Primeira física brasileira foi pesquisadora no IPT

Yolanda Monteux trabalhou com materiais radioativos no Instituto de Pesquisas Tecnológicas

sex, 07/03/2014 - 19h30 | Do Portal do Governo

A primeira mulher a se formar em Física no Brasil e a primeira a se formar em Matemática no Estado de São Paulo foi pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Yolanda Monteux é um marco na história das pesquisadoras brasileiras ao construir sua carreira em um universo então predominantemente masculino.

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Nascida em Paris em outubro de 1910, Yolanda chegou ao Brasil com três anos de idade. Em 1934, a criação da Universidade de São Paulo (USP) abriu a possibilidade da participação das mulheres na Ciência e Tecnologia. Em 1935 Yolanda ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP para cursar Física e Matemática.

Em 1937, mesmo ano em que se formou na universidade, naturalizou-se brasileira. Trabalhou em pesquisas sobre raios cósmicos, tornando-se uma das pioneiras na área. Em 1941 Yolanda foi contratada pela USP como assistente da cadeira de Física Geral e Experimental, e pela cadeira de Física Teórica e Física Matemática, em 1942.

Em 1943 foi convidada a estagiar no Laboratório de Espectroscopia do IPT com Oscar Bergstrom Lourenço, na Seção de Química. Nessa época, o corpo técnico do instituto contava apenas com duas mulheres: Yolanda e a química Frida Ana M. Hoffmann, situação que perdurou por quase duas décadas.

Na década de 1950, conquistou no IPT o cargo de engenheira tecnologista e interessou-se pelos materiais radioativos com o pesquisador Paul Philipp. Em 1956 foi criada a Seção de Matérias-primas Nucleares para a qual Yolanda foi transferida. Três anos depois aceitou o convite para trabalhar no Instituto de Pesos e Medidas em Paris, transferindo-se em seguida para o Imperial College em Londres.

Seu trabalho na área de Ciência e Tecnologia foi importante para que o IPT ampliasse a presença feminina em seus quadros. Atualmente o Instituto conta com 131 pesquisadoras e, após quase 115 anos, tem pela primeira vez em sua história uma pesquisadora ocupando a diretoria de inovação – Zehbour Panossian, que por coincidência, também graduada é em Física.

Do Portal do Governo do Estado