PM vai expandir policiamento com bicicleta para centro velho de SP

Serão compradas mais 60 bicicletas por meio de pregão presencial eletrônico

sáb, 22/11/2008 - 9h41 | Do Portal do Governo

O policiamento com bicicleta, feito desde 2005 na região das ruas Oriente e José Paulino, no bairro paulistano do Bom Retiro, apresentou resultado eficaz e será expandido para o centro velho da capital, com a compra de mais 60 bicicletas profissionais pela Polícia Militar. Aquisição será por meio de pregão presencial e eletrônico. A abertura da sessão pública para o pregão presencial foi prorrogada para as 9 horas do dia 28 de novembro. E o pregão eletrônico será realizado às 10 horas do próximo dia 04 de dezembro.

Atualmente, o Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA-M/1) conta com 80 bicicletas em bom estado de conservação. Com essa aquisição, passará a ter 140. De acordo com o comandante da área, coronel Álvaro Batista Camilo, as novas bicicletas serão utilizadas pelo 7º, 11º e 13º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), nas Bases Comunitárias de Segurança que integram o programa de Policiamento Comunitário.

De acordo com o coronel Camilo, os policiais que utilizam as bicicletas têm um treinamento especifico que dura de três dias a uma semana e engloba: condução, abordagens, comunicação, trânsito, policiamento comunitário, direitos humanos, técnicas não-letais de intervenção, e procedimentos operacionais padrão (POP’s), entre outros. “Existem algumas particularidades como, por exemplo, as duas mãos estarem ocupadas com os guidões na maioria do tempo”, afirma.

“O policiamento com bicicletas permite que o policial consiga cobrir uma área muito maior do que o policiamento a pé, principalmente nos calçadões e nas praças públicas, onde há dificuldade para o trânsito de viaturas e motos, permitindo uma eficácia maior do policiamento preventivo”, conta o coronel Camilo. Além disso, segundo ele, o policial na bicicleta fica em uma altura um pouco mais elevada do que os pedestres comuns, o que permite uma visibilidade maior, principalmente em locais de aglomeração de pessoas.

“Esse tipo de policiamento é bastante eficaz em lugares movimentados. Essa experiência tem obtido bons resultados na região das ruas Oriente e José Paulino; por isso, será expandida para o centro velho: Largo de São Bento, Pátio do Colégio, Largo de São Francisco, Praça da República e Largo do Arouche”, explica o tenente Emerson Massera. O policiamento, segundo o coronel Camilo, tem se mostrado eficiente na região central. Como exemplo, ele cita a rua José Paulino, com queda de 37% na criminalidade, entre agosto e outubro deste ano, no comparativo com o mesmo período do ano passado. Na região do Largo da Concórdia, a redução foi de 22%, no período de implantação do patrulhamento com bicicletas, comparando-se 2007 com 2006.

Investindo em integração e agilidade

“A Polícia Militar trabalha de forma muito integrada com as polícias Civil e Técnico-Científica, e com outros órgãos públicos. E a bicicleta é um meio que facilita as operações integradas na região”, explica o coronel.

Os veículos que serão adquiridos são do tipo <i>montain bike</i> de fábrica, de 21 marchas, e o custo previsto, que ainda pode ser alterado pelo pregão, é de R$ 800 para cada unidade. As bicicletas são feitas de alumínio, leves o bastante para serem transportadas pelo policial, se for necessário. Elas ainda possuem acessórios para transporte de água, talões etc., uma sirene adaptada, e recebem o grafismo especial da Polícia Militar.

Além disso, os policiais que trabalham com bicicletas utilizam uniformes específicos como capacete, óculos, camiseta, bermuda, luvas, além de algemas, gás pimenta, colete, pistola, e um radiocomunicador digital na freqüência do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar).

Modelo japonês adaptado à realidade brasileira

O policiamento comunitário de São Paulo segue o modelo japonês ‘koban’, que foi adaptado à realidade brasileira, utilizando, inclusive, bicicletas. A Polícia Militar de São Paulo estabeleceu um acordo de cooperação técnica de policiamento comunitário com o Japão, em 2000, com o objetivo é implementar e melhorar o trabalho nas bases de segurança.

“O acordo firmado com a polícia japonesa foi prorrogado este ano, por mais três anos, e estendido a outras unidades da federação. Alguns países da América Latina gostaram da experiência brasileira e também seguem o modelo”, ressalta o tenente Massera, destaca o policiamento com bicicletas como um dos pontos altos do policiamento comunitário.

A JICA (Japan International Cooperation Agency) é responsável por patrocinar o intercâmbio dos peritos japoneses e dos oficiais brasileiros. Ela atua em países em desenvolvimento nas áreas de segurança pública e meio ambiente, além de facilitar projetos de infra-estrutura.

Da Secretaria de Segurança Pública

(I.P.)