Polícia Civil alia expertise e tecnologia no encontro de pessoas desaparecidas

Delegada explica como funciona a atuação em campo e como as ferramentas tecnológicas têm auxiliado nos bons resultados

sáb, 04/01/2020 - 13h28 | Do Portal do Governo

A busca e a defesa de pessoas desaparecidas é uma das atribuições da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Sua relevância é destacada pela delegada Maria Helena do Nascimento, responsável pelo setor da Polícia Civil que investiga casos de desaparecimento na Capital.

“Só em São Paulo são registrados uma média de 20 casos por dia. A palavra desaparecimento só tem um intuito, o encontro. Por isso, é muito importante a mobilização social para solucionar os casos”, ressalta a delegada.

Na capital paulista, os casos são investigados pela 4ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Pessoas Desaparecidas, da Divisão Antissequestro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na Grande São Paulo, são apurados pelas delegacias seccionais e no interior pelas Delegacias de Investigações Gerais (DIGs). Mesmo assim, em todo o Estado os procedimentos para o encontro do desaparecido são os mesmos.

Os boletins de ocorrência devem ser registrados imediatamente em qualquer distrito policial ou pela Delegacia Eletrônica. “Existe um mito que é preciso aguardar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência, mas isso não é verdade. Quanto antes melhor”, destacou.

Após o registro, é aberto um Procedimento de Investigação de Desaparecimento (PID) e as investigações iniciam, com a coleta de depoimentos, buscas em locais frequentados e análise de imagens de câmeras de segurança.

“Em casos de crianças, conversamos principalmente com os pais. Se for adolescente, além de conversar com familiares, também analisamos as redes sociais. Em ocorrências de adultos, conversamos com amigos e tentamos apurar a rotina da pessoa que se busca”, esclarece a delegada.

Para auxiliar nos encontros, a Polícia Civil divulga a foto das pessoas desaparecidas em um sistema estadual, caso seja de interesse dos familiares. As equipes também fazem buscas no sistema de Registro de Ocorrências (RDO) para verificar se o nome consta em algum boletim e entram em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para verificar possível prisão.

Outra medida é o cruzamento de dados com o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) por meio do Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais (AFIS). Assim, é possível saber se algum cadáver do Instituto Médico Legal (IML) é a pessoa procurada.

Laboratório de Arte Forense

A Polícia Civil conta, ainda, com o Laboratório de Arte Forense do DHPP. Pioneiro na América Latina, o espaço alia tecnologia de ponta com habilidades artísticas e conhecimentos avançados em computação gráfica para ajudar a solucionar crimes e também encontrar desaparecidos.

O local possui uma mesa digitalizadora onde é possível produzir retratos 3D da pessoa a partir de poucas características do seu rosto. Esses recursos gráficos são usados para casos de progressão de idade, retratos falados ou até mesmo reconstruções faciais.