Depois de um dia corrido, nada como um banho relaxante, acompanhado de um sabonete cheiroso e um bom xampu para completar. Essa rotina que parece tão comum a todos não foi incorporada de uma hora para outra na nossa cultura. Na mostra “Passado a Limpo”, que está em cartaz na estação Paraíso do Metrô, até o dia 25 de julho, o público pode conferir toda a evolução dos hábitos de higiene pessoal do Brasil.
A exposição inspirada no livro homônimo de Eduardo Bueno e organizada pela artista plástica Gláucia Amaral, está dividida em quatro blocos, que apresentam cronologicamente a história do asseio pessoal no país.
O público inicia a volta ao passado no encontro entre portugueses e indígenas às margens do litoral brasileiro. O choque dessas duas civilizações bem distintas, “os pelados e os peludos”, é apresentado em um painel de 2,75m por 2,15m.
A próxima parada é no bloco das grandes cidades brasileiras do século XVIII (Recife, Rio de Janeiro e Salvador). Os destaques desses painéis ficam por conta dos “tigres”, escravos responsáveis por transportar os barris cheios de excrementos e de uma planta que retrata uma casa de engenho, que não possuía banheiro.
A mostra prossegue com o período do Brasil Colônia, por meio da cerimônia diária do “beija-mão”, comandada por D. João VI, que dizem nunca ter tomado um único banho de corpo inteiro com água e sabão.
A higiene pessoal se torna questão de Estado quando Getúlio Vargas aconselha a sociedade brasileira sobre as vantagens do asseio com o corpo. Neste período, o Brasil sofre também a influência do conceito do “American way of life”. Nas residências, começam a surgir as banheiras, salas de banho e os artigos de luxo para higiene.
De forma bem humorada, a artista Gláucia Amaral surpreende o público ao final da exposição, com uma instalação de rolos de papel higiênico, de 4,10m X 3m de dimensão.
Ao lado, estão os antigos anúncios de produtos considerados de luxo no passado, absorventes, pasta de dente e desodorante do “tempo da vovó” que revelam a evolução desses itens com o passar dos anos.
Do Departamento de Imprensa do Metrô
(R.A.)
