Procon: Pesquisa revela alta de 3,52% na cesta básica de outubro:

Produtos que apresentaram maior elevação são: frango resfriado inteiro, carne de primeira, arroz tipo 2, cebola e batata

sex, 10/11/2006 - 9h11 | Do Portal do Governo

O valor da cesta básica de outubro apresentou alta de 3,52%, revela pesquisa da Fundação Procon-SP, em convênio com o Dieese. O preço médio da cesta, em 29 de setembro, era R$ 203,85 e subiu para R$ 211,03 em 31 de outubro. O grupo Alimentação foi o que registrou a maior elevação. As maiores altas de preço neste mês foram o frango resfriado inteiro – kg (17,30%); a carne de primeira – Kg (9,79%); arroz tipo 2 – pacote 5 kg (8,54%); cebola – Kg (7,94%) e a batata – Kg (6,38%).

Dos 31 produtos pesquisados na variação mensal 21 apresentaram alta, oito diminuíram de preço e dois permaneceram estáveis.

O recorde da cesta básica desde o Plano Real foi verificado em 18/5/05, quando o valor chegou a R$ 221,09.

A variação no ano é de -2,47% (base 28/12/05) e, nos últimos 12 meses, de -0,50% (base 31/10/05). Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 4,21%, Limpeza, 2,06% e Higiene Pessoal -0,58%.

É importante salientar que os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a Cesta Básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.).

As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra, seja para estimular a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para “desovar” estoques por meio do rebaixamento temporário dos preços.

A análise a seguir pretende focalizar, dentre os produtos com maior participação na variação do valor médio da cesta básica deste mês, aqueles cuja oferta e demanda estejam sendo (ou poderão ser) influenciados por fatores macroeconômicos.

Carne de frango

O preço da carne de frango apresentou aumentos substanciais nos últimos três meses.

O aumento das exportações continua a determinar a diminuição da oferta no mercado interno. Além disso, a alta de preço do frango vivo eleva a cotação do frango abatido, no atacado de São Paulo.

A demanda também se mantém aquecida. Segundo estimativas de analistas do setor, pela primeira vez o consumo per capita de carne de frango deve superar o de carne bovina no Brasil.

Carne Bovina

A atual valorização da carne bovina se deve ao período de entressafra, que gera especulações com o preço do gado confinado. Um dos principais países importadores de carne bovina brasileira – a Rússia – retomou no início do mês o comércio com São Paulo e Goiás. Com a retomada, o Brasil deve aumentar ainda mais suas exportações.

Arroz

O preço do arroz iniciou escalada de reajustes que, segundo alguns analistas, poderá durar até a próxima safra, em 2007. A diminuição na oferta do produto e a retração de alguns produtores sustentam o aumento dos preços. A redução de oferta ocorre também em função do alto volume de exportações do Rio Grande do Sul, principalmente para países da África.

A expectativa para os próximos meses é que o arroz tenha seus preços balizados por intervenção governamental.

Cebola/Batata

Depois de três meses consecutivos de queda, o preço da cebola volta a apresentar alta na pesquisa da Cesta Básica. O mercado da cebola continua inconstante e suscetível a fatores externos. Em setembro iniciou-se a colheita nas regiões sudeste e nordeste, o que garantiria um bom abastecimento do produto no mercado interno. Variações climáticas e a redução da área plantada, no entanto, restrigem a oferta. Não há, portanto, como se prever o comportamento dos preços da cebola nos próximos meses.

A batata também apresenta um comportamento inconstante de preços. Há dois meses consecutivos apresenta alta, seguida de quedas vigorosas. Esse fato pode ter sido determinado pelo arrefecimento da colheita da terceira safra, ou de inverno, da Região Sudeste do País.