Procon-SP constata queda de 0,73% na cesta básica de fevereiro

O preço médio da cesta passou de R$ 284,01, em janeiro, para R$ 281,94, em fevereiro

seg, 16/03/2009 - 15h09 | Do Portal do Governo

O valor da cesta básica de fevereiro apresentou queda de 0,73%, revela pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese. O preço médio da cesta, em 30 de janeiro, era de R$284,01, e passou para R$281,94, em 27 de fevereiro.

Dos 31 produtos pesquisados, 15 diminuíram de preço, 14 apresentaram alta e dois permaneceram estáveis. Em fevereiro, o grupo Alimentação e Limpeza registraram queda de 1,18% e 0,93%, respectivamente. O grupo Higiene Pessoal apresentou alta de 3,66%.

Dentre os produtos que compõem o grupo Alimentação, destacamos os que registraram as maiores quedas de preço neste mês: feijão carioquinha – pac. 1 kg (-10,14%); farinha de mandioca torrada – pac. 500 g (-9,22%); cebola – kg (-5,38%); carne de primeira – kg (-4,83%).

Convém ressaltar o item com maior variação positiva do grupo Alimentação – açúcar (pac. 5 Kg) – que apresentou alta de 10,18% (maior variação positiva mensal de preço desde novembro de 2007).

A variação no ano é de -2,04% (base 26/12/08) e, nos últimos 12 meses, de 8,56% (base 27/02/08).

É importante ressaltar que os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.). As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra, seja para estimular a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para “desovar” estoques através do rebaixamento temporário dos preços.

A análise a seguir pretende focalizar os produtos com maior participação na variação do valor médio da cesta básica deste mês.

Feijão

O preço do feijão vem oscilando desde o ano passado, neste mês apresentou queda 10,14%, a qual foi promovida pela boa safra do produto. Os produtores da região do alto Paranaíba, em Minas Gerais, estão em plena colheita. Este ano, o clima ajudou, a produtividade aumentou e a safra vai ser maior do que a do ano passado.

O Governo, com o intuito de dar um equilíbrio no mercado e evitar a maior queda do preço do produto, em fevereiro, apoiou a comercialização do feijão no Paraná e em Santa Catarina, por meio de Aquisição do Governo Federal (AGF), garantindo assim o seu preço mínimo. No mês de março, pretende aumentar os recursos e expandir esta operação aos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.

Mandioca

O preço da farinha de mandioca torrada (pac. 500 g) apresentou queda de 9,22%, a maior variação negativa mensal desde janeiro/06 (quando registrou queda de 9,87%).

No Paraná houve uma boa safra do produto, havendo um crescimento do setor. No noroeste do estado, região rica na produção do tubérculo, fatores como o clima e o solo contribuíram para uma boa produtividade.

No Mato Grosso do Sul, a produção da farinha de mandioca também seguiu intensa, mantendo assim, os preços no mercado.

Outro fator que contribui para o aumento da oferta foi a necessidade de concluir a colheita em todas as regiões produtoras, seja para fazer “caixa” ou liberar áreas para o plantio do milho safrinha.

Cebola

Ao longo do ano de 2008 e início de 2009, o preço da cebola apresentou um maior número de variações mensais positivas e neste mês teve uma queda.

Segundo os analistas, a safra de Santa Catarina foi prejudicada pela chuva entre outubro e novembro/08, porém a colheita da cebola foi iniciada no final de dezembro/08 e sua produtividade não foi afetada.

Com relação à produção, o tempo de armazenamento dos bulbos diminuiu, aumentando a oferta no mercado, e antecipação da safra.

Na pesquisa da cesta básica de fevereiro, a cebola – Kg apresentou variação negativa mensal de 5,38%.

Carne

Em fevereiro, os preços da carne bovina recuaram novamente. A crise financeira mundial, a queda nas exportações e a demanda interna fraca mantêm a justificativa para a redução no preço do produto.

Na pesquisa da cesta básica de fevereiro, a carne de primeira (kg) apresentou queda de 4,83%, a maior variação mensal negativa desde fevereiro/08 (-10,82%). O preço da carne de segunda s/ osso (kg) apresentou variação de -0,60%.

Arroz

O preço do arroz se mantém em queda há quatro meses. As baixas foram provocadas pela maior oferta do arroz casca no mercado; à retração de indústrias gaúchas, devido à lentidão nas vendas de beneficiado; à dificuldade de repasse de preço e a aproximação da colheita da nova safra.

Segundo especialistas a lavoura de arroz registra o maior crescimento entre os produtos pesquisados. O motivo é o cultivo da maior parte do arroz em áreas irrigadas, que é menos susceptível às mudanças climáticas, e os preços praticados em 2008 que estiveram em média bem acima do preço de garantia, pela primeira vez em cinco safras.

Na pesquisa da cesta básica de fevereiro, o arroz – tipo 2 (pac. 5 Kg) apresentou variação negativa mensal de 1,95%.

Frango

Em fevereiro, a desvalorização dos principais insumos utilizados na produção (milho e farelo de soja) contribuiu para a redução do preço do frango.

Outro fator que também explica esse ritmo de queda no preço é a diminuição nas exportações de frango, em virtude da crise econômica mundial que fez com que essa demanda ficasse para o consumo interno.

O preço do frango apresentou queda três meses consecutivos, sendo que na pesquisa da cesta básica de fevereiro, o preço da carne de frango variou -2,73%.

Açúcar

O preço do açúcar apresentou dois meses consecutivos de alta este ano. Alguns dos fatores que contribuíram para o aumento do produto foram: a baixa oferta de açúcar branco neste período de entressafra da região Centro-Sul, o crescimento das exportações e os altos patamares nas bolsas internacionais.

Os analistas informam que as usinas devem iniciar a produção de açúcar branco somente em abril, apesar de o início da colheita da região Centro-Sul ser esperada para a segunda quinzena de março. Os primeiros cortes de cana, que costumam ter produtividade inferior, devem ser direcionados para a produção de álcool e de açúcar VHP (exportação).

Na pesquisa da cesta básica de fevereiro, o preço do açúcar refinado (pac. 5 kg) apresentou alta de 10,18%, a maior variação mensal positiva desde novembro/07 (12,77%).

Do Procon-SP