Prédios públicos de São Bernando aderem a programa contra desperdício de água

Convênios com os municípios de São Paulo e São Bernardo vão garantir economia de no mínimo 10%

ter, 08/04/2008 - 8h15 | Do Portal do Governo

Os prédios públicos de São Bernardo do Campo começaram este mês a passar por intervenções para serem adaptados ao Programa de Uso Racional da Água (Pura), desenvolvido pela Sabesp. A iniciativa foi impulsionada pela estimativa de economia de 21,7 milhões de litros de água por ano. Para tal, o município firmou parceria no fim de fevereiro último com a empresa, que prestará consultoria técnica para as manutenções e adequações necessárias nos imóveis.

Inicialmente, serão adaptados os 30 edifícios com maior consumo, entre os quais estão incluídas a sede da administração municipal e várias escolas. Porém, todos em que funcionam órgãos da prefeitura serão integrados ao Pura. Não há data definida para a finalização do processo de adaptação, mas a execução do programa foi definida como permanente. Isso porque consiste numa política de incentivo ao uso racional de água, e envolve, além das ações tecnológicas, mudanças culturais na relação com o produto.Meta audaciosa – A adesão de São Bernardo foi a última, mas em novembro do ano passado a prefeitura de São Paulo também celebrou convênio com a Sabesp para que, em dois anos, seus 2,8 mil prédios sejam adequados aos conceitos e especificações da política para economia de água. Segundo o diretor da Metropolitana da Sabesp, engenheiro Paulo Massato Yoshimoto, é um objetivo audacioso, um desafio que pode fazer do Pura uma grande iniciativa. Os estabelecimentos escolares são os primeiros da lista.

Aplicado desde 1996, o Pura teve sua concepção baseada no desenvolvimento de tecnologia para a economia de água. Para isso, a Sabesp firmou contrato com a Escola Politécnica da USP e com fabricantes de equipamentos hidráulicos, entre outros. “Na época, lançamos o desafio de desenvolvimento de peças para a economia de água. Foi uma proposta amparada na condição de escassez de água que caracteriza a Grande São Paulo.

A Região Metropolitana é abastecida pelas bacias do Alto Tietê e do Piracicaba que, somadas, garantem até 608 metros cúbicos por habitante/ano. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a disponibilidade abaixo de 1,5 mil metros cúbicos por pessoa/ano como crítica. “Estamos na área mais problemática do Estado em questão de oferta do produto. Aqui estão concentrados 40% da população e há pouca disponibilidade de água”, explica o engenheiro Yoshimoto. Uso racional – O engenheiro ressalta que a proposta do Pura transformou a indústria de equipamentos hidráulicos. E que também não se encontra mais à venda nas lojas produtos que não tenham sido criados dentro da sua concepção. Os vasos sanitários fabricados hoje em dia possuem desenho geométrico para o padrão de uso racional, ou seja, com descarga de 6 litros de água, ao invés dos 10 a 15 de antes. As torneiras em geral ganharam qualidade e deixaram de ser suscetíveis ao gotejamento. “Antes, elas possuíam um courinho que rapidamente arrebentava ou cedia, ocasionando vazamento de água”, recorda Yoshimoto. Também foram criadas torneiras com temporizador, entre outras melhorias em várias peças.

Segundo ele, os produtos adaptados começaram a chegar às lojas um pouco mais caros do que as demais, em 1999. Mas hoje já têm preço equivalente aos seus antecessores e opções que vão dos populares aos mais sofisticadas. Informa ainda que a tecnologia desenvolvida acabou sendo adotada em todo o Brasil e até exportada para outros países, como a Argentina por exemplo. Campanhas – Paralelamente, foram desenvolvidas campanhas de conscientização sobre a necessidade de economizar água e elaborado material específico para essa finalidade. A nova política passou a ser aplicada na própria empresa e em dezenas de prédios da administração estadual, além de alguns privados. Após a conclusão das adaptações referentes aos dois novos contratos, a iniciativa abrangerá cerca de 30% dos prédios públicos e economia de, no mínimo, 10% no consumo atual de cada prédio.

Os resultados alcançados pelo programa são considerados positivos e promissores pelo diretor da Metropolitana. Enquanto em meados da década de 1970 o consumo era de 400 litros de água por habitante/dia, hoje varia entre 130 e 150 litros. “O nosso ideal é 100 litros por habitante/dia. Com as novas adesões, podemos chegar lá”, planeja.Simone de Marco

Da Agência Imprensa Oficial

C.M.