Prevenção às drogas foi tema de palestra na CDHU

Evento destacou a importância do acesso à informação e do apoio familiar para combater esse mal

qua, 18/02/2009 - 18h03 | Do Portal do Governo

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) promoveu na terça-feira, 17, em São Paulo, a palestra “Jovem Pan pela vida, contra as drogas”, com o apoio da Rádio Jovem Pan AM. Os palestrantes foram a psicóloga Miriam Ferreira de Souza, a jornalista Izilda Alves e, como voluntário, um ex-usuário de drogas, que foi identificado apenas como M.F..

A psicóloga Miriam Souza explicou que o dependente químico é portador de uma doença progressiva e que, muitas vezes, o envolvimento com os tóxicos ocorre por negligência familiar. “Os pais nunca querem admitir que o problema esteja acontecendo dentro da própria casa”, disse a psicóloga. Para ela, o vínculo familiar é fundamental para evitar que a situação se agrave.

“Pais e mães têm que se antecipar,buscar informações e conversar abertamente com os filhos. Isso cria um elo de confiança e, absorvendo a informação passada pelos pais, o jovem se afasta de situações e locais de risco de envolvimento com entorpecentes”, concluiu Souza.

O jovem M.F., de 23 anos, ex-usuário de drogas, deu um depoimento sobre o que vivenciou no período em que usava maconha e crack, e o que o levou a deixar o vício. “Desde os 12 anos eu já roubava, mentia e manipulava minha família. Fui expulso de casa e decidi morar na rua, com outros viciados. Fiquei um mês na cracolândia e cheguei ao fundo do poço”, assume. “Resolvi buscar ajuda porque senti que se continuasse vivendo daquela maneira, morreria em pouco tempo. Procurei uma clínica e estou internado há 10 meses, lutando um dia após o outro para não ter uma recaída”, disse.

A jornalista Izilda Alves disse que M.F. é um sobrevivente. Ela realiza palestras de conscientização há sete anos e garante que a história se repete, mas muitas vezes, sem um final feliz. “Muitos jovens morrem por causa da droga e de todo o ambiente que a cerca, com a violência e o tráfico”, falou. Ela explicou que as pessoas que sofrem com dependência química perdem a família, os amigos e a noção de realidade, e que é necessário um tratamento digno para que possam ser reintegradas à sociedade. “Faltam campanhas massivas e uma postura ativa da rede de saúde pública para tratar os viciados como doentes que são e não como criminosos. Mesmo que a doença leve ao crime é omissão de socorro permitir que conglomerados de dependentes químicos como a cracolândia possam existir”, finalizou.

A palestra integra a “Semana da Qualidade de Vida”, promovida pela Comissão Interna para a Prevenção de Acidentes (CIPA) da CDHU. O evento promove encontros para estimular a discussão sobre assuntos referentes à manutenção da saúde no ambiente de trabalho e fora dele, sobre o desenvolvimento de uma postura consciente e a busca de uma sociedade mais saudável.

Da Secretaria da Habitação/CDHU