Polícia alerta para falso seqüestro e orienta procedimento

Polícia aproveitou mais um caso de falso seqüestro para chamar a atenção da população sobre os cuidados que são necessários

sex, 23/02/2007 - 16h13 | Do Portal do Governo

 O caso do falso seqüestro, da madrugada de quinta-feira, dia 22, mostrou mais uma vez que a Polícia tem trabalhado com racionalidade e determinação. Em entrevista coletiva sobre o caso, concedida no Quartel da Polícia Militar, o 2º tenente PM Alexandre Paulino Vieira e o capitão PM Marcel Sofner aproveitaram a oportunidade para chamar a atenção da população sobre os cuidados que se deve ter para evitar crimes dessa natureza.

De acordo com dados levantados pela Polícia, desde 1º de janeiro até o dia 14 de fevereiro foram registradas no Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) cerca de 3.150 ocorrências, “sendo que a média diária é de 70 casos, fora os que não foram registrados”, explicou o capitão Sofner. Ele atenta para a importância em alertar a população sobre os procedimentos preventivos contra o golpe.

O capitão destaca, por exemplo, o cuidado que uma família deve ter, estabelecendo um canal de comunicação mais aberto entre seus membros. Uma vez que todos estão cientes para onde cada um irá e por quanto tempo ficará fora, qualquer tipo de susto ou surpresa com um telefonema de supostos seqüestradores pode ser evitado. “Eles se utilizam principalmente do terrorismo psicológico, e é exatamente isso que devemos impedir”, esclarece.

Durante a ligação, o criminoso tenta de todas as formas retirar informações com perguntas ocasionais, o que agrava o nervosismo e o abalo emocional da vítima. “O criminoso acaba reunindo dados que a própria vítima está fornecendo”, ressaltou o capitão, e lembra que “o mais importante, numa situação dessas, é manter a calma, por mais que seja difícil”.

De acordo com o tenente Alexandre, as ligações dos falsos seqüestradores seguem um certo padrão. Elas geralmente são feitas a cobrar e provêm do Rio de Janeiro. Elas acabam durando mais que um minuto, ao contrário de um caso real do crime, já que esse é o tempo necessário para que a Polícia comece a rastrear a ligação.

A agenda de telefones do celular também é uma informação usada pelos criminosos para entrar em contato com as vítimas. Se a identificação do número vier acompanhada de um nome, principalmente relacionado a um grau de parentesco, “facilita muito para os golpistas ligarem e tentarem extorquir as vítimas”, advertiu o tenente.

O capitão Sofner lembrou também que a maioria das ligações é aleatória. Se os golpistas percebem que a vítima é mulher e/ou de mais idade, enxergam aí a possibilidade de obter mais informações facilmente. “Quando eles notam que há mais fragilidade, permanecem mais tempo para tentar obter subsídios e forçar o terrorismo para cima da vítima”, esclarece. Houve casos em que os criminosos coagiram a vítima a se hospedar em hotéis da periferia, “justamente para ficar isolada e não ter a possibilidade de obter ligações com a família”.

O trabalho conjunto da Polícia com a população é o principal passo para acabar com a ação dos golpistas. “Nós temos históricos aqui no Copom em que conseguimos localizar parentes das famílias no Amazonas e no Rio Grande do Sul, por meio de ligações e procedimentos que adotamos”, disse.

A população deve avisar a Polícia assim que sofrer a ameaça por telefone, e registrar ocorrência no distrito policial mais próximo. Para o capitão Sofner, essa iniciativa serve de base para a Polícia iniciar as investigações, e para isso, “é importante que todos acreditem na Polícia que têm, porque ela tem condições de identificar de onde vem a ligação, inclusive onde está o ente querido da família”.

O capitão garante ainda que todas as medidas para minimizar a situação estão sendo estudadas, e enfatiza a seriedade com que a confiança na Polícia deve ser encarada. “Confie na Polícia Militar e na Polícia Civil do estado de São Paulo, assim como a de outros estados, porque entrando em contato com a Polícia, esse percentual pode ser reduzido”, completou.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública

(R.A.)