Programa Economia Verde incentiva empresariado paulista a investir em práticas menos poluentes

Financiado e coordenado pela Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento, projeto tem como objetivo proporcionar melhorias ao meio ambiente

sáb, 28/05/2011 - 20h00 | Do Portal do Governo

A Lei 13798, de 2009, prevê que até 2020 a emissão de gases de efeito estufa no Estado de São Paulo deverá ser reduzido em 20% (tendo como base valores registrados em 2005). Para ajudar o empresariado paulista, de todos os setores da economia, a cumprir esse objetivo e outras melhorias ao meio ambiente, o Estado criou o programa Economia Verde, financiado e coordenado pela Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento, órgão vinculado à Secretaria Estadual da Fazenda. A iniciativa visa incentivar a compra de sistemas e equipamentos por empresas de pequeno e médio porte.

O presidente da agência, Milton Luiz de Melo Santos, informa que o Economia Verde atende às firmas com faturamento anual entre R$ 240 mil e R$ 100 milhões. O juro cobrado, assegura ele, é menor que o disponível no mercado convencional. O empresário paga 6% ao ano mais a variação do IPC-Fipe e carência de um ano. A quitação deve ser feita em quatro anos, somando-se à carência são cinco anos para liquidar o empréstimo.

Melo Santos conta que a empresa interessada deve apresentar um plano de produtividade com benefícios ao meio ambiente. Uma vez analisado e aprovado pelos técnicos da agência, o repasse será feito para a compra de máquinas e equipamentos apropriados. A empresa deve atuar dentro do Estado de São Paulo.      

Para tornar o programa conhecido, a Agência de Fomento Paulista assinou convênio com 50 entidades empresariais de classe, como Fiesp/Ciesp, Abimaq, Fecomércio, Sebrae, Abrinq, Apas, Abigraf, Facesp e outras, abrangendo todos os setores econômicos do Estado. Outros canais de contato são feitos pelo site www.nossacaixadesenvolvimento.com.br ou no segundo andar da sede da agência, onde funciona a seção denominada Plataforma de Atendimento de Negócios.

O presidente da agência ressalta que o setor mais poluente no Estado é o de transporte (ônibus, caminhões e automóveis). Ele assegura que empresas deste setor, privadas ou públicas, podem recorrer à linha de crédito Economia Verde para substituir suas frotas de veículos a diesel por outros movidos a biocombustíveis, menos prejudiciais ao meio ambiente. 

Para micro empresa, com faturamento anual abaixo de R$ 240 mil, Melo Santos indica outro órgão do Estado para financiamento de negócios: o Banco do Povo Paulista, vinculado à Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho (Sert). Para empresas com faturamento acima de R$ 100 milhões ao ano, a agência trabalha com repasse de valores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Agência de Fomento Paulista foi criada em 2009, com recursos provenientes da venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil. Recebeu na época capital de R$ 1 bilhão para financiar diversas linhas de crédito a empresas do Estado.   

Setores beneficiados

– Agroindústria (substituição de equipamentos a diesel por biodiesel)
– Saneamento (geração de energia elétrica ou térmica com biogás de aterro)
– Energias renováveis (instalação de placa solar, caldeira a biomassa)
– Eficiência energética (redução de perdas na produção e transmissão de energia elétrica)
– Manejo de resíduos (queima de biogás em aterro)
– Processos industriais (redução no uso de CFC, HFC, PFC, SF6)
– Elaboração de inventário de emissões (contabilização de emissão de gases de efeito estufa)
– Transporte (troca de combustível fóssil por outro mais limpo como gás natural, biodiesel, etanol e eletricidade)
– Construção civil (reúso de água e eficiência energética)
– Recuperação florestal (reflorestamento com espécies nativas)
– Elaboração de projetos (crédito de carbono)

Lucrativo e limpo

O empresário Carlos Alberto Pachelli resolveu dar uma destinação lucrativa a lâmpadas fluorescentes usadas que infestam o lixo das grandes cidades. Entre os anos de 2003 a 2010 ele utilizou uma pequena sala do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) para incubar sua empresa nascente. Hoje, o negócio é lucrativo e a Tramppo Comércio e Reciclagem de Produtos, instalada em Cotia, já emprega 15 pessoas.

Para começar tudo, ele financiou R$ 76 mil da Agência de Fomento Paulista, no ano passado, e montou duas máquinas para destinação limpa das lâmpadas, uma fragmentadora e um reator para sublimação de mercúrio. “Eu desenvolvi esta tecnologia e precisava de capital para colocá-la em prática”, recorda Pachelli.

Das fluorescentes, ele separa quatro subprodutos: vidro, ponteiras metálicas, pó fosfórico e mercúrio. Vidro e pó ele vende para indústria cerâmica, ponteiras vão para fundição e o mercúrio é utilizado em pesquisas de laboratórios. “O juro cobrado pela agência é muito atrativo, parece de primeiro mundo”, elogia Pachelli.

Serviço
Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento
Rua da Consolação, 371 – Centro – São Paulo
Atendimento: telefone (11) 3123-0464 – Ouvidoria: 0800-7706272

Da Agência Imprensa Oficial