Programa para a Serra do Mar é elogiado por curador da 7ª Bienal Internacional de Arquitetura

Para José Magalhães Júnior, bairros e moradias projetados pela CDHU são novo paradigma em relação à questão habitacional

sáb, 17/11/2007 - 15h29 | Do Portal do Governo

Os projetos dos novos bairros e moradias para onde serão transferidas famílias que hoje vivem nas encostas da Serra Mar, em Cubatão, estão expostos até dia 16 de dezembro na 7ª Bienal Internacional de Arquitetura, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Este ano, o tema da Bienal é a integração entre espaço público e privado. “A idéia é discutir a relação harmoniosa entre os espaços, desde residências até grandes intervenções”, explica o curador da Bienal, o arquiteto José Magalhães Júnior.

Segundo Magalhães Júnior, os projetos de arquitetura e urbanismo do Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, desenvolvido pelo Governo do Estado, refletem exatamente uma preocupação em estabelecer relações harmoniosas entre espaços. “Vejo com muito entusiasmo o estabelecimento de uma nova política para a Habitação de Interesse Social. Há uma mudança de postura que está criando um novo paradigma na relação entre o espaço público e o privado”, analisa. “Da concepção das residências à infra-estrutura urbana, o programa apresenta soluções interessantes e inovadoras para questões da vida comunitária. As propostas vão muito além da casa em si, já aperfeiçoada e cuidadosamente pensada. Demonstram a preocupação com o contexto urbano, ambiental e comunitário”.

O secretário estadual da Habitação, Lair Krähenbühl, explica o projeto social que o Governo do Estado está implementando na Serra do Mar. “Nós criamos um ambiente planejado para as famílias que serão removidas. Vamos transformar o conjunto em um verdadeiro bairro, com casas e apartamentos cercados por toda infra-estrutura necessária para se morar com qualidade”, afirma.

Na 7ª Bienal Internacional de Arquitetura, a Secretaria da Habitação e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) apresentam, de forma interativa, em uma área de 230 m2, as propostas arquitetônicas e urbanísticas desenvolvidas para solucionar os problemas das ocupações irregulares em áreas de risco e de preservação ambiental. Há animações em terceira dimensão que mostram a situação atual dos locais de intervenção e os futuros bairros e conjuntos residenciais do Jardim Casqueiro e do Bolsão 9.

Em tamanho natural, fotos das ocupações na serra também ilustram um corredor na entrada do estande, proporcionando um ambiente de interação com o local. Dentro do estande, o visitante pode conhecer os bairros-cota 95/100, 200, 400 e 500. Basta acionar um painel que exibe fotografias e dados estatísticos sobre o bairro. Também pode conhecer as soluções já desenvolvidas pelo Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar. São projetos para o Jardim Casqueiro e Bolsão 9, que serão implantados em Cubatão.

Mais do que conjuntos habitacionais, trata-se de bairros projetados com toda infra-estrutura. O projeto inovador do Bolsão 9 prevê a construção de 1.228 imóveis. No Jardim Casqueiro, está prevista a construção de 1.800 moradias, totalizando 3.028 unidades destinadas à remoção de famílias que vivem em áreas de risco de deslizamento de terra nos bairros-cota e no núcleos Água Fria e Pilões, e áreas de mangue no sopé da serra sujeitas a enchentes.

Com um novo modelo de arborização e paisagismo, as mini-cidades terão serviços públicos, praças, parques, escola, posto de saúde, creche, igrejas e pontos para comércio. Algumas moradias foram projetadas para uso misto, ou seja, são imóveis destinados a uso residencial e comercial. No Bolsão 9, será implantado um grande parque com equipamentos sociais e de lazer, como quadras poliesportivas, arena para eventos culturais, parque infantil, pista de skate e ciclovia.

Um dos visitantes da bienal durante o primeiro dia aberto ao público, Cid José Andreucci, engenheiro civil, aprovou a iniciativa do Governo do Estado. Ele conta que trabalhou na construção da segunda pista da imigrantes e conhece de perto a região. “O projeto é importante porque os moradores estão expostos ao risco constante de deslizamentos de terra. A mudança vai melhorar as condições de segurança e de moradia das famílias, além de proporcionar acesso a melhores serviços públicos, como saneamento”, avalia Andreucci.

O novo padrão de construção da CDHU, incorporado pelo programa da Serra do Mar, que inclui plantas com três dormitórios, aquecedor solar, medidores de água individualizados, revestimento interno e externo, piso e azulejos, laje e estrutura de concreto, também está exposto na Bienal.

O Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, uma das prioridades do Governo do Estado, é desenvolvido pelas secretarias da Habitação, Meio Ambiente, Segurança Pública, Casa Civil, Energia e Saneamento, Desenvolvimento, Justiça, Economia e Planejamento, Procuradoria Geral do Estado, Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, em parceria com a Prefeitura Municipal de Cubatão.

SERVIÇO

7º Bienal Internacional de Arquitetura

Local: Fundação Bienal de São Paulo, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 3 do Parque Ibirapuera

Data: Até 16 de dezembro de 2007

Horário: de terça a sexta – das 12 às 22 horas e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 22 horas.

Da Secretaria Estadual da Habitação

(I.P.)