Professores e alunos da USP participam de iniciativa em Alagoas

Por meio do Projeto Rondon, estudantes da Universidade de São Paulo ministram palestras em diversas áreas do conhecimento

sáb, 18/08/2018 - 11h03 | Do Portal do Governo

O Estado de Alagoas foi palco de mais uma edição do Projeto Rondon, iniciativa que promove a integração de equipes das diversas instituições de Ensino Superior – entre elas, da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos. Realizada de 13 a 29 de julho, a iniciativa, também denominada Operação Palmares, teve o objetivo de ministrar oficinas de capacitação em doze municípios.

Os professores e estudantes voluntários chegaram a Maceió e ficaram hospedados no 59º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército Brasileiro para as atividades de abertura. Desenvolvido pelo Ministério da Defesa, em parceria com governos estaduais, municipais e universidades públicas e privadas, o Projeto Rondon tem como missão contribuir para a formação do jovem universitário como cidadão e o desenvolvimento sustentável das comunidades carentes.

Vale destacar que a primeira operação do Projeto Rondon (Operação Piloto ou Operação Zero) ocorreu em julho de 1967. As atividades pioneiras contaram com a participação de 30 alunos e dois professores de universidades do Rio de Janeiro, que desenvolveram ações em vários locais do Estado de Rondônia.

Formação

Segundo os organizadores, o projeto tem foco na formação de multiplicadores entre produtores, agentes públicos, professores e lideranças locais, permitindo que as ações tenham efeitos duradouros, favorecendo a população, a economia, o meio ambiente e a administração locais.

Professor do Instituto de Física de São Carlos, da USP, Otavio Thiemann cogitava participar da iniciativa. “Ano passado, um grupo de alunos me procurou e fizeram o convite para eu integrar, como professor coordenador, a equipe que estava sendo formada para apresentar um projeto e atuar no Projeto Rondon de 2018”, revela.

Mesmo sem saber onde iriam ocorrer as atividades, o docente aceitou imediatamente o convite. A cidade alagoana de Olivença foi uma das escolhidas para as atividades. Cada localidade inserida na Operação Palmares recebeu duas equipes (Tecnologia e Saúde). O toe da USP de São Carlos participou da área de “Tecnologia”, voltada para várias temáticas, como, por exemplo, indústria, agropecuária, empreendedorismo e educação.

Diversas oficinas foram ministradas pelos alunos ao longo das semanas que durou o evento. Cada equipe precisava ter dois docentes, um deles assumindo a função de coordenador. Perto da véspera da partida e por motivos pessoais, um dos docentes convidados para participar foi obrigado a se afastar do projeto, tendo a professora Marcia Cristina Branciforti aceitado o convite feito por Otavio Thiemann.

“Foi um sufoco, uma correria, pois tive que alterar todo meu calendário de férias dois dias antes de viajar”, salienta a docente, acrescentando que desde 2012 que desejava participar do projeto, mas, devido a vários compromissos, nunca conseguiu concretizar essa aspiração. “Também foi um desafio enorme participar de um projeto montado por outras pessoas e decidir passar dezessete dias longe de casa e da família, com um grupo completamente desconhecido”, explica.

Temáticas

Cada cidade inserida na Operação Palmares recebeu duas equipes – Tecnologia e Saúde – sendo que a equipe do Campus USP de São Carlos estava inserida na área de “Tecnologia”, na cidade de Olivença, voltada para várias temáticas, como, por exemplo, indústria, agropecuária, empreendedorismo e educação, com a realização de inúmeras oficinas ministradas pelos alunos e que foram ocorrendo nos períodos da manhã, tarde e noite, ao longo das semanas que durou o evento.

“Quando chegamos à cidade constatamos que era minúscula, com cerca de 11.700 habitantes, sendo que 80% deles residem e trabalham no campo”. No que diz respeito às oficinas, os alunos realizaram mais de trinta, tendo repetido algumas a pedido da própria população, que acolheu os jovens de forma extraordinária.

“Um viés das oficinas foi voltado para o público infanto-juvenil, algo que teve muito impacto nas comunidades locais, todas elas com muita carência do tipo de atividades que organizamos, como robótica, construção de brinquedos e cidades desenhadas, entre outras. Já no público adulto, o grande interesse esteve na oficina de empreendedorismo, que teve que ser desdobrada para dar resposta aos pedidos feitos pela população”, destaca o professor Otavio Thiemann.

Como complemento do sucesso da edição do Projeto Rondon, coube ao 59º Batalhão de Infantaria designar treze militares, entre sargentos e oficiais, cabendo a cada um acompanhar o desenrolar do processo em cada cidade. Eles foram importantes no auxílio às equipes de rondonistas, estabelecendo elos com as comunidades locais e reportando as necessidades à sua unidade. A presença de cada militar junto das comunidades foi uma garantia de segurança e confiança. Por isso, eles são chamados de “anjos” no projeto e são escolhidos a dedo.

Ambos os docentes da USP afirmam que pretendem repetir, um dia, as experiências vividas em prol de comunidades carentes. “Foi uma experiência fantástica”, concluem os professores.