Polícia Civil destrói as primeiras máquinas caça-níqueis com autorização judicial

Operação inutilizou 130 caça-níveis das quase 30 mil apreendidas desde janeiro do ano passado

sex, 18/01/2008 - 17h54 | Do Portal do Governo

Foram destruídas, na quinta-feira, 17, 130 máquinas caça-níqueis das quase 30 mil apreendidas pela Polícia Civil de São Paulo, entre 4 de janeiro do ano passado e a primeira quinzena deste mês. O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano Júnior, destacou a importância da primeira decisão da Justiça em favor de uma solicitação da polícia paulista, durante o evento realizado na 62º Distrito Policial, em Ermelino Matarazzo, zona leste da capital. “É um ato que demonstra o gigantismo da autoridade, já que há um embasamento administrativo e judicial”, afirmou.

A autorização judicial, expedida pelo juiz da 1ª Vara da Penha, Reinaldo Del Bianco, para a destruição dos equipamentos utilizados para a prática de jogos de azar foi encaminhada ao delegado titular do 62º DP, Carlos César Rodrigues. “Essa foi a primeira iniciativa, a primeira de uma série. Ainda temos mais de uma centena de máquinas que foram apreendidas só por nosso distrito que estão vinculadas a inquéritos judiciais, portanto, só poderão ser destruídas com a autorização judicial”, declarou Rodrigues. Ele afirmou que a repressão continuará. “Esse tipo de atividade ilícita não merece prosperar, nós queremos combater para o bem da sociedade, para o bem das famílias que são vítimas desse tipo de vício que é jogo de azar”.

Depósito

“Ficamos extremamente felizes porque compramos essa briga no ano passado. Tivemos apoio do delegado geral Maurício (Lemos Freire), do secretário da Segurança (Ronaldo Marzagão), e essa decisão, embora pequena e simbólica, representa a continuidade nos trabalhos contra a máfia de jogos de azar no Estado de São Paulo”, ressaltou Aldo Galiano. Ele informou que dez mil das 30 mil máquinas apreendidas e lacradas estão armazenadas nas delegacias da capital e que o restante está guardado em depósitos particulares, porque não há espaço nos DPs.

“Esperamos que essa decisão do juiz da Penha tenha o significado de mostrar aos outros juízes a possibilidade de se destruir esses caça-níqueis. Hoje a polícia investe no atendimento pessoal e não é justo que a pessoa chegue em uma delegacia e tenha 30, 40, 50 máquinas ocupando espaço. Acho que chegou a hora de decisões corajosas como estas, ressaltou o diretor do Decap.

Galiano citou um levantamento que demonstra a lucratividade dos caça-níqueis. “Nós apreendemos uma planilha de seis máquinas, que durante um ano arrecadaram um milhão e oitocentos mil. Pagaram 350 mil de prêmios e R$ 32 mil de impostos, isso tudo está no inquérito. O lucro é astronômico, ou seja, dá cinco vezes mais do que é empregado. Com a destruição dessas máquinas, o empresário do jogo de azar vê seu negócio sendo destruído e verá que não vale a pena esse investimento”, argumenta.

Segundo ele, com as operações, só no ano passado foram apreendidas 27.600 e só na primeira quinzena de 2008 por volta de 2.400. O diretor do Decap disse que os componentes dos equipamentos são contrabandeados do exterior, portanto ocorre o crime de sonegação fiscal e uma série de outros delitos ligados.

Transformação

“Nós tínhamos o objetivo de transformar essas máquinas em micros para serem colocadas em escolas e bibliotecas, mas precisaríamos de patrocínio de ONGs (Organizações Não Governamentais), que investiriam em torno de R$ 250 a R$ 400 para fazer a transformação”. Segundo ele, essa operação é complexa porque depende de autorização judicial e de parceiros.

Também estiveram presentes no evento de destruição das máquinas o delegado geral adjunto, Paulo Afonso Bicudo, o delegado titular da 7ª seccional de polícia de Itaquera, Nicanor Nogueira Branco, o comandante do CPAM-4, coronel PM Marco Antonio Augusto, o delegado de polícia da Assistência Policial junto ao Gabinete do Secretário, Marco Antonio Ribeiro de Campos, o delegado e diretor do Deic, Youssef Abou Chahin, e o presidente do Conseg de Ermelino Matarazzo, Devorcir Pesirani.

Dalila Penteado

Da Secretaria Estadual de Segurança Pública

(I.P.)