Polícia Civil mira na receptação e desmanche de veículos

Estratégia rende bons resultados no combate à violência que ocorre durante o roubo de carros

qua, 07/03/2012 - 19h45 | Do Portal do Governo

Os primeiros dois meses de 2012 marcam uma vitória importante no combate ao furto e roubo de veículos em São Paulo. Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de flagrantes foi 130% maior e a quantidade de pessoas autuadas e presas aumentou 78%.

Segundo o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Nelson Silveira Guimarães, o foco no combate à receptação e desmanche tem sido um ponto crucial na batalha contra o crime organizado.

Somente na última semana, 16 pessoas foram presas por envolvimento no desmanche, receptação e furto de veículos. Quatro lojas que revendiam peças roubadas foram fechadas e quatro desmanches estourados. Um dos flagrantes aconteceu no final da manhã desta terça-feira, 6, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Integrantes da 1ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos (Divecar) do Deic apuravam informações de um local conhecido como “expresso”, onde os responsáveis desmanchavam os automóveis em cerca de 30 minutos. O imóvel contava com sala equipada de tratamento acústico e iluminação potente que permitia o funcionamento durante 24 horas.

Combater a receptação é uma importante estratégia na luta contra a  violência e os crimes contra a vida que ocorrem durante o roubo de veículos, porque dificulta o repasse do automóvel ou motocicleta, e o ladrão fica sem ter onde vender.

Guimarães explica que os receptadores têm esquemas para dificultar sua captura, como arrematar carros em leilões, obtendo assim nota fiscal e documentação. É uma forma de movimentar um volume grande de peças sem levantar suspeita. “São grupos muito bem estruturados, que fornecem diretamente para determinados desmanches e usam imóveis residenciais para guardar a mercadoria”, afirmou.

As ações do Deic se amparam em um levantamento minucioso do passo-a-passo das quadrilhas. “Com frequência, o carro furtado é levado até uma rua, desmanchado em uma das residências e suas peças são levadas para a loja em frente, numa espécie de túnel do crime”, conta o diretor.

Outra estratégia dos bandidos é traçar rotas de fuga e pulverizar o material furtado em diferentes imóveis, próximos uns dos outros. “Desconfiamos quando, durante um voo baixo de helicóptero, não sai ninguém das casas para nos olhar, como crianças e donas-de-casa geralmente fazem”, observa Guimarães. 

A intenção do Deic é cada vez mais usar o aparato policial – como o núcleo de inteligência e helicópteros – para mapear futuras operações, realizadas sempre de forma sigilosa e repentina. As ações no combate a esse tipo de crime poderão envolver diferentes secretarias e departamentos, como o Departamento Polícia Rodoviária Capital (Decap) e o Departamento de Polícia Rodoviária da Macro São Paulo (Demacro).

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