Presos de Potim I têm aula de inglês e espanhol

Desde abril, disciplinas são ministradas por reeducando com apoio da Funap

qui, 05/07/2007 - 8h03 | Do Portal do Governo

Desde o mês de abril, presos da Penitenciária I de Potim estão recebendo noções básicas de inglês e espanhol, em aulas que são ministradas pelo também reeducando, Luiz Rogério Freire Alves, contratado pela Funap (Fundação de Amparo ao Preso) como “monitor rotativo”. Ele foi selecionado para exercer a função de professor por ter conhecimento dos dois idiomas, experiência que adquiriu durante os 17 anos em que atuou na área de Comércio Exterior e teve oportunidade de conhecer países como Chile, México e Espanha.

Munido de livros, revistas, fitas K-7 e cds, Alves ensina gramática e pronúncia de inglês e espanhol, duas vezes por semana e em dias alternados para cada matéria, para 76 internos, divididos nos turnos manhã e tarde, em aulas de duas horas de duração. O conteúdo de cada módulo é passado aos alunos em um período médio de cinco meses. A cerimônia de entrega dos primeiros certificados está prevista para acontecer no final do ano de 2007.

A idéia para que o reeducando dividisse seu conhecimento com os demais partiu da diretora de trabalho e educação da penitenciária, Silvana de Carvalho. Ela mesma relata que é preciso, primeiramente, conhecer o contexto em que se está inserido, para depois buscar alternativas que visem a transformação da realidade. “Temos de criar um ambiente aberto para conhecimento pois, dessa forma, os reeducandos ficarão mais à vontade para demonstrar suas qualidades e capacidades”, ensina.

Mas o incentivo na busca do conhecimento não pára por aí; para que o projeto não se resuma aos horários de aula, a diretoria da unidade criou a “biblioteca itinerante”, que funciona como uma espécie de “delivery”, onde o reeducando escolhe o livro que quer ler e o recebe em seu pavilhão habitacional. Importante lembrar que os presos encarregados pela comunicação entre os reeducandos dos pavilhões, com o monitor cultural da sala de leitura, são chamados de alunos multiplicadores. Eles também são responsáveis por transmitir os eventos que estão sendo realizados na escola a todos os outros de cada pavilhão.

Criadora e entusiasta do projeto, Silvana ressalta que a iniciativa propicia a participação dos internos em atividades escolares, com compromisso e responsabilidade e cita Rubem Alves para ilustrar sua satisfação: “É com grandes livros que professores mestres de vôo fazem seus alunos irem mais longe”, recita.

O objetivo do projeto lingüístico é aumentar o número de reeducandos interessados em buscar novos conhecimentos que possam ajudá-los a se qualificar para o mercado de trabalho, especialmente na área de Hotelaria e Turismo, pois na região do Vale do Paraíba existem várias cidades turísticas como Aparecida, Guaratinguetá, Campos do Jordão, entre outras, que poderão ser o canal de oportunidades para os internos, quando retornarem à sociedade.

“Nós acreditamos que é possível transformar a realidade, bastando apenas ter uma equipe engajada, que procure aguçar nos reeducandos a vontade de buscar novos horizontes e, por meio da educação, ver que isso pode acontecer”, enfatiza o diretor técnico de departamento Alexandre Campos da Silva.

Da Assessoria de Imprensa da SAP

(R.A.)