Professores e alunos da Unesp criam máquina de compostagem

Meta é produzir material reciclável sem mau cheiro e com menor quantidade de lixo

qui, 08/07/2010 - 13h00 | Do Portal do Governo

Professores e alunos do câmpus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Itapeva estão desenvolvendo uma máquina capaz de realizar a compostagem sem produção de mau cheiro em prazos curtos de até 15 dias. Com apoio da Pró-Reitoria de Entensão (Proex), o projeto utiliza restos de alimentos e industriais e os transforma em um composto equilibrado capaz de suprir as plantas com todos os nutrientes necessários para sua fertilização.

Idealizado pelos professores Manoel Cléber de Sampaio Alves e Marcos Tadeu Tibúrcio Gonçalves, em parceria com as empresas NovaReciclagem Assessoria e Consultoria Empresarial e Linax Extração de Óleos Essenciais, o trabalho tem o suporte do professor Alexandre Jorge Duarte de Souza nas áreas de eletricidade e eletrônica. Participam também alunos do curso de Engenharia Industrial Madereira. A estudante Fabiane Salles Ferro recebeu uma bolsa da Proex para se dedicar exclusivamente ao projeto. 

“Para compostar muito material orgânico, normalmente é preciso muito espaço, em um prazo que chega a sessenta dias”, diz o professor Alves. “A nossa ideia é conseguirmos uma compostagem em menor espaço e em um prazo bem menor, de 12 a 15 dias.” A máquina é composta de três equipamentos: um triturador, um extrator de umidade e um reator. Os dois primeiros estão prontos. O reator, que é o compostador, ainda está em desenvolvimento. “Até o fim do ano tudo estará concluído”, diz o pesquisador.

O equipamento poderá ser utilizado em estabelecimentos como restaurantes, feiras livres, supermercados, centros de distribuição de alimentos como Ceagesp, feiras municipais em local fixo como os “mercadões” e condomínios particulares, com redução acentuada da quantidade de lixo produzido, transformando os resíduos orgânicos em compostos para serem utilizados em jardins, na agricultura ou até mesmo no comércio local.

Saúde pública

No Brasil o lixo ou é depositado em locais afastados da vista da população, sem cuidados sanitários (os chamados lixões) ou são aterrados (aterros sanitários), sistemas que estão superlotados em várias cidades. As consequências desses procedimentos são gravíssimas, como a contaminação do lençol freático, com o comprometimento do seu uso domiciliar; a poluição da atmosfera, com o desprendimento de gases e o mau cheiro; a proliferação de insetos, roedores e outros transmissores de doenças; e o problema da presença de catadores nos locais onde os resíduos sólidos são depositados, com ameaça à saúde pública.

Da Unesp