Programa de recuperação de mananciais permite melhoria na qualidade da água distribuída pela Sabesp

As obras de saneamento básico, conhecidas como “obras enterradas” por estarem localizadas em tubulações subterrâneas e invisíveis aos olhos da população, são de fundamental importância para a saúde pública. Os investimentos em saneamento realizados com prioridade pelo Governo Mário Covas nos últimos anos foram essenciais para garantir a distribuição de água tratada a toda população da Região Metropolitana de São Paulo, além da coleta e tratamento de esgotos em todo o Estado.

Para o governador Geraldo Alckmin, que nesta terça-feira, dia 22, inaugurou importantes obras de saneamento básico na zona Sul da Capital, estes empreendimentos deveriam receber maior visibilidade. “As obras de saneamento não são vistas, mas equivalem a um hospital, pois representam um bem à saúde. O que aparece mesmo são as avenidas, os prédios e as ruas”, lamentou.

Alckmin colocou em operação três novos sistemas implantados pela Sabesp dentro do Programa de Saneamento Ambiental da Bacia do Guarapiranga, que contam com financiamento do Banco Mundial. Foi implantado o sistema de afastamento de esgotos da margem esquerda do Guarapiranga, que atenderá dez bairros da zona Sul da Capital, possibilitando a recuperação dos mananciais da região. Este sistema conta com seis estações elevatórias, 65 quilômetros de redes coletoras, 6.600 ligações domiciliares, 11,1 quilômetros de coletores-tronco e 6,4 quilômetros de emissário de recalque.

De acordo com o presidente da Sabesp, Ariovaldo Carmignani, a ocupação ilegal ocorrida nos mananciais da Guarapiranga resultou em um grande depósito de esgotos na bacia. Ele destacou, porém, que o Governo do Estado está revertendo esta situação. “Esse é o grande sucesso do Programa, pois estamos melhorando consideravelmente a qualidade da água distribuída à população”, afirmou.

Além do sistema de afastamento de esgotos, também foram inaugurados um novo Centro de Controle de Operação (CCO) dos sistemas de água e esgotos e a primeira etapa do tratamento avançado do sistema produtor do Guarapiranga. “Tudo isso que está sendo feito aqui beneficia não só a região, mas toda a população que usufrui da distribuição de água da bacia”, afirmou Carmignani. Segundo ele, cerca de 3 milhões de habitantes da Região Metropolitana passarão a receber uma água de melhor qualidade.

Para o deputado estadual Rodolfo Costa e Silva (PSDB), a Sabesp é hoje uma empresa recuperada, com capacidade de investir em grandes programas. “Esse projeto existia desde 1990, mas só em 1995, com o saudoso governador Mário Covas, que acreditou na importância do saneamento básico do Estado, foi possível dar continuidade”, ressaltou.

Projeto será estendido para todos
mananciais da Região Metropolitana

O programa de recuperação do manancial e melhoria da qualidade da água da Bacia do Guarapiranga deve ser estendido a todas as áreas de mananciais da Região Metropolitana. Segundo o governador Geraldo Alckmin, as áreas próximas às represas Billings, Alto Cotia e Cantareira também serão contempladas. Ele informou que o Banco Mundial já deu parecer favorável para liberar estes financiamentos.

O secretário estadual de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Mendes Thame, disse que a recuperação destes outros mananciais deve exigir investimentos de US$ 554 milhões e que o projeto já está sendo avaliado em Brasília. Ele também confirmou o interesse do Banco Mundial em financiar a nova fase do programa, devido ao sucesso obtido na Bacia do Guarapiranga.

Atualmente, os sistemas Cantareira e Guarapiranga são os principais fornecedores de água na Grande São Paulo, enquanto apenas um braço da represa Billings contribui para o abastecimento. “No futuro, a represa Billings também poderá ser uma importante fonte de abastecimento, caso consigamos melhorar a qualidade da sua água”, afirmou Thame.

Geradores de energia

As novas estações elevatórias de esgotos inauguradas no sistema Guarapiranga possuem geradores próprios de energia elétrica e podem concluir a operação em eventuais casos de apagões. Segundo o presidente da Sabesp isso é importante porque evita que os esgotos recolhidos voltem às águas da represa, no caso de interrupção do fornecimento de energia elétrica. “Estamos verificando formas destes geradores trabalharem por um tempo maior do que o previsto inicialmente”, informou Carmignani. Ele também destacou que, apesar da empresa estar expandindo sua atuação no Estado, um grande esforço está sendo realizado para otimizar a produção e economizar energia.

Sistema Tietê

O governador Geraldo Alckmin também informou, durante a inauguração, que as obras da segunda fase do Projeto Tietê (em fase de licitação) devem começar dentro de quatro meses. “É preciso avançar. Vamos realizar a coleta e afastamento dos esgotos até Barueri, dentro da segunda fase do Projeto Tietê”, anunciou.

Rogério Vaquero