Programa Alô, Vida! cria número 0800 para receber denúncias

Um dos objetivos do projeto é reduzir casos de violência contra crianças e adolescentes

dom, 09/08/2009 - 13h00 | Do Portal do Governo

Atualizado em 10 de agosto às 16h30

O Alô, Vida!, programa de atendimento telefônico da Fundação Orsa em parceria com a Seads (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social), ganhou maior alcance e passou a atender gratuitamente pelo número 0800-9701170. “Criado em 2004 com o nome Disque-Deficiência, o programa encaminhava pessoas com deficiência para serviços especializados. Com a parceria da Seads, o leque ampliou e passou a atender casos de violência contra crianças e adolescentes, e até de adoção de crianças e jovens”, explica Margarete Nicoletti, diretora da Proteção Básica da Seads.  

O atendimento diário, que funciona das 8h30 às 17h30, é feito por profissionais qualificados e tem como público-alvo crianças, adolescentes, pais, profissionais e comunidade em geral – sempre de modo sigiloso. As orientações são fornecidas conforme a demanda de cada caso, com base nas informações contidas em um banco de dados exclusivo com o cadastro de diversos serviços. 

“Acreditamos que ao oferecermos o novo serviço aumente o número de denúncias de casos de maus-tratos contra jovens e crianças, em função do sigilo”, afirma a psicóloga do Alô, Vida! Letícia Teixeira de Azevedo.

Segundo a psicóloga, muitas pessoas não denunciam por medo de retaliação, apesar de que essa postura já esteja mudando. “As pessoas veem casos de violência contra crianças que morrem por causa de maus-tratos sendo veiculados na mídia e ficam sensibilizadas”, afirma.

Kit Respeitar  

Ao receber a reclamação, os profissionais do Alô, Vida! encaminham o caso para o Conselho Tutelar e para a Vara da Infância e da Juventude da região. “Após 48 horas, contatamos esses órgãos para saber quais providências foram tomadas”, informa a psicóloga. 

A primeira ação ocorre quando o conselheiro tutelar chega à casa da vítima (criança ou adolescente) e verifica o estado em que ela se encontra. A segunda é o trabalho em rede. “Participamos de fóruns, congressos e discutimos quais os métodos para estreitar os laços entre as entidades, assim como fortalecer o sistema”, diz.

A terceira ação é o Kit Respeitar, composto de três livros: “Quero respeito”, “Criar respeitando” e “Cuidar respeitando”. Cada volume é destinado a um público diferente: às próprias crianças e jovens, aos pais e responsáveis e aos profissionais que lidam com o público infanto-juvenil. O conteúdo dos exemplares foi idealizado pela Fundação Orsa e a produção é resultado do trabalho entre a entidade, a Seads e a Associação Brasileira de Magistrados e Promotores (ABMP). 

A elaboração dos livros recebeu o apoio da psicóloga Anna Christina Cardoso de Mello, da Vara da Infância e da Juventude, também consultora da Fundação. Espera-se que, depois de distribuídos, eles possam ser transformados em políticas públicas e replicados por todo o País. A Seads prevê ainda para este semestre capacitar os profissionais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) instalado no Estado para a elaboração de planos municipais de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. 

Serviço 
O Kit Respeitar está disponível para download gratuito nos sites:
Fundação Orsa: www.fundacaoorsa.org.br
Seads: www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br
ABMP: www.abmp.org.br  

Da Agência Imprensa Oficial