Produção científica da Unesp cresce 70% em 4 anos

Universidade tem 83 cursos de doutorado e 105 de mestrado

seg, 09/03/2009 - 20h59 | Do Portal do Governo

O número de matrículas em cursos de pós-graduação da Unesp cresceu mais de dez vezes nos últimos anos, saltando de 878 em 2000 para 9947 em 2008 – indicador que contribuiu para que a produção científica da instituição crescesse 70% no último quadriênio. Esses dados fazem parte de um conjunto de indicadores divulgados pela universidade na última quinta-feira.

A iniciativa conjunta da Pró-reitoria de Pesquisa (PROPE) e da Pró-reitoria de Pós-graduação (PROPG) tem como objetivo estimular e articular atividades de pesquisa da Universidade para não só manter esse avanço que foi observado nos últimos anos como também para aumentar a qualidade da produção. Uma das metas, por exemplo, é melhorar a posição da instituição no ranking da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que lista instituições de ensino superior pela qualidade de sua pós-graduação.

Em 2004, a pós-graduação da instituição ocupava o 17º lugar, com conceito 4,24. No levantamento seguinte, de 2006, pulou para a 12º posição, com conceito 4,33 para os seus então 103 programas. Hoje já são 109. “Estávamos em 2º lugar em número de programas, mas com o 12º conceito. A evolução mostra que temos competência e condições de ir para frente e ficar em uma posição bem mais alta neste ranking”, afirmou Marilza Vieira Cunha Rudge, pró-reitora de Pós-graduação.

Segundo Marilza, outra preocupação é aumentar o número de cursos de doutorado. Atualmente são 83, contra 105 de mestrado. O ideal, segundo ela, é que a oferta dos cursos se equiparem. “Do contrário, corremos o risco de ter o aluno de mestrado indo para outra instituição fazer seu doutorado”, disse Marilza na apresentação, que foi realizada no auditório da Vunesp (Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista).

Desafio – A Universidade também está encarando como desafio o aprimoramento do seu quadro de pesquisadores, a interação entre eles e a comunidade científica nacional e do exterior. “Dos nossos 475 pesquisadores, apenas 5% são de perfil 1-A (com alta produtividade). Precisamos de um esforço para aumentar essa quantidade”, afirma Maria José Mendes Giannini, pró-reitora de Pesquisa e idealizadora do Ano da Pesquisa.

A Prope fará uma série de incentivos nesse sentido, com vistas a trazer para a instituição mais financiamento das agências de fomento, mais pesquisadores-visitantes e mais jovens pesquisadores e pós-doutorados.

O diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz, presente ao evento, mostrou que a Unesp aumentou em seis vezes as solicitações de financiamento da agência de 1992 para cá, mas alertou que a instituição tem feito poucas solicitações para trazer gente de fora.

“Em 2007, por exemplo, foram feitos somente 14 pedidos de auxílio ao visitante exterior. Tinha de ser pelo menos uma solicitação por unidade da Unesp. Esse contato é importante não só para que a instituição saiba o que está sendo feito no exterior, mas também para que os pesquisadores estrangeiros vejam o que estamos fazendo”, diz.

Para o reitor da universidade, Herman Voorwald, o momento é muito favorável para esse crescimento. “Conhece o potencial dessa instituição quem conhece o histórico dela”, enfatizou. “Ela foi criada há 33 anos de uma junção de institutos que faziam graduação e não tinham nenhuma estrutura de laboratórios de pesquisa. Ao longo da década de 90, começou a consolidar e qualificar seu quadro docente e hoje todos os indicadores mostram nosso grande potencial”. 

Da Unesp