Polícia Civil instala mais de 900 rádios digitais em viaturas da Capital e Grande SP

O sistema digital substitui o sistema de rádio analógico, que era utilizado pela polícia há mais de 40 anos

qui, 13/03/2008 - 15h39 | Do Portal do Governo

A Dicom (Divisão de Comunicações da Polícia Civil) está instalando mais 962 rádios digitais móveis em viaturas da Polícia Civil da Capital e Grande São Paulo. Os aparelhos, que começaram a ser instalados no dia 25 de fevereiro, são de origem neozelandesa e chegaram neste mês ao Brasil. Segundo Joílton Chaves Ferreira, agente de telecomunicações da Dicom, além dos rádios que serão instalados nas viaturas, mais 302 aparelhos portáteis (HTs) também já estão sendo disponibilizados para as unidades policiais. As novas aquisições são frutos de duas licitações, realizadas nos dias 23 de outubro e 27 de dezembro de 2007, com investimento total de aproximadamente 3 milhões e 200 mil reais.

A montagem dos rádios é realizada no Setor Bravo da Dicom, no bairro da Casa Verde, zona oeste da Capital. Uma empresa terceirizada fica responsável pelas instalações elétricas, enquanto os profissionais da Dicom fazem a supervisão e os testes de funcionamento. “Em cerca de duas horas, os carros da Polícia Civil já estão prontos para utilizar a tecnologia do rádio digital”, diz Joílton.

O sistema digital substitui o sistema de rádio analógico, que era utilizado pela polícia há mais de 40 anos. Com o novo sistema, os dados são transformados em bits e embaralhados (criptografados) tornando quase impossível a interceptação das mensagens por pessoas fora das forças de segurança. Já com o analógico, a voz é transmitida por meio de ondas, que embora tenham uma margem de segurança podem ser interceptadas por pessoas que consigam ajustar seus rádios à freqüência da polícia

Com o novo lote, a Polícia Civil passa a contar com 2.426 rádios digitais móveis, 1.914 portáteis e segue com 400 estações fixas. “Na Capital e Grande São Paulo, fechamos praticamente todas as viaturas com rádio digital e HT. No Interior ainda estamos em processo de implantação”, conta o delegado divisionário da Dicom, Manoel Messias Barbosa.

De acordo com Barbosa, três cidades do Interior estão recebendo o sistema digital nas próximas semanas: São José do Rio Preto, Piracicaba e Ribeirão Preto, que somam-se às já digitalizadas, Santos, Campinas e São José dos Campos. “Por enquanto são só essas cidades e as microrregiões que as cercam. Vamos instalando nas cidades chaves e depois os embriões e as áreas de cobertura serão expandidas”, afirma o delegado.

Dicom – Gestão de telecomunicações

A Dicom é responsável por cuidar da gestão de telecomunicações da Polícia Civil, dando assistência aos 32 mil policiais do Estado, além de elaborar propostas de implantação, modernização e ampliação das redes operacionais. Antes da chegada do rádio digital, os 62 policiais da Dicom, em sua maioria agentes de telecomunicações, trabalhavam basicamente com rádio-comunicação e sistema de telefonia.

No início do ano passado, uma grande reforma foi realizada nas instalações do Cepol (Central de Operações da Polícia Civil) e da Divisão, localizada no 20º andar do Palácio da Polícia Civil, na Rua Brigadeiro Tobias, centro de São Paulo. “Foram recursos liberados pela Secretaria de Segurança que serviram para melhorar ainda mais o patrimônio do Estado”, afirma o delegado Barbosa. “Nosso andar ficou muito mais moderno, com ótimas condições de trabalho para todos. Ganhamos também um laboratório de treinamento de última geração, utilizado para ensinar os policiais a manusear esses novos equipamentos”. O delegado cita como exemplo de modernidade o fato do acesso às salas da Dicom só ser permitido após a identificação por meio de um leitor de digitais.

A digitalização também abrange o sistema de telefonia, que foi atualizado e garante mais possibilidades de comunicação entre as unidades policiais. Foi adotado o sistema VoIP, voz sobre IP, que é o roteamento da conversação humana pela Internet, dispensando a intervenção da Telefônica. Com ele, as unidades podem conversar entre si por ramais e estabelecer uma comunicação corporativa, como se todas estivessem em um mesmo prédio, por exemplo.

A digitalização trouxe também o aumento da demanda e a intensificação do trabalho, como explica o agente Antonio Carlos Lopes. “Agora nós temos treze subsistemas diferentes, videoconferência, dados, microondas, salas de treinamento. O nosso papel é monitorar e realizar a manutenção desses sistemas para que sejam bem utilizados por nossos policiais”, diz.

Ao mesmo tempo em que ocorreu a adoção do sistema digital, a Dicom investiu em outro grande avanço tecnológico. São laptops e PDA’s (Personal Digital Assistant), aparelhos semelhantes a palmtops, destinados a agilizar a investigação dos policiais civis. “Temos 50 modelos de laptop e 40 de PDA em funcionamento na Polícia Civil. Com eles, os investigadores podem fazer pesquisas de placas de veículos em pleno campo de trabalho para descobrir se o carro é roubado ou não”, conta Antonio Carlos. Além de conferir celeridade ao trabalho do policial, a inovação também diminui o tráfico de informações do rádio, pois a pesquisa é feita sem a intervenção de outras pessoas. “Em pouco tempo, esperamos também que estejam funcionando as pesquisas de RG, armas e pessoas”.

Outro grande benefício desses aparelhos é que os laptops, que ficam embutidos nas viaturas, possuem GPS (Global Positioning System). Com isso, os operadores do Cepol (Centro de Operações da Polícia Civil) conseguem ter a localização exata das equipes e monitora suas ações, tudo pela tela do computador. “Os operadores do Cepol ficam sabendo quem está mais perto do quê, podem orientar os policiais sobre os melhores caminhos. Só tem a nos ajudar”, afirma o delegado divisionário. A vantagem dos PDA’s, por sua vez, é que ele pode tirar fotos, tem mais opções e funcionam a até 10 metros das viaturas, aumentando a mobilidade dos policiais nas investigações.

Daniel Cunha

Da Secretaria da Segurança Pública

(L.F.)