Profissionais de beleza do Alto Tietê aprendem a prevenir hepatites

Manicures, cabeleireiros e demais profissionais recebem orientações sobre a biossegurança para a prevenção de Hepatites Virais

ter, 23/10/2018 - 11h16 | Do Portal do Governo

A Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo realiza a 2º edição do workshop destinado aos profissionais de beleza do Alto Tietê, para orientações sobre a prevenção às hepatites virais.

Manicures, cabeleireiros e demais profissionais do ramo recebem orientações sobre a biossegurança para a prevenção de Hepatites Virais, que podem ser transmitidas por meio de contato sanguíneo.

“É importante que profissionais da beleza estejam atentos aos cuidados que se deve ter ao atender clientes em espaços onde há objetos cortantes, pois pode haver risco de contato com sangue contaminado. No workshop falaremos sobre os cuidados necessários para garantir a segurança do profissional e do cliente”, afirma a interlocutora de hepatites virais do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) de Mogi das Cruzes, Flávia de Moraes.

A enfermeira do Hospital Emilia Ribas, Andreia Schunck, afirma que a cutícula é a proteção das unhas e, ao retirá-la, pode haver sangramento. Essa pode ser a fonte de transmissão das hepatites.

“O vírus da Hepatite B é 100 vezes mais infeccioso que o HIV e ele permanece sete dias no ambiente. Se o material usado para fazer a unha foi contaminado com o sangue infectado, ele permanece nos instrumentos e na superfície onde está trabalhando”, completa Andreia.

Durante a programação será possível realizar o teste para hepatites virais B, C, sífilis e HIV, além de vacinar-se contra hepatite B (é necessário apresentar a carteirinha de vacinação, caso tenha).

A manicure Elaine Dias explica que a esterilização dos itens que utiliza em seu salão é “feita sempre após o uso em cada cliente”. Mas nem todos os profissionais repetem esse processo.

Materiais como lixas e palitos precisam ser de uso individual e descartável, assim como as luvas. Já os alicates precisam sofrer o processo de limpeza (lavados com água sabão e depois esterilizados).

As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus que apresentam características distintas (A,B,C,D e E). As hepatites A e B podem ser prevenidas por vacinas disponíveis nas unidades básicas de saúde. Crianças de 15 meses a 5 anos incompletos podem podem tomar a vacina contra hepatite A e toda a população pode ser vacinada contra hepatite B.

É possível chegar à cura da hepatite C através de tratamento com medicamentos. Embora não tem tenha cura, a hepatite B tem tratamento. Pacientes crônicos conseguem trata-la através de medicamentos. Em ambos os casos é necessário procurar uma unidade básica de saúde para ser encaminhado a unidade de referência no tratamento de hepatites.

As hepatites B e C podem ser contraídas por meio de relações sexuais, compartilhamento de agulhas, seringas ou o uso de materiais perfurantes. Além disso, a Hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto. No mundo, cerca de 1,4 milhão de pessoas morrem por conta da doença e, no Brasil, as mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C.

De acordo com o infectologista do HEB, Gustavo Kawanami, em fevereiro de 2002 foi criado o programa nacional de hepatites virais voltado ao atendimento de aproximadamente 2 a 3 milhões de brasileiros portadores da hepatite C.

“Nos últimos 15 anos nenhuma outra doença infecciosa passou por uma revolução tão grande em relação ao tratamento da hepatite C. Em 2002, falávamos de taxas de controle do vírus que não excediam 55%. Em 2012, instituímos tratamentos almejando taxas de cura próximas a 70%. Hoje, já existem tratamentos mais curtos, com efeitos colaterais exponencialmente menores e chances de cura em torno de 92%”, explica o infectologista.