muitos outros. Entre seus parceiros estão Aldir Blanc, Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola, Hermínio Bello de Carvalho e Paulo César Pinheiro, com quem fez o show “O Importante É que Nossa Emoção Sobreviva”, ao lado da cantora Márcia, lançado em dois discos.  Na década de 80 gravou discos solo e atuou como produtor para artistas como Beth Carvalho. Foi com sua composição “Verde”, em parceria com J.C. Costa Neto, que a cantora Leila Pinheiro foi revelada ao grande público, no Festival dos Festivais de 1985. Outras músicas de destaque em sua produção são “Velho Ateu” (com Roberto Roberti) e “Cidade Oculta” (com Arrigo Barnabé e R. Roberti).

Adoniran Barbosa x Projeto Adoniran

Nenhum outro artista representa tão bem a música popular paulistana como Adoniran Barbosa. Nos quase 50 anos em que militou no meio artístico do rádio, da televisão, da produção fonográfica e nas rodas de samba dos bairros boêmios de São Paulo, Adoniran sempre se destacou pela capacidade de transformar em versos bem humorados o dia a dia das personagens que fizeram a história da capital paulista na segunda metade do século XX. Não há no Brasil quem nunca tenha cantarolado pelo menos alguns versos de “Trem das Onze”, “Saudosa Maloca”, “O Samba do Arnesto”, “Iracema”, “As Mariposa” e tantas outras. Em todas elas Adoniran pintou um pouco do retrato que conhecemos da São Paulo, atacada pelo progresso do pós-guerra. Impossível fazer justiça ao talento e à valiosa contribuição de Adoniran Barbosa para a música popular brasileira em poucas palavras. O melhor modo para que o Brasil se lembre sempre da importância do seu nome e ajude a perpetuar a sua memória foi encontrado pelo Governo do Estado de São Paulo ao criar e manter funcionando, durante quase dez anos, entre 1990 e 2000, o Projeto Adoniran Barbosa.  O trabalho de centenas de artistas brasileiros – que certamente não teriam tido melhor oportunidade não fosse a infra-estrutura técnica, artística e financeira oferecida pelo projeto – foi apresentado para o grande público. Infelizmente, para tristeza dos artistas e do público, as apresentações foram suspensas, mantendo-se a interrupção até agora. No entanto, a partir do março de 2007, por iniciativa da Fundação Memorial da América Latina, o Projeto Adoniran volta à cena, no seu grande auditório, para divulgar a boa música popular brasileira para um público que merece conhecê-la melhor.

A realização do Projeto Adoniran é uma iniciativa da Diretoria Artística do Memorial, com o objetivo de revitalizar o já conhecido Projeto Adoniran Barbosa (1990-2000). A estrutura segue os mesmos moldes das edições anteriores, ou seja, apresentações de música popular brasileira por seus compositores e/ou intérpretes em um espaço com condições físicas e técnicas para tornar público o trabalho dos artistas convidados. A estréia desta nova edição do projeto aconteceu em 14 de março com show de Toquinho, seguindo-se apresentações com Chico César, Fátima Guedes, Arrigo Barnabé e Evinha.

O espaço para a realização dos espetáculos é Auditório Simon Bolívar, do Memorial, que recebe, durante o ano de 2007, um total de 15 apresentações, sempre às quartas-feiras, como nas edições anteriores. Os ingressos são vendidos ao preço de R$ 10,00 (com 50% de desconto para idosos, aposentados, estudantes) e estarão disponíveis na bilheteria do Auditório na véspera e no dia do show, sempre após as 14h.

Do Departamento de Comunicação Social do Memorial da América Latina

(R.A.)