Programa da USP ajuda adolescentes a decidirem futuro

Objetivo é ajudar estudantes que chegam às portas do vestibular repletos de dúvidas

dom, 04/05/2008 - 19h01 | Do Portal do Governo

Pressões familiares e falta de informações sobre a carreira e o mercado de trabalho que pretendiam seguir. Esses foram os problemas identificados por quase 45% dos alunos desistentes ou a ponto de desistir do curso superior, em pesquisa realizada na USP em 2005. Pois é justamente para ajudar esses estudantes que chegam às portas do vestibular repletos de dúvidas e pressionados a decidir sobre seu futuro profissional que existe na USP, desde 1991, o programa Universidade e as Profissões.

“É uma excelente oportunidade do jovem ter um conhecimento prévio do que o espera na Universidade e na própria vida profissional”, explica o professor Ruy Alberto Correa Altafim, pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária, do órgão da Universidade que administra o projeto.

O Universidade e as Profissões é dividido em duas partes. A primeira é baseada em um catálogo, atualizado anualmente, onde as profissões são apresentadas através de uma descrição sucinta das atribuições e dos campos de atuação de cada profissional. Também são mostradas as unidades da Universidade onde essas carreiras são desenvolvidas e aprimoradas, além de uma explanação sobre os recursos e serviços disponíveis para os estudantes nos diversos campi, como museus, núcleos de pesquisa, centros esportivos e hospitais universitários. “A idéia é propiciar ao aluno uma visão global da Universidade”, diz o pró-reitor.

Casa Aberta

A segunda parte do programa consiste no Casa Aberta. Nessa etapa, estudantes do ensino médio se inscrevem para visitar as unidades de seu interesse. As datas das visitas são definidas em conjunto com as unidades, através de suas respectivas comissões de cultura e extensão. O propósito é que cada instituição tenha tempo para elaborar seu projeto de visita e definir que professores e alunos de graduação serão os monitores.

“Procuramos evitar ou diminuir o estranhamento que muitos alunos sentem”, diz Altafim sobre a reação que muitos estudantes tem ao se deparar com as grades de seus novos cursos de graduação. “As visitas são a oportunidade que os alunos têm de perguntar, questionar os monitores sobre o funcionamento do curso, as matérias que são dadas e até mesmo sobre a carreira”, afirma o professor Altafim.

Um dos principais objetivos do programa, segundo o professor Altafim, é tentar diminuir a evasão. A taxa média nacional de alunos que desistem da faculdade após descobrirem que a carreira e o curso não eram o que eles imaginavam gira em torno de 22%, segundo dados do Censo Nacional do Ensino Superior de 2006 divulgados ano passado. Para o pró-reitor, as perdas não se resumem apenas ao campo econômico. “Um aluno evadido é um custo social e financeiro muito grande. Porém, pior do que isso, a experiência pode ser uma frustração tão grande que ele simplesmente não queira mais seguir outro curso”, explica.

Francisco Ângelo

Da USP

(L.F.)