Programa irá recuperar 3 mil hectares de matas ciliares na Serra do Japi

Programa Água das Florestas Tropicais Brasileiras prevê plantio de 3,3 milhões de mudas nos próximos cinco anos

dom, 03/06/2007 - 17h30 | Do Portal do Governo

A Femsa e os 17 grupos fabricantes do refrigerante Coca-Cola no Brasil consomem, em média, 2,21 litros de água para produzir um litro da bebida. Esse número é inferior ao da média mundial do setor de bebidas e chega a 1,51 litro na unidade da Femsa, em Jundiaí, que é a maior fábrica da Coca-Cola em capacidade de produção no mundo.

A preocupação com as fontes de sua principal matéria-prima levou o grupo a criar o Programa Água das Florestas Tropicais Brasileiras, lançado na última quinta-feira, 31, na Casa da Fazenda do Morumbi, em São Paulo, em solenidade que contou com as presenças do secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos presidentes Brian Smith, da Coca-Cola Brasil, e Ernesto Silva, da Femsa – Divisão Mercosul.

O secretário Graziano, que estava representando o governador José Serra, elogiou a iniciativa do grupo Coca-Cola em promover a recuperação de três mil hectares de matas ciliares, com o plantio de 3,3 milhões de mudas, nos próximos cinco anos, na região da Serra do Japi, em Jundiaí, onde se localiza uma das fábricas. Segundo o secretário, o Estado tem hoje 1,7 milhão de hectares de áreas degradadas ao longo de corpos d’água. Por isso, entre as prioridades do Governo do Estado, salientou, encontra-se o Projeto de Recuperação de Matas Ciliares, que já está desenvolvendo 15 projetos em cinco bacias hidrográficas, envolvendo os proprietários rurais e a comunidade no trabalho de plantio de mudas.

O envolvimento do setor empresarial, no seu entender, é fundamental para o sucesso de ações de recuperação da cobertura vegetal. “Temos hoje proprietários rurais interessados em recuperar áreas de matas nativas e empresários com disposição para investir no plantio de mudas. Por isso, vamos lançar a Bolsa de Áreas de Plantio no Estado, para promover o encontro de interesses de ambos os lados”, anunciou.

Para a ministra Marina Silva, o envolvimento do setor empresarial com a questão ambiental constitui um fato a ser comemorado, pois a degradação da natureza constitui um grande problema de toda a sociedade e as responsabilidades precisam ser distribuídas entre todos. “Alguém precisa dar o primeiro passo e o exemplo da Coca-Cola deve ser seguido por outras empresas”, disse.

Lembrou que o Brasil dispõe de 11% da água potável do mundo, mas que esse recurso da natureza está distribuído de forma desigual. Além do semi-árido nordestino, segundo a ministra, há regiões na Amazônia enfrentando problemas de falta de água por causa do desmatamento intensivo.

“Fiquei surpresa com esta informação, mas isso constitui um alerta para que o desenvolvimento se dê em bases sustentáveis, sem excluir as pessoas”, afirmou.

Recuperação de bacias hidrográficas

O Programa Água das Florestas Tropicais Brasileiras é uma iniciativa do Instituto Coca-Cola, que vai investir R$ 27

milhões, sendo 50% das empresas do grupo e outros 50% a serem captados junto a outras empresas parceiras. Segundo

Brian Smith, “o programa demonstra o comprometimento do Sistema Coca-Cola com o meio ambiente, atuando na recuperação de bacias hidrográficas e beneficiando as comunidades do seu entorno”. O programa, que observa os princípios do Protocolo de Kyoto, para se inserir no mercado de carbono, tem a finalidade de reverter o impacto negativo do desmatamento de matas ciliares.

A Fundação SOS Mata Atlântica vai cuidar da mobilização dos proprietários de terra e da comunidade. Vai ainda efetuar o monitoramento da qualidade da água envolvendo as escolas da região, que vão receber jogos com reagentes químicos e físicos, e orientação para o seu uso, num trabalho que visa ao mesmo tempo a conscientização da população sobre a importância da conservação da vegetação ao longo dos rios. Segundo o diretor da fundação, Mário Mantovani, mais de 800 habitantes da região serão envolvidos nesse programa. “A população tem de participar ativamente para o sucesso do programa”, concluiu.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente