Pólo do Vale do Paraíba e americanos pesquisam causas de patologias em abelhas

Pesquisa está sendo desenvolvida em colaboração com a Universidade Federal de Viçosa

qui, 05/04/2007 - 14h14 | Do Portal do Governo

A pesquisadora Érica Weinstein Teixeira, do Pólo Regional do Vale do Paraíba, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está desenvolvendo uma nova etapa do projeto de pesquisa “Estudo epidemiológico associado à mortalidade de abelhas Apis mellifera (africanizadas) na região de Altinópolis, SP”, no Bee Research Laboratory do United States Department of Agriculture (USDA), nos Estados Unidos. Esta fase da pesquisa é o resultado do convite recebido pela pesquisadora científica para realizar seu pós-doutorado no laboratório americano.

A pesquisa está sendo desenvolvida em colaboração com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e irá complementar o projeto financiado pelo CNPq e liderado pelo professor Dejair Message, docente da universidade mineira.

Segundo a pesquisadora, a técnica aplicada nas abelhas é a Multiplex RT-PCR, que permite o conhecimento simultâneo de diferentes vírus em uma simples reação, com redução do tempo e do custo do diagnóstico. “O USDA possui padronização anterior desta técnica, já que desde 2004 utiliza em abelhas e, com a parceira, o governo americano está disponibilizando todos os recursos necessários para as análises”, diz.

Nas duas fases do projeto, os objetivos são identificar a causa da alta mortalidade de abelhas adultas que vem ocorrendo na região de Altinópolis, porém com aplicação de diferentes técnicas analíticas. “Com a pesquisa poderemos saber quais os motivos da elevada mortalidade que está afetando drasticamente o desenvolvimento das colméias na região sudeste do Brasil”, diz Érica. A pesquisadora cientifica está desde dezembro de 2006 instalada na cidade de Beltsville, para dedicar-se ao projeto.

Projeto

As colméias da região de Altinópolis (interior do Estado de São Paulo), além do triângulo mineiro e áreas próximas da cidade de São Paulo, têm sofrido com a alta mortalidade de abelhas adultas e com o enfraquecimento das colônias, características semelhantes de uma epidemia que vêm ocorrendo em abelhas de vários países. “O meu trabalho na pesquisa poderá trazer parte das respostas aos apicultores da região e de outros lugares do País onde estiver ocorrendo mortalidade semelhante, podendo até mesmo trazer respostas para os próprios apicultores americanos”, conta Érica.

As amostras de abelhas serão provenientes de apiários acometidos pela patologia em Altinópolis, por ser o local onde o problema ocorre com maior gravidade. O período de coleta das amostras será determinado pela observação de maior incidência de mortalidade de abelhas adultas em diferentes apiárias do local (entre março e julho) e em seguida, enviadas ao USDA para as devidas análises moleculares.

O Centro de Pesquisa em Abelhas do United States Departament of Agriculture (USDA) é um centro cuja equipe técnica esteve envolvida no seqüenciamento do genoma das abelhas Apis mellifera, assim como instituições de outros países que também fizeram parte do consórcio. O seqüenciamento desta espécie foi finalizado e publicado na revista Nature no segundo semestre de 2006.

“Parte das amostras que serão enviadas também servirão para a comparação entre o material genético de colônias sadias e doentes, na tentativa de se identificar variações de expressão gênica das abelhas que apresentam a patologia”, finaliza.

Mais informações do estudo sobre a mortalidade de abelhas da região de Altinópolis, com a pesquisadora Érica Weinstein Teixeira, pelo e-mail erica@aptaregional.sp.gov.br

Da Assessoria de Comunicação da Apta Regional

C.M.